• Contra a opinião pública
O cientista Bob Edwards convida a enfermeira Jean Purdy e o obstetra Patrick Steptoe a participar de um projeto que daria à luz a fertilização in vitro.
Não confundir este filme com Joy: O Nome do Sucesso, com a Jennifer Lawrence. Joy é um drama biográfico sobre os pioneiros de um tratamento que tornou possível o sonho de ter filhos pra muita gente, dando destaque pra figura de Jean Purdy, que jamais foi reconhecida como deveria quando ainda estava viva.
Joy segue um modelo parecido com outras biografias científicas ambientadas no século XX. É possível ver elementos de A Teoria de Tudo, Estrelas Além do Tempo, até mesmo do recente Batalhão 6888 – todos eles têm em comum a busca pela ciência e os obstáculos que pessoas à frente de suas gerações precisaram passