Ficção científica, Séries

The OA: 1ª Temporada (2016)

• Uma história angelical

Eu não fazia ideia sobre o que se tratava a nova série da Netflix.
Meu irmão mais velho e minha namoradinha já tinham me falado que era legal, eu mesmo já tinha visto o pôster na tela inicial da Netflix, mas nem tinha parado pra ler sobre o que era. Certa noite, depois de assistir a alguns episódios de Westworld, chamei meu irmão mais novo para assistir e ele topou. Então lá fomos nós, eu totalmente alheio à trama da série.
O primeiro episódio é bem louco. Ele vai contando a história de Prairie Johnson, uma garota cega que após desaparecer por anos, reaparece em sua cidade e se joga de uma ponte. Um retorno bem alegre, eu diria, mas o que importa é que ela ainda assim sobrevive e revela aos seus pais adotivos e a basicamente todo mundo que já não era mais cega, o que me fez comicamente imaginá-la cantando e dançando ao som de Movin’ on Up, do Primal Scream.
A partir daí, a trama vai se desenrolando, personagens são introduzidos e o enredo vai ficando mais encorpado até chegar em um ponto em que a cada fim de episódio eu olhava pro meu irmão, ele olhava pra mim, rolava um clima e decidíamos que era impossível não continuar. Terminamos a temporada em poucos dias, ainda mais porque estávamos de férias, risos (sim, escrevi este pitaco em janeiro e só fui postar hoje).
Uma das criadoras da série, Brit Marling, é também a personagem principal e simplesmente arrasa. Com uma carinha de Aurora Aksnes, a protagonista tem um jeitinho Luna Lovegood de ser e encanta logo nos primeiros momentos. É verdade que The OA não possui lá muitos personagens, mas todos eles têm seu espaço garantido.
Jason Isaacs interpreta o vilão de maneira brilhante, o que dá para entender sendo que o cara foi o Lúcio Malfoy no cinema, né. A personalidade de seu personagem é muito bem trabalhada, deixando claro que o cara não é exatamente mau, mas sim acredita que seu trabalho mudará o mundo. Acho que isso é até pior às vezes.
Os amigos de Prairie – Steve, Buck, Alfonso, Betty e o que ninguém liga, Jesse – são todos muito carismáticos em seus estilos. É verdade que o Steve é meio cuzão, mas o Buck é incrível com seu jeito doce (e trazendo mais um exemplo de representatividade), Betty é espetacular com seu jeito protetor, Alfonso é ótimo com seu jeito bondoso e o Jesse é legal com seu jeito, hm, legal.
Os amigos de Prairie na outra parte da trama também são muito bons – Homer, Rachel e Scott. Cada um deles é importante para o desenrolar da história, sem falar em alguns outros que não mencionarei aqui, até porque seria meio que um spoiler.
The OA é definitivamente diferente. Nunca antes eu havia visto uma série que tratasse as questões relativas à morte desta maneira, e por isto a originalidade é um ponto fortíssimo da mesma. Além dos personagens, o ritmo da trama é perfeito, aliado à conclusão da temporada que nos deixa com vontade de ligar na sede oficial da Netflix e pedir educadamente para que eles renovem a série o mais rápido possível (como estou postando isto em abril, a série já até foi confirmada para uma segunda temporada, então, uhuuul).
Uma surpresa pelo menos para mim, The OA me conquistou com seus cenários e sua ousadia e me fez dar sem dó 5 Lelecos. Contudo, já dou um aviso – o final te deixará louco e provavelmente o levará a fazer a mesma coisa que eu, isto é, passar a madrugada inteira procurando por teorias que façam tudo ganhar sentido. E deixo claro: não me arrependi de nada.

 

~ OBSERVAÇÕES SPOILENTAS: NÃO LEIA A NÃO SER QUE JÁ TENHA VISTO A TEMPORADA INTEIRA. O AVISO ESTÁ DADO ~

 

  • AAAAAAA a OA criança é muito fofinha, já quero adotar pra mim.
  • Tive que aguentar a temporada inteira meu irmão do meu lado falando que queria um beijo do Buck e do Alfonso, aff.
  • OA inventou tudo? Homer e Alfonso, OA e Steve, Buck e Rachel, Scott e Betty, Renata e Jesse, Hap e Elias, são todos espelhos uns dos outros? OA conseguiu atravessar o portal? Rachel é do FBI? Sexta, no Globo Repórter.
  • Aquela cena do Scott ressuscitando fazendo apologia à Jesus foi muito foda, vamo combinar.
  • Por falar nisso, a série é cheia dessas metáforas que enriquecem tudo, né. A predominância da cor roxa nas cenas é um exemplo claro disso.
  • Me orgulho em dizer que eu e meu irmão matamos a charada do “Original Angel” bem no começo. Sim, somos quase uns detetives particulares.
  • Não consegui simpatizar com a mãe da Prairie, argh.
  • O verdadeiro anjo da série: Betty. Aquela lá é rainha demais, sempre se preocupando com todo mundo.
  • Vocês sabiam que o diretor se chama Zal Batmanglij? Sim, Zal BATMANglij. Deixo pra vocês a tarefa de elaborar alguma piada.
  • Até agora eu não sei se as danças feitas por eles são totalmente bestas ou completamente lindas. Pelo menos naquela cena do último episódio tenho que ficar com a última opção.
  • Dicas de Como Ser Um Bom Pai #01 – se sua filha está tendo pesadelos, faça-a mergulhar num lago congelado!
  • Tomara que na próxima temporada os produtores foquem nas backstories dos outros personagens, acho que seria bem legal.

 

~ FIM DAS OBSERVAÇÕES SPOILENTAS. A PARTIR DAQUI PODE FICAR DE BOA SE VOCÊ AINDA NÃO VIU ~

 

+ Melhor personagem: Prairie Johnson (Nina/OA)
Com uma ótima atuação de Brit Marling, a protagonista tem seu charme, mesmo com tantos outros personagens poderosos, como Betty, Hap e Homer.

5, 4, 3, 2, 1
5, 4, 3, 2, 1

+ Melhor episódio: S01E08 (“Invisible Self”)
Pra falar a verdade nem sei se teve um melhor episódio de fato, foram todos mais ou menos no mesmo nível. Porém, pelo fato da season finale nos dar um gancho incrível para a próxima temporada acabei por escolhê-la.

Hershel na fazen... opa, série errada
Hershel na fazen… opa, série errada

 

Ei, você! Tudo joia? Pois é, eu também tô bem. E já que agora temos intimidade, comenta aí o que cê achou da temporada. Opiniões são sempre bem-vindas, e é importante lembrar que nos comentários spoilers estão liberados. Se você não quiser vê-los, corre logo pra assistir e depois volte aqui, beleza?

Publicado por Luiz Felipe Mendes

Fundador do blog Pitacos do Leleco e referência internacional no mundo do entretenimento (com alguns poucos exageros, é claro).