• O declínio da diva
A famosa cantora de ópera Maria Callas lida com as frustrações causadas pelo avanço da idade e o declínio de sua voz, enquanto pensa na própria autobiografia.
Maria Callas é o tipo de filme que eu jamais assistiria se não fosse o Oscar, e que provavelmente jamais verei de novo. Eu não sou o maior fã de ópera, até por isso não gostei tanto do curta A Única Mulher na Orquestra, mas uma história bem contada me agrada independentemente de sua temática.
Com direção de Pablo Larraín, Maria Callas é bastante conceitual. Se você se amarra em simetria, enquadramentos perfeitamente centralizados e movimentos de câmera firmes e suaves, este filme vai te impressionar. Esteticamente, ele se assemelha a uma obra de arte renomada exposta na sala de um importante museu.
Angelina Jolie entrega uma grande atuação. Vou ser sincero, porém: não é o tipo de interpretação que me atrai tanto. Como base de comparação, é como Bradley Cooper em Maestro. Eu não pude deixar de sentir, em ambos os casos, que os atores estavam trabalhando já pensando nas possíveis premiações, em vez de realmente viver seus personagens com naturalidade. Não tô dizendo que isso foi o que de fato ocorreu, apenas a minha sensação.
A protagonista de Maria Callas é uma legítima diva. Nós sabemos que ela tem muito talento, mas não deixa de ser uma figura antipática. O mordomo e a governanta da casa servem como elementos de contraste – ambos são simpáticos, amorosos e preocupados, e representam o oposto da personalidade da artista. Essa dinâmica entre as partes é realmente muito boa.
Na superfície, é um filme artisticamente bonito, mas eu senti falta de uma maior profundidade. Pra ser justo, temos mais noção de quem Maria Callas foi do que Bob Dylan em Um Completo Desconhecido. Ainda assim, eu senti que o roteiro se concentrou tanto na caracterização, nas atuações e na fotografia que a trama em si às vezes fica desinteressante.
Maria Callas tem qualidade mais do que suficiente pra chamar a atenção de quem se interessa por ópera, estética europeia e interpretações teatrais. Pro meu gosto, é um filme com boas cenas e uma história coesa, mas pouco marcante.

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