Filmes Solo, Quadros

Advogado do Diabo (1997)

• O filme que é pecado não assistir

 

Advogado do Diabo é um filme que eu sempre vi na minha prateleira, meus pais sempre elogiavam mas que mesmo assim (pasmem!) eu nunca havia visto. E se você me perguntar o porquê, eu não vou saber te responder.
Pois bem. O enredo é sobre um advogado que é foda pra caralho e que nunca perdeu um caso em toda sua vida. Já defendeu bandidos, pedófilos, assassinos, ladrões, tudo pelo dinheiro e pela fama de ser “invencível”. De repente ele é contratado e se muda para Nova York, vivendo em puro luxo ostentação e cada vez mais consolidando sua fama de nunca perder. Nesse caminho, ele se envolve cada vez mais com o trabalho e com o seu chefe, John Milton, que é adepto da vida de não chamar atenção.
A trama do filme é sensacional. As atuações, mais ainda. Al Pacino reina absoluto e uma das cenas finais com ele parecia que vinha de um conjunto de pensadores filosóficos. Keanu Reeves e Charlize Theron também estão bem, mas o destaque vai mesmo pro rei Al Pacino.
Outro ponto importante é a representação do Pecado. Em todo momento o filme brinca com isso de diversas maneiras, e o clima tenso colabora para o suspense crescente em relação à esta representação. E logo aí já toquei em outro ponto positivo: o suspense de dar inveja a qualquer filme de terror por aí.
As cenas de desespero das mulheres (sobretudo as de Mary Ann, a esposa do protagonista Kevin) são de dar raiva. Não de ficar com raiva delas, mas do fato do personagem principal não perceber as coisas que estão erradas em tooooda aquela situação. E só de dar esta emoção, dá pra concluir que os momentos foram muito bem feitos.
Agora, o ponto principal. A obra de arte. A cena que deixa qualquer um de olhos vidrados e olhando pra tela da TV tentando absorver tudo ali. Aquele momento chave que prende a atenção e fica na sua memória: o discurso final do Milton.
Pqp. Aquele discurso é muito foda. O que mais me impressiona é que a cena é bem longa, e decorar todas as falas deve ter sido extremamente complicado. A intensidade das falas do personagem Milton e o significado por trás delas é mais poderoso que um golpe do Montanha de GoT.
Minha nota é 5, sem dó. Eu daria 4,5, mas com a presença da Charlize Theron não tem nem como eu fazer isso O conjunto é excelente – talvez o final não tenha agradado a todos, mas eu achei bem coerente com a mensagem que o filme queria passar. Mas cá entre nós, um filme com o Neo, o Michael Corleone e a Furiosa não teria como ser ruim, né?

Mary Ann depois de se revoltar com a vida
Mary Ann depois de se revoltar com a vida

 

~ OBSERVAÇÕES SPOILENTAS: NÃO LEIA A NÃO SER QUE JÁ TENHA VISTO O FILME. O AVISO ESTÁ DADO ~

 

  • Provavelmente ninguém nunca vai representar um Diabo melhor do que o Al Pacino, isto é fato.
  • Que coisa bizarra aquela parte do bebê segurando os ovários da Mary Ann. Chega arrepia.
  • Filmes de julgamentos sempre serão os melhores.
  • E aquele final? Será que aconteceria tudo de novo, o Kevin cometendo os mesmos erros?
  • Tópico reservado só pra destacar o quanto o Al Pacino é um puta ator.
  • Os efeitos de distorção nos rostos dos personagens foram bem macabros, estilo filme de terror.
  • E pensar que o Milton/Diabo tinha avisado o Kevin várias vezes sobre os perigos de suas escolhas…
  • #nãovaiteranticristo
  • A parede da casa da Mary Ann teria realmente ficado melhor na cor verde.

 

~ FIM DAS OBSERVAÇÕES SPOILENTAS. A PARTIR DAQUI PODE FICAR DE BOA SE VOCÊ AINDA NÃO VIU ~

 

+ Melhor personagem: John Milton
Essa foi a minha escolha mais fácil de melhor personagem até agora. Al Pacino tá monstruoso no papel e trinta níveis acima do resto do elenco.

"A vaidade é meu pecado favorito"
“A vaidade é meu pecado favorito”

Publicado por Luiz Felipe Mendes

Fundador do blog Pitacos do Leleco e referência internacional no mundo do entretenimento (com alguns poucos exageros, é claro).