• Uma maré de deuses
No momento em que escrevo este pitaco, Vikings: Valhalla já foi encerrada pela Netflix, com o planejamento original de três temporadas. Demorei a assistir à 2ª, mas aqui estou pra fazer as minhas considerações. Eu havia gostado bastante da 1ª, que voltou a me deixar empolgado com esse universo depois de uma reta final de muitos altos e baixos da série original. A 2ª é claramente inferior, mas ainda assim é um bom entretenimento.
Sinopse
Harald e Freydis tentam levar uma vida pacífica juntos, mas os seus caminhos divergem devido à sede de poder de Harald e à necessidade de Freydis de se conectar mais com a própria religiosidade. Harald então parte para uma jornada até Constantinopla ao lado de Leif e outros tripulantes, enquanto Freydis se instala em Jomsburgo, um paraíso para os aficionados às velhas tradições. Já na Inglaterra, os jogos de poder chegam a um novo patamar.
Crítica
A segunda temporada de Vikings: Valhalla começa muito devagar. Tão devagar que, depois de assistir aos dois primeiros episódios, parei de ver por meses antes de me convencer a continuar. Foi preciso insistir mais um pouco, porque a série demora a se colocar nos trilhos. No início, as histórias são excessivamente paradas ou simplesmente desinteressantes.
A partir do quarto episódio, mais ou menos, eu passei a assistir com mais interesse e vi logo três capítulos em sequência, se não me engano. Os arcos se encorparam e a ação fez com que a temporada deslanchasse. Não, eu não acho que uma série precise de ação pra ser boa. Porém, por se tratar de uma história de vikings, é natural que a gente espere por um pouco mais de batalha e um pouco menos de diálogos repetitivos.
Há uma característica na 2ª temporada de Vikings: Valhalla que é meio contraditória. Tanto no núcleo de Freydis quanto no de Harald e Leif, a trama criou uma sinergia com outros novos personagens que me agradou bastante – principalmente na jornada até Constantinopla, em que os tripulantes entraram na série como quem não queria nada e causaram dinâmicas bem legais de se ver. Infelizmente, o roteiro não aproveitou todo o potencial disso, não sei se porque poderia ter tido mais episódios ou por não saber balancear os demais arcos.
E, por falar nisso, tem coisa sobrando nesta 2ª temporada, a começar pelos anglo-saxões. Sinceramente, eu não consegui me importar com as maquinações de Emma e Godwin. Eu tinha gostado dos dois na 1ª temporada, quando o caminho deles estava entrelaçado com o dos protagonistas. Aqui, é como eles estivessem deslocados. Não sei se haverá alguma convergência na 3ª temporada, mas dava pra retirar todas as partes mencionadas e não só não teria feito diferença pro contexto geral, como poderia também ter aberto mais espaço pra histórias realmente relevantes.
As cenas de luta estão menos presentes, e não há uma sequência nem de perto tão boa quanto a batalha da ponte na 1ª temporada. Há um combate legal no último episódio da 2ª, mas não no mesmo nível de empolgação de outrora. Indo direto ao ponto, esta temporada não faz nada de melhor em comparação a anterior. Isso não significa que ela seja ruim, mas não há como negar que houve uma queda de nível.
Veredito
O 2º ano de Vikings: Valhalla preserva a identidade do 1º, mas seus atributos perdem força em comparação à temporada anterior. Bons personagens se veem em queda por culpa dos enredos morosos em que estão inseridos, a trama principal avança a passos lentos e a série perde boa parte de seu charme e do sentimento de empolgação. Ao longo dos episódios, ela vai melhorando, não vou ser injusto. Porém, a obra já mostrou que pode fazer melhor.
>> 1ª Temporada de Vikings Valhalla
Nota: caso eu tenha usado algum termo desconhecido para vocês, meus queridos e queridas leitoras, não hesitem em acessar esse post aqui, ó: Glossário do Leleco
Nota nº 2: quer conhecer melhor a história do blog e os critérios utilizados? Seus problemas acabaram!! É fácil, só acessar esse link: Wiki do Leleco
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~ OBSERVAÇÕES SPOILENTAS: NÃO LEIA A NÃO SER QUE JÁ TENHA VISTO A TEMPORADA INTEIRA. O AVISO ESTÁ DADO ~
- Cara, eu gostava da Rainha Emma na 1ª temporada, mas que desnecessário toda aquela tortura com a Elfuína lá. Era óbvio que ela não sabia de nada, e a sua morte não levou a lugar algum. Se a Emma desconfiava tanto do Godwin, que mandasse prendê-lo então. E o melhor que ela pôde fazer foi entregar o anel daquele The Bear (não confundir com a outra série) pra Gytha?
- Que satisfação ver o Harekr sendo apedrejado pelo povo, mas aquilo tudo só me fez refletir no quanto as pessoas são manipuláveis. A mesma galera que apedrejou o Harekr foi a que acreditou, sem questionar, que o Jorundr (R.I.P.) havia matado a Freydis sem que houvesse qualquer prova concreta disso.
- Certo, era pra lá de óbvio que o “filho” do Vitomir na verdade era uma garota, mas beleza. Independente disso, não sei o que achei da Elena, sendo bem sincero. Por um lado, achei massa ela e as outras garotas salvando o Harald e o Leif naquele acampamento pechenegue. Mas sei lá, achei que ela foi meio mal desenvolvida, inclusive aquele romance com o Harald. Surgiu no penúltimo episódio, e no último ela já se tornou Imperatriz de Constantinopla. Foi tudo muito rápido.
- Ok, a Freydis tacando fogo nos barcos do Olaf e depois matando-o com uma lança transpassada no peito foi sensacional.
- E pensar que eu gostei tanto do Rei Canute na 1ª temporada. Nesta, ele demorou um tempão pra voltar e, quando apareceu, foi só pra consolidar o plano do Godwin. Bela participação, amigo!
- Pessoas que a gente sabe que vão morrer em breve e ainda assim nos regozijamos quando isso acontece: aquele traficante de escravos. Só achei esquisito que aquelas garotas o esfaquearam todinho e o navio sequer ficou sujo de sangue. Ok, então.
- Mano, eu espero que o Leif nunca se apaixone por mim, sério. Liv já foi, agora a Mariam… garotas de Constantinopla, tomem cuidado.
~ FIM DAS OBSERVAÇÕES SPOILENTAS. A PARTIR DAQUI PODE FICAR DE BOA SE VOCÊ AINDA NÃO VIU ~
+ Melhor personagem: Freydis Eriksdotter
Eu quase coloquei o Leif aqui porque, mesmo achando a Freydis muito boa desde o início da temporada, a história dela estava tão chata que eu quase a “penalizei” por isso. Contudo, a trama de Jomsburgo melhorou e eu pude colocar a Protetora da Fé aqui sem peso na consciência.
+ Melhor episódio: S02E05 (“Birth and Rebirth)
Pra mim, não houve nenhum capítulo que realmente tenha se destacado acima dos demais, mas escolhi este daqui porque foi o que fisgou de vez a minha atenção em relação a todas as tramas da temporada.
Ei, você! Tudo joia? Pois é, eu também tô bem. E já que agora temos intimidade, comenta aí o que cê achou da temporada. Opiniões são sempre bem-vindas, e é importante lembrar que nos comentários spoilers estão liberados. Se você não quiser vê-los, corre logo pra assistir e depois volte aqui, beleza?