Marvel (MCU)

MCULeleco #33 – As Marvels (2023)

as marvels

• Entrelaçadas pela energia

Ai, geração woke, ai, não sei o quê, não sei o que lá, ai, muita lacração, ai, estão estragando a Marvel. Vira gente, pô. O filme de hoje foi boicotado e se tornou o primeiro longa do Universo Cinematográfico da Marvel a gerar um prejuízo à empresa, ou seja, gastou mais do que faturou. Eu considero que As Marvels seja um ótimo filme? Não. Eu acho que ele só recebeu o ódio que levou porque tem protagonistas mulheres? Com certeza. Sim, é verdade que Quantumania também não foi exatamente bem recebido pelo público, mas as proporções são outras. Agora, sem mais delongas, vamos ao pitaco.

 

Sinopse

Carol Danvers, Kamala Khan e Monica Rambeau estão conectadas. Quando uma delas solta um poder, troca de lugar com a outra – o que gera situações pra lá de inusitadas e perigosas. Com Nick Fury agindo como intermediário, como de costume, as três super-heroínas se reúnem pra acabar com a ameaça de Dar-Benn, que tem o objetivo de reverter um colapso ambiental em seu planeta natal e está disposta a causar uma fenda no espaço-tempo para isso.

Cabelo de Tempestade, dos X-Men

Crítica

Por onde começar? Vamos iniciar pela parte visual. Algo neste filme me desconectou frequentemente dele, sobretudo nas cenas no espaço sideral. Eu não sou muito de reclamar de CGI, e nem sei se é culpa propriamente dos efeitos especiais, mas algo na identidade visual de As Marvels me deu uma sensação de artificialidade genérica semelhante ao que ocorreu em Quantumania. É como se eu estivesse vendo cenas de um jogo de videogame. É claro que isso é apenas um detalhe, mas eu não poderia deixar de mencioná-lo.

Pra mim, o maior problema de As Marvels é que ele não consegue encontrar o ponto certo. O filme tem em mãos três personagens cujas atrizes desenvolveram uma boa química em tela. Brie Larson (Carol), Iman Vellani (Kamala) e Teyonah Parris (Monica) formam um trio agradável de acompanhar, com personalidades bem distintas que acabam se complementando, principalmente a parceria entre a Ms. Marvel e seu maior ídolo da vida, a Capitã Marvel. Em alguns momentos, a personagem da Monica fica um pouco sobrando, algo que foi pura e simplesmente falha do roteiro.

As cenas de ação são OK. Não são tão terríveis a ponto de você ficar incomodado com o que vê, mas estão longe de serem coreografias memoráveis. As melhores partes são quando as três protagonistas estão “trocando” os superpoderes, mas até isso acho que poderia ter rendido sequências mais dinâmicas e criativas. O trabalho de câmera também não ajuda, com um excesso de movimento que, novamente, contribui para aquela sensação de algo genérico.

A vilã é praticamente nula. Eu comentei com a minha namorada (ela gostou do filme mais do que eu) que o longa deveria se levar menos a sério e se aproveitar melhor do carisma de suas atrizes, em vez de investir em uma história com tons dramáticos. Traço um paralelo com Guardiões da Galáxia, em que o vilão Ronan não era lá grandes coisas, mas sua motivação era tão comum que isso contribuiu para potencializar os mocinhos. Em As Marvels, o enredo tenta dar profundidade a Dar-Benn e mostrar que ela não é uma antagonista por maldade, e que a Capitã Marvel tem uma parcela de culpa na situação. Contudo, isso não é bem trabalhando e mais atrapalha do que ajuda a trama.

As Marvels é um filme curto, mais um motivo pelo qual acho que teria funcionado melhor se o foco estivesse mais centrado no desenvolvimento de Carol, Kamala e Monica, sem aquela obrigatoriedade de construir algo grande por trás. Os arcos e personagens secundários (como a família da Kamala) são surpreendentemente legais, e a melhor parte do filme é aquela envolvendo os megagatos Flerken, provando mais uma vez que o longa se destaca quando aposta em arcos leves.

