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Planeta dos Macacos #01 a #03 – A Trilogia de César (2011/14/17)

planeta dos macacos trilogia

• Evolução natural

Em meio à minha maratona do Oscar 2025, fiquei pensando no que fazer com Planeta dos Macacos: O Reinado. Me dava uma certa agonia falar deste filme sem ter críticas publicadas da trilogia da década de 2010, que eu já havia assistido antes (não confundir com a saga de 1960/70). Por isso, decidi revisitar os três primeiros capítulos do reboot, focados na história de César. Não vou soltar spoilers detalhados, mas naturalmente precisarei citar alguns eventos como forma de contextualização.

 

Planeta dos Macacos: A Origem Ave, César!

Um cientista descobre uma potencial cura para o Alzheimer e realiza os testes em macacos. Um desses animais demonstra sinais impressionantes de inteligência, dando credibilidade à fórmula. No entanto, fortes efeitos colaterais em humanos estão no horizonte.

Eu assisti a este filme na época em que foi lançado, algumas vezes aleatórias depois disso, mais uma quando fui pegar a sequência da trilogia completa, e agora. Ainda o considero como um sólido início da trilogia, com partes bastante icônicas e efeitos visuais que se sustentam até hoje. Contudo, ele é o menos inspirado dos três.

A direção de Rupert Wyatt não é ruim, mas não faz nada de muito marcante. O roteiro tem uma boa premissa e o terceiro ato é incrível, mas alguns personagens são quase quadrinhescos, a exemplo dos antagonistas interpretados por Tom Felton, o nosso eterno Malfoy, e David Oyelowo, e o romance é pra lá de sem sal. James Franco é um protagonista decente e possui uma boa motivação, mas tudo relacionado a César e aos demais macacos é bem mais interessante do que o núcleo dos humanos.

Planeta dos Macacos: A Origem é uma introdução que cumpre o seu propósito e pela qual eu tenho um certo apreço pessoal, por ter visto tantas vezes na minha adolescência. Deixando isso de lado e analisando friamente, fica bem óbvio que a melhor parte desta trilogia ainda está por vir, tanto na ação quanto no drama.

Aesthetic

Planeta dos Macacos: O Confronto O sonho do oprimido

Uma década depois da humanidade ser arrasada por um vírus criado em laboratório, os macacos liderados por César prosperam nos arredores de São Francisco, pelo menos até a chegada de humanos à procura de uma represa pra produzir energia.

Sabe aquela frase batida de que “quando a educação não é libertadora, o sonho do oprimido é se tornar o opressor?”. Bom, ela é muito condizente com o arco de Koba em Planeta dos Macacos: O Confronto. Neste segundo filme da trilogia, temos evoluções em todos os aspectos cinematográficos. O enredo tá bem mais maduro e constantemente traça paralelos com o que a gente vive dentro da própria sociedade humana, mas o que mais chama a atenção é a parte sensorial.

A direção de arte é simplesmente linda e a ambientação é de cair o queixo. Eu não me surpreenderia se ficasse sabendo que Neil Druckmann se inspirou neste filme pra construção de mundo do game The Last of Us II. As ruas arrasadas e tomadas pela natureza compõem um cenário melancólico e ao mesmo tempo belo. O diretor Matt Reeves dá uma toque de identidade inegável à trilogia e potencializa tudo que tá em volta.

Planeta dos Macacos: O Confronto comete a proeza de contar uma história extremamente humana, pegando emprestadas as figuras dos nossos primos distantes. A ação é muito bem coordenada, a atuação de Andy Serkis como César atinge um novo nível e os personagens têm mais presença – novamente, os macacos são bem mais cativantes do que as próprias pessoas.

Curiosidade: Malcolm foi assassinado fora das telas pelo Coronel, vilão do terceiro filme

Planeta dos Macacos: A Guerra Mudança de império

Alguns anos após o conflito iniciado por Koba, a comunidade de César vive escondida dos soldados humanos liderados pelo inescrupuloso Coronel. Os animais vislumbram uma oportunidade de fugir e ir morar em outro local, mas uma tragédia coloca o líder deles no caminho da vingança pessoal.

Um dos meus aspectos favoritos de A Guerra é que ele se recusa a fazer o óbvio. A Origem O Confronto se assemelham muito ao modelo dos dois primeiros filmes de O Senhor dos Anéis – a introdução no primeiro e o desenvolvimento no segundo, com uma batalha épica inserida nele. A Guerra poderia seguir o mesmo caminho de O Retorno de Rei e concluir a história com um conflito de gigantescas proporções, mas não é isso que ele faz.

Embora a conclusão de Planeta dos Macacos seja fabulosa, não é da maneira que a gente espera. Em vez de preparar o terreno pra uma briga derradeira entre macacos e humanos, a trama investe em uma motivação por vingança que torna o enfrentamento muito mais pessoal. Além disso, a batalha final acontece quase por acaso e os agentes envolvidos não são aqueles que poderíamos imaginar. O arco do vilão acaba de um jeito propositalmente anticlimático, e o roteiro brinca bastante com as nossas expectativas. Pra melhorar, temos aqui o auge do desenvolvimento de personagens, em que mais conseguimos nos importar com o conjunto e o destino de cada um deles.

Planeta dos Macacos: A Guerra subverte o que se esperava dele e aposta em uma história mais dramática e que atinge o fundo do poço de um modo que ainda não havia ocorrido antes. Pra mim, fecha a trilogia com chave de ouro e é uma produção de vários méritos nos efeitos visuais e sonoros, na caracterização dos personagens, no enredo e na cadência da narrativa.

Um dia de batalha na Patrulha da Noite

 

+ Veredito
Eu tinha uma memória muito nítida de que todos os filmes da trilogia Planeta dos Macacos eram do mesmo nível. Vendo os três em sequência pela segunda vez, mudei de ideia. O segundo é melhor do que o primeiro, e o terceiro é melhor do que o segundo. A história comandada pelo excelente protagonista César melhora gradualmente a cada longa, conta com ótimos coadjuvantes e vilões, como Maurice e o Coronel, respectivamente, a trilha sonora e os efeitos visuais são fora da curva e a franquia explora de forma potente a humanidade como um todo.

Um dos melhores personagens recentes da ficção

 

Nota: caso eu tenha usado algum termo desconhecido para vocês, meus queridos e queridas leitoras, não hesitem em acessar esse post aqui, ó: Glossário do Leleco

Nota nº 2: quer conhecer melhor a história do blog e os critérios utilizados? Seus problemas acabaram!! É fácil, só acessar esse link: Wiki do Leleco

Nota nº 3: pra saber sobre quais filmes eu já fiz críticas no blog, é só clicar aqui: Guia do Leleco: Filmes

Nota nº 4: sabia que eu agora tenho um canal no YouTube? Não? Então corre lá pra ver, uai: Pitacos do Leleco

 

Ei, você! Tudo joia? Pois é, eu também tô bem. E já que agora temos intimidade, comenta aí o que cê acha dos filmes. Opiniões são sempre bem-vindas, e é importante lembrar que nos comentários spoilers estão liberados. Se você não quiser vê-los, corre logo pra assistir e depois volte aqui, beleza?

Publicado por Luiz Felipe Mendes

Fundador do blog Pitacos do Leleco e referência internacional no mundo do entretenimento (com alguns poucos exageros, é claro).