• Tudo pela audiência
Eu acho que já postei isso aqui uma vez, mas vou trazer de volta o tema. Na minha humilde opinião, terror e comédia são os gêneros mais complicados de se trabalhar no cinema. É muito difícil conseguir ser original, mas de vez em quando surge um filme capacitado. É o caso de Tarde da Noite com o Diabo.
Um apresentador de televisão da década de 70 tá desesperado por audiência. Depois de flertar com o topo do ramo por vários anos, ele se vê em declínio e tenta realcançar o estrelato em uma noite de Halloween, apostando no contato com o sobrenatural diante das câmeras.
Tarde da Noite com o Diabo não é um terror convencional. Normalmente, a estrutura do gênero é de apresentar os personagens, introduzir o elemento de medo e fazê-lo escalar aos poucos ao longo da duração, com sustos e gritos. A fórmula aqui é diferente, pois o filme passa metade do tempo só preparando o palco pro que tá por vir.
O formato simula parcialmente um documentário. A metragem de uma hora e meia busca exibir a totalidade de um programa de TV, com convidados, intervalos e “cenas exclusivas de bastidores”, causando uma imersão gigantesca. O roteiro gera alguns diálogos interessantes, ainda que não sejam inéditos no terror: embates entre céticos e crédulos, desenvolvimento de luto, tudo isso diante de uma plateia ávida por entretenimento.
O longa é sólido em sua maioria, mas escorrega um pouco no fim. A abordagem mais realista dá lugar a um familiar cenário de terror tradicional, que pra mim caiu um pouco demais no metafórico, quebrando parte do clima. Não posso reclamar das atuações, por outro lado, principalmente do protagonista interpretado por David Dastmalchian e da jovem Ingrid Torelli.
Tem também uma polêmica envolvendo o uso de IA em algumas artes do filme, mas eu vou deixar pra discutir esse assunto em um artigo futuro.
Tarde da Noite com o Diabo consegue trilhar um caminho diferente do que costumamos ver no terror, com uma proposta única e ótima ambientação. Pode até ter um fechamento meio caótico, mas é uma produção independente que vale a pena dar uma chance.
Nota: caso eu tenha usado algum termo desconhecido para vocês, meus queridos e queridas leitoras, não hesitem em acessar esse post aqui, ó: Glossário do Leleco
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Ei, você! Tudo joia? Pois é, eu também tô bem. E já que agora temos intimidade, comenta aí o que cê achou do filme. Opiniões são sempre bem-vindas, e é importante lembrar que nos comentários spoilers estão liberados. Se você não quiser vê-los, corre logo pra assistir e depois volte aqui, beleza?
