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ClubedeCinema #13 – Camponeses (2023)

camponeses

• Sociedade retrógrada

Por pressão familiar e social, a jovem Jagna se casa com o velho Boryna, o fazendeiro mais rico do vilarejo. O sofrimento da garota ganha ainda mais força por ela ser apaixonada por Antek, filho de Boryna, algo que gera um crescente burburinho na região.

Não tem como não começar a crítica falando sobre o estilo artístico de Camponeses. Se o filme não tivesse um enredo estruturado e fosse somente um apanhado de imagens, ele já seria belíssimo por si só. Cada segundo compõe uma obra de arte, e daria facilmente pra pausar em qualquer momento e utilizar a cena retratada como descanso de tela.

Dito isso, eu demorei um pouco a me conectar com Camponeses, ao contrário do que aconteceu com o excelente Com Amor, Van Gogh, trabalho anterior do casal que dirige este filme, e que segue os mesmos moldes visuais. A narrativa não me prendeu logo de cara e as relações entre personagens me pareceram meio confusas, sobretudo na primeira meia hora. Além disso, eu não me investi tanto na “história de amor” de Jagna e Antek. Sim, eu sei que era uma crítica à sociedade da época, mas ainda assim não me senti impelido a acompanhar aquela jornada.

A partir do momento em que os outros habitantes do vilarejo ganham mais espaço e passam a dividir o tempo de tela com Jagna, o filme melhora consideravelmente. Eu me senti bastante revoltado com as situações retratadas e a reta final me deixou muito atento. Por causa das injustiças exploradas pela trama, dá vontade de ver a protagonista conseguindo algum tipo de vingança, mas a última sequência é tão bem construída que é capaz de simbolizar um sentimento de liberdade que contrasta totalmente com os minutos anteriores.

Camponeses é uma obra de arte ambulante que te coloca dentro de um recorte específico da História e mostra as consequências negativas do patriarcado desde que o mundo é mundo. Sem saber, eu e meus amigos assistimos ao filme dublado em inglês, sendo que o idioma original é polonês, e isso atrapalhou um pouco a experiência. Talvez, no futuro, eu revisite o longa para obter novas percepções.

Midsommar (2019)

 

CURIOSIDADES

  • Todas as cenas foram gravadas e depois pintadas por mais de 100 artistas. O filme ultrapassa a marca de 40 mil pinturas, com 6 pinturas a cada segundo da duração.
  • Os artistas responsáveis pelo extenso trabalho de pintura do filme utilizaram 1.350 litros (300 galões) de tinta.
  • Todas as danças representadas em tela são fiéis à cultura polonesa do passado e do presente.
  • A atriz Kamila Urzedowska foi escolhida para o papel principal de Jagna após uma audição com cerca de 600 candidatas.

 

FICHA TÉCNICA

Nome original: Chlopi
Duração: 1h54
País: Polônia, Sérvia e Lituânia
Diretores: DK Welchman, Hugh Welchman
Elenco principal: Kamila Urzedowska, Robert Gulaczyk, Miroslaw Baka, Sonia Mietielica, Ewa Kasprzyk

 

NOTAS

Leleco: 3,5/5
Brenno: 2,0/5
Quiste: 3,5/5
Ricardo: 3,5/5

 

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Nota: caso eu tenha usado algum termo desconhecido para vocês, meus queridos e queridas leitoras, não hesitem em acessar esse post aqui, ó: Glossário do Leleco

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Ei, você! Tudo joia? Pois é, eu também tô bem. E já que agora temos intimidade, comenta aí o que cê achou do filme. Opiniões são sempre bem-vindas, e é importante lembrar que nos comentários spoilers estão liberados. Se você não quiser vê-los, corre logo pra assistir e depois volte aqui, beleza?

Publicado por Luiz Felipe Mendes

Fundador do blog Pitacos do Leleco e referência internacional no mundo do entretenimento (com alguns poucos exageros, é claro).