Será que o Nick Fury vai poder se aposentar algum dia?

Veredito

O Universo Cinematográfico da Marvel está em seu 33º filme. Se eu for separar os longa-metragens em duas metades, As Marvels ficaria no lado negativo. No entanto, isso não significa que ele seja a pior a coisa já feita na franquia e é óbvio que as críticas foram acima do tom simplesmente porque não são homens musculosos protagonizando a parada. O filme tem diversas fraquezas, uma história que faz pouco sentido e mais uma antagonista esquecível na saga, mas possui uma química inegável entre as personagens principais e boas ideias que se encorpam quando a obra não se leva tão a sério.

Como pode uma simples gata roubar tanto a cena, né

 

Aviso: Tem uma cena pós-créditos.

 

>> MCULeleco #21 – Capitã Marvel

>> WandaVision

>> Ms. Marvel

 

Nota: caso eu tenha usado algum termo desconhecido para vocês, meus queridos e queridas leitoras, não hesitem em acessar esse post aqui, ó: Glossário do Leleco

Nota nº 2: quer conhecer melhor a história do blog e os critérios utilizados? Seus problemas acabaram!! É fácil, só acessar esse link: Wiki do Leleco

Nota nº 3: pra saber sobre quais filmes eu já fiz críticas no blog, é só clicar aqui: Guia do Leleco: Filmes

Nota nº 4: sabia que eu agora tenho um canal no YouTube? Não? Então corre lá pra ver, uai: Pitacos do Leleco

 

~ OBSERVAÇÕES SPOILENTAS: NÃO LEIA A NÃO SER QUE JÁ TENHA VISTO O FILME. O AVISO ESTÁ DADO ~

 

  • Eu preciso começar falando da parte mais divertida do filme: os Flerken engolindo os tripulantes pra transportá-los nas naves. Sério, poderiam ter investido mais nisso; eu ri bastante, não vou negar. E o Nick Fury deu sorte de não ter sido arranhado no “olho bom”.
  • Outra parte divertida: a ida da Capitã Marvel até aquele planeta com a música como idioma e onde a gente descobre que a Carol se casou. Um musical do nada aparecendo no filme, achei bastante criativo e destoante em meio a tantas partes pouco inspiradas.
  • Bicho, não consegui entender qual era a da Dar-Benn. Que diacho de plano era aquele, pegar os dois braceletes e sei lá, abrir uma fenda no espaço-tempo pra conseguir recursos pro seu planeta destruído? É isso mesmo ou eu perdi alguma informação no meio do caminho? Faria sentido, porque a minha mente vagou em alguns momentos.
  • Hmm, então quer dizer que os Jovens Vingadores estão realmente saindo do papel? Kamala Khan será a Nick Fury da nova geração, considerando que ele parece não ter mais função na franquia?
  • Abri um sorrisão quando vi o Fera aparecendo junto com a Maria Rambeau, na realidade alternativa da Monica. Será que isso vai ter uma repercussão realmente importante na Marvel ou vai ser mais um exemplo de cena pós-créditos que acaba não levando a lugar algum?

 

~ FIM DAS OBSERVAÇÕES SPOILENTAS. A PARTIR DAQUI PODE FICAR DE BOA SE VOCÊ AINDA NÃO VIU ~

 

+ Melhor personagem: Kamala Khan (Ms. Marvel)
Eu gostei bastante da Carol neste filme, acho que a parte de humor dela ficou bem encaixada e poderia ter tido mais espaço
. Porém, Kamala Khan é quem conduz e dá vida à trama como um todo.

Nunca Às vezes conheça suas heroínas

 

Ei, você! Tudo joia? Pois é, eu também tô bem. E já que agora temos intimidade, comenta aí o que cê achou do filme. Opiniões são sempre bem-vindas, e é importante lembrar que nos comentários spoilers estão liberados. Se você não quiser vê-los, corre logo pra assistir e depois volte aqui, beleza?

Publicado por Luiz Felipe Mendes

Fundador do blog Pitacos do Leleco e referência internacional no mundo do entretenimento (com alguns poucos exageros, é claro).