Filmes Solo, Quadros

Animais Fantásticos e Onde Habitam (2016)

• A magia está de volta

Se você acha que Animais Fantásticos e Onde Habitam é parecido com os filmes da saga de Harry Potter, tire isto da cabeça.
A nova série de filmes comandada por J.K. Rowling é muito mais do que um simples spin-off. Primeiramente, a abordagem e o ritmo do novo longa são muito, mas muito diferentes de Harry Potter, que contava com um clima mais leve nos primeiros filmes. Animais Fantásticos é um pouco mais sério, o que não quer dizer que seja chato.
Pra quem não sabe, a obra tem como personagem principal Newt Scamander, interpretado por Eddie Redmayne. É impressionante a atuação desse cara, em todos os três filmes que vi com ele até hoje seus personagens são totalmente singulares, e o modo como o ator apresenta Newt, com seu jeito meio tímido e seu carinho imenso pelas criaturas mágicas é lindo de se ver.
Newt Scamander é um bruxo britânico que viaja à Nova York com uma missão em mente. Ele leva uma mala enfeitiçada, igual aquela bolsa da Hermione em As Relíquias da Morte, aonde guarda dezenas de animais mágicos, algo meio arriscado sendo que durante aquela época a população não-mágica (os trouxas, ou não-majs, como os americanos chamam) desenvolvem uma aversão aos bruxos, colocando-os em perigo.
Mesmo com este background, o foco do primeiro filme é a constante aventura de Newt, que ganha um parceiro trouxa chamado Jacob Kowalski, simplesmente o melhor personagem. Seu senso de humor misturado com seu jeito estabanado caem bem no filme, sem que ele seja somente um alívio cômico. Além dele, Tina e Queenie Goldstein são outras duas personagens que passam a fazer parte da história de Newt, ambas bem interessantes.
Do outro lado da trama, Graves, um membro misterioso do “Ministério” americano, investiga alguns ataques que estão ocorrendo em Nova York, com medo de que seja a ameaça de Grindelwald, o bruxo das trevas que antecedeu nosso querido Voldemort. Em sua investigação, conta com a ajuda de Creedence Clearwater Revival Credence, um jovem trouxa acanhado e complexado, o qual é interpretado por Ezra Miller, o homem mais rápido do mundo.

Isso é que é um corte de cabelo estiloso
Isso é que é um corte de cabelo estiloso

Devo deixar claro que sou fãzaço de Harry Potter. Só pra terem uma ideia, eu costumava ser uma daquelas pessoas que ficavam discutindo em fóruns qual era melhor, HP ou Senhor dos Anéis – algo que não me orgulho muito. Cresci assistindo aos filmes para depois ler o livro, inclusive começando pelo último, As Relíquias da Morte. Desde então, já vi os filmes aproximadamente 9568046 vezes e li cada livro pelo menos umas 6 vezes. Sim, sou muito viciado; só perco pro meu irmão mais novo, que também já fez a mesma coisa e participa de diversos grupos da série.
Acho que me desviei um pouco do assunto aqui, hehe. Voltando ao que é importante, fui na expectativa de que Animais Fantásticos carregasse aquela nostalgia e aquela atmosfera de Harry Potter. Não cometa o mesmo erro que eu, vá assistir ao filme botando na cabeça que é um estilo totalmente diferente, o que acredito que foi uma decisão acertada dos produtores para que a nova saga ganhe uma identidade própria.
Até mais ou menos a metade do filme, o enredo é legal, ainda que um pouco lento. A construção dos personagens é bem feita, assim como a apresentação de criaturas mágicas que não conhecíamos – confesso que o meu favorito foi o Pelúcio. Sério, aquele bichinho é sensacional.
Na segunda parte do filme, a história acelera e melhora muito, com alguns acontecimentos e cenas marcantes. Analisando friamente, achei Animais Fantásticos um ótimo filme, porém ficou faltando alguma coisa. Não sei bem se foram cenas de duelos, um desenvolvimento maior da trama, mas considerando que se trata de uma introdução, não dá pra cobrar muita coisa. Ainda assim, mesmo evitando comparar, Harry Potter e a Pedra Filosofal foi uma introdução muito mais legal.
Vale a pena assistir? Com certeza. O mundo de J.K. Rowling, agora ambientado nos anos 1920 em Nova York, é definitivamente cativante, sem contar nas referências a nomes conhecidos como Dumbledore e Hogwarts. Talvez se eu tivesse ido assistir já sabendo que o filme seria bem diferente do que eu esperava, eu teria curtido mais, o que não tira os méritos de que Animais Fantásticos e Onde Habitam resgatou de vez a magia adormecida do cinema.

 

~ OBSERVAÇÕES SPOILENTAS: NÃO LEIA A NÃO SER QUE JÁ TENHA VISTO O FILME. O AVISO ESTÁ DADO ~

 

  • Acho que todos concordamos que o momento mais foda do filme foi o Johnny Depp surgindo como Grindelwald, né. Tô extremamente curioso pra ver se ele vai conseguir representar bem o crush do Dumbledore.
  • Aff, maldito suor que escorreu dos meus olhos quando o Jacob perdeu a memória.
  • Eu acho que sou meio lerdo, porque nem desconfiei que o Credence era o Obscurus.
  • Qual o melhor shipp – Newt e Tina ou Jacob e Queenie?
  • Por falar nisso, que sorriso gracinha da Queenie, awn.
  • O que será que Leta Lestrange fez, hmm
  • Jacob correndo do Erumpente foi espetacular, haha
  • Repito, os momentos com o Pelúcio foram muito bons, que bicho daora.
  • Quem nasceu pra ser Ilvermorny nunca será Hogwarts.
  • Eu quando soube que o próximo filme só sai em 2018 fiquei mais triste que a Tina quando o Newt foi embora.

 

~ FIM DAS OBSERVAÇÕES SPOILENTAS. A PARTIR DAQUI PODE FICAR DE BOA SE VOCÊ AINDA NÃO VIU ~

 

+ Melhor personagem: Jacob Kowalski
Apesar de todos terem atuado muito bem, sobretudo Eddie Redmayne como Newt, Jacob rouba os holofotes e brilha no filme; Queenie Goldstein também chama a atenção.

Só de olhar pra cara dele eu já começo a rir
Só de olhar pra cara dele eu já começo a rir

 

Ei, você! Tudo joia? Pois é, eu também tô bem. E já que agora temos intimidade, comenta aí o que cê achou do filme. Opiniões são sempre bem-vindas, e é importante lembrar que nos comentários spoilers estão liberados. Se você não quiser vê-los, corre logo pra assistir e depois volte aqui, beleza?

Publicado por Luiz Felipe Mendes

Fundador do blog Pitacos do Leleco e referência internacional no mundo do entretenimento (com alguns poucos exageros, é claro).