• Colocando-se no lugar do outro
Oito amigos se reencontram quando um deles tá prestes a se casar. Em uma noite de jogos, uma brincadeira que consiste em assumir o corpo um do outro logo começa a dar errado.
Essa sinopse me fez jurar que o filme teria espíritos e possessões. Com toques de suspense, terror e ficção científica, não há como negar que Identidades em Jogo me surpreendeu em vários sentidos.
O conceito de pegar uma máquina capaz de transferir a consciência de uma pessoa pra outro corpo e fazer essa história girar em torno de um jogo bobo parecido com Lobisomem é uma decisão curiosa por parte do roteiro. A ideia de transformar algo revolucionário em uma coisa banal concede um charme único ao filme, que tenta fugir constantemente do óbvio.
É aí que surgem algumas questões que podem afetar negativamente a experiência. A premissa parece atraente no papel, mas flerta perigosamente com uma complexidade excessiva que torna o entendimento meio difícil em certos momentos. Eu não costumo ficar pausando e voltando os filmes que assisto, mas não pude evitar fazer isso com Identidades em Jogo.
O diretor Greg Jardin faz o que pode pra mastigar a trama o máximo possível e evitar o sentimento de confusão, mas nem sempre é bem-sucedido. O trabalho de câmera e a edição são partes importantes disso, pois variam entre momentos de real inspiração artística e sequências que dificultam ainda mais o senso de localização narrativa.
Mesmo com esses probleminhas, é um filme com coisas positivas a oferecer. Ele faz um bom trabalho ao nos ambientar naquela noite entre amigos, como se estivéssemos observando nas sombras. Os personagens são básicos, mas isso não chega a incomodar, porque o longa se aproveita muito bem dessa simplicidade estrutural.
Identidades em Jogo oferece uma dinâmica caótica e que progride a cada cena. O filme poderia ter desenvolvido melhor algumas de suas próprias concepções, como as relações de gênero dentro do jogo, e é inconstante ao passear entre o instigante e o desordenado. Porém, eu o indicaria facilmente pra uma sessão sem compromisso.
Nota: caso eu tenha usado algum termo desconhecido para vocês, meus queridos e queridas leitoras, não hesitem em acessar esse post aqui, ó: Glossário do Leleco
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Ei, você! Tudo joia? Pois é, eu também tô bem. E já que agora temos intimidade, comenta aí o que cê achou do filme. Opiniões são sempre bem-vindas, e é importante lembrar que nos comentários spoilers estão liberados. Se você não quiser vê-los, corre logo pra assistir e depois volte aqui, beleza?
