• O poder do voto
Em uma misteriosa sala, 50 pessoas acordam e precisam decidir quem morre a cada dois minutos, por meio de um sistema de votos.
Cara, eu adoro este tipo de filme. Eu provavelmente já falei isso várias vezes aqui no blog, mas ter um roteiro com boa premissa, diálogos provocativos e atuações no mínimo operantes já é meio caminho andado pra eu gostar. É exatamente por esse terreno que Circle caminha.
A trama é como se fosse uma mistura de Big Brother e Jogos Vorazes. Em vez do paredão, os participantes estão na berlinda da existência. Em vez de serem votados por indivíduos lá de fora, eles mesmos decidem o que será feito naquele recinto. Por isso, é óbvio que todo mundo começa a fazer de tudo pra permanecer vivo, tendo em vista que, pela lógica estabelecida ali, uma única pessoa continuará respirando após o fim do jogo.
Circle se passa em apenas um único local durante 98% do filme. Pra compensar essa falta de variação nos cenários, o enredo aplica diferentes dilemas que podem ser resumidos em um só: alguém tem mais direito de viver do que o outro? Pra responder tal pergunta, é preciso definir uma métrica, mas há como fazer isso de maneira justa?
À medida que as pessoas começam a morrer, o filme se torna meio repetitivo. Após passear por temáticas como etarismo, racismo, homofobia e elitismo, Circle perde um pouco da inspiração e passa a girar em círculos, com o perdão do trocadilho. Além disso, alguns dos personagens são rasos, e não sei qual seria a melhor maneira de contornar esse problema. Talvez com menos participantes e mais tempo entre as mortes?
Mesmo assim, o longa consegue se manter fiel à sua proposta até o desfecho, que eu defendo e considero agridoce, criativo e impactante, se aventurando de vez na ficção científica – algo que pode não descer muito bem pra determinados tipos de público.
Circle é um filme de baixo orçamento com o desejo de te fisgar através de uma dinâmica mais ou menos semelhante a um reality show, com consequências mais drásticas. A história se repete em alguns momentos, mas levanta pontos válidos acerca do comportamento humano.
Nota: caso eu tenha usado algum termo desconhecido para vocês, meus queridos e queridas leitoras, não hesitem em acessar esse post aqui, ó: Glossário do Leleco
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Ei, você! Tudo joia? Pois é, eu também tô bem. E já que agora temos intimidade, comenta aí o que cê achou do filme. Opiniões são sempre bem-vindas, e é importante lembrar que nos comentários spoilers estão liberados. Se você não quiser vê-los, corre logo pra assistir e depois volte aqui, beleza?