• Negócios estagnados
A parte mais difícil de fazer esse pitaco foi encontrar fotos oficiais.
Puta merda, o trabalho de divulgação de Frontier é um lixo total. É bem verdade que a série não é lá essas coisas, nunca foi, mas por ser da Netflix eu esperava que eles fossem mais competentes na hora de publicar imagens para expandir a marca. Nem nas mídias sociais os caras são ativos. A parte de escrever a crítica foi de boa, o problema foi achar imagens suficientes pra completar a postagem. Enfim, só um desabafo aqui, não liguem pra mim. Vamos direto ao assunto agora: em dezembro do ano passado, foi lançada a terceira temporada de Frontier, mais conhecida como a série-do-Jason-Momoa-aquele-carinha-de-Game-of-Thrones-que-depois-virou-o-Aquaman. Não sei como ela ainda não foi cancelada, mas como eu sou batalhador e nunca abandono algo que já comecei, acompanhei meu pai na maratona do terceiro ano da produção. O que cê achou?, você com certeza está me perguntando virtualmente. Falarei a seguir.
Sinopse
A segunda temporada terminou com um cliffhanger. Quase literalmente, porque Declan Harp e Chesterfield estavam juntos em um penhasco, se é que me entendem. Naquele momento, o malvado Lorde Benton havia acabado de sequestrar Grace Emberly, a ruiva mais querida de Fort James. O homem das sobrancelhas proeminentes já tinha feito muita coisa ruim, mas passou dos limites. Por isso, Declan diz em alto e bom som que a partir daquele momento seria guerra.
Olha, a gente não sente muito a eletricidade de uma verdadeira guerra no ar. De qualquer forma, é assim que a temporada começa. O seu foco principal é basicamente único: salvar Grace das garras de Benton. Porém, as histórias paralelas estão lá preenchendo os espaços. Enquanto Declan e seus amigos McTaggart e Charlie procuram pela ruiva, Michael Smyth tenta descolar um acordo entre diferentes empresários pra falir a Companhia da Baía de Hudson, a “famosa” CBH. De ladrão a negociador, a função de Michael é derrubar uma dinastia, mas é claro que isso possui seus desafios. Enquanto isso, Sokanon tenta se encontrar depois de ter perdido seu ex-noivo pra burra desastrada da Clenna.
Crítica
Você pode falar qualquer coisa de Frontier, mas não pode deixar de reconhecer que a série manteve seu nível desde o início. Se é um nível alto, aí já é outra história. Na primeira temporada, tudo ainda tava sendo introduzido. Na segunda, uma parte do ritmo se perdeu, mas os personagens evoluíram. Na terceira, a série sofreu em sua primeira metade, mas recuperou o fôlego na segunda.
Preciso revelar que Chesterfield não está presente mais. Sim, você leu isso. Um dos personagens mais interessantes de Frontier simplesmente desaparece sem explicação – o ator provavelmente não devia estar disponível. Alguns dizem que o oficial foi devorado por lobos, outros falam que ele fugiu, mas ninguém bate o martelo e em nenhum momento isso é verdadeiramente abordado. Eu senti a falta dele durante os episódios. Além disso, os diretores apostam em cenas de luta escuras e com muito slow motion, o que prejudica a experiência. Na primeira sequência de briga, o recurso funciona, mas eles insistem nisso até o final. Quando eu pensava que veria combates com fluidez, lá estava o espírito de Zack Snyder pra me broxar.
Declan Harp novamente não brilha. Ele é um dos que mais tem potencial, mas simplesmente não emplaca; eles não parecem acertar a mão em sua personalidade. Em um momento, ele parece o cara mais sério do mundo. Em outro, ele tá fazendo uma piada meio pastelão, o que deixa a atmosfera confusa. O rumo dos acontecimentos peca na falta de originalidade e a história só fica boa mesmo a partir do quarto episódio. Em uma temporada com dez ou mais capítulos, isso pode ser tranquilo. O problema é que Frontier possui apenas seis.
Samuel Grant, protagonista do momento mais chocante da temporada passada, nem aparece direito, mas em compensação Cobbs Pond ganha força. Clenna Dolan e Douglas Brown formam a parceria mais chata de todas, e Malcolm Brown mal tem relevância. Sokanon, uma das melhores, é meio deixada de lado. Pelo menos Michael Smyth parece mais consolidado, e é a melhor coisa da temporada. Grace Emberly também chama a atenção em seus momentos, mas infelizmente é pouco utilizada, assim como Lorde Benton.
Veredito
Se você assistiu às duas primeiras temporadas e gostou, provavelmente vai gostar dessa também. Caso elas não tenham te agradado, muito possivelmente o mesmo vai acontecer aqui. Infelizmente, a série parece evoluir na mesma medida em que retrocede, o que deixa uma sensação de estagnação. A fotografia de Frontier é belíssima e merece ser elogiada, e os três últimos episódios são cativantes de assistir. O restante do roteiro, no entanto, deixa muito a desejar. Nota final: 2,5/5.
{Nota: caso eu tenha usado algum termo desconhecido para vocês, meus queridos e queridas leitoras, não hesitem em acessar esse post aqui, ó: https://pitacosdoleleco.com.br/2017/07/11/glossario-do-leleco/}
{Nota nº 2: quer conhecer melhor a história do blog e os critérios utilizados? Seus problemas acabaram!! É fácil, só acessar esse link: https://pitacosdoleleco.com.br/2017/09/16/wiki-do-leleco/}
{Nota nº 3: bateu aquela curiosidade de saber qual exatamente é a nota das temporadas, sem arredondamentos? Se sim, dá uma olhada aqui nesse link. Se não, pode dar uma olhada também: https://pitacosdoleleco.com.br/2017/09/16/gabarito-do-leleco/}
~ OBSERVAÇÕES SPOILENTAS: NÃO LEIA A NÃO SER QUE JÁ TENHA VISTO A TEMPORADA INTEIRA. O AVISO ESTÁ DADO ~
- Tem tanta coisa que não faz sentido nessa temporada, acho que as observações vão ser compostas principalmente por isso. Vamos começar pela morte do Charlie. Sinceramente, não entendi por que não fizeram algum tipo de curativo ou pelo menos cauterizaram o ferimento dele. Velho, não tem nenhuma explicação plausível pra não terem feito isso. Até os homens das cavernas sabiam que não se pode deixar uma ferida aberta daquele jeito. Isso sem mencionar o Declan matando o amigo sufocado. Não poderia ter simplesmente enfiado uma faca no coração dele, como ato de misericórdia que é usado inclusive em ANIMAIS? Ai, como faz falta um bom roteiro.
- Ok, alguém entendeu o motivo pelo qual os soldados da CBH saíram de um MOTHERFUCKIN’ FORTE pra combater a galera em campo aberto? Tipo, era uma tropa grande dentro de muralhas gigantes contra um bando de camponeses desorganizados. Não era melhor ter mantido cerco e atacado os inimigos com as flechas ou algo assim? E pra piorar a situação, fizeram a cagada de sair no escuro, com umas míseras tochas pra iluminar o caminho. Conseguiram ser mais burros que um certo alemão no inverno russo.
- Podemos considerar que o CHESTERfield foi esquecido no forno? Tá bom, essa foi bem forçada.
- Beleza, a Chaulk conseguia esconder um cabelo ruivo gigante em um gorrinho. Não teria sido mais fácil pra ela raspar tudo, pra não correr riscos? Aaaaaaa, eu vou matar os roteiristas.
- Te Rangi e
Chapeleiro MalucoFortunato poderiam ser bons personagens, mas ficaram caricatos demais. O portuga ainda pode ser corrigido no futuro, mas mataram o outro sem muito desenvolvimento. E que agonia o cara chamar Te Rangi, tá conjugando verbo agora, porra. - Fiquei meio “wtf” quando o Declan zoou a Chaulk aquela hora em que desceram do navio. Ele ficando maluco quando tava bêbado foi divertido de ver, mas aquela hora foi tão nada a ver e fora do personagem que me deixou meio embaraçado.
- Alguém mata a Imogen pra ontem!!! Por favor, que seja a Mary.
- Ou, e é sério que fizeram o Samuel Grant matar a Carruthers na temporada passada pra NADA? Nesta temporada, ele simplesmente desapareceu e voltou só pra morrer – e que ridículo ele ter chegado na hora exata em que a Clenna confessou que queria ser testemunha. E outra, o Douglas Brown morreu ou nem? Não que eu me importe, mas fiquei curioso.
- Declan arrancando a coluna do cara poderia ter sido uma cena foda, mas pareceu uma forçação de barra pra deixar ele mais selvagem. E ele matando o Lorde Benton não foi a pior coisa pra mim, mostrou que o protagonista estava cansado, mas poderia ter sido melhor.
~ FIM DAS OBSERVAÇÕES SPOILENTAS. A PARTIR DAQUI PODE FICAR DE BOA SE VOCÊ AINDA NÃO VIU ~
+ Melhor personagem: Michael Smyth
Ele parece ser o único centrado e que realmente tá levando a sério sua missão, a maioria dos outros personagens parece dispersa. Grace Emberly poderia facilmente ter ganhado o prêmio novamente se tivesse tido mais tempo de tela, mas não foi o que aconteceu.
+ Melhor episódio: S03E05 (“House of the Lord”)
Apresentou coisas diferentes do habitual. Digno de nota.
+ Maior evolução: Cobbs Pond
Ele sempre pareceu ser apenas um pau mandado de Samuel Grant, mas amadureceu e demonstrou personalidade, com seu jeito sarcasticamente divertido.
Ei, você! Tudo joia? Pois é, eu também tô bem. E já que agora temos intimidade, comenta aí o que cê achou da temporada. Opiniões são sempre bem-vindas, e é importante lembrar que nos comentários spoilers estão liberados. Se você não quiser vê-los, corre logo pra assistir e depois volte aqui, beleza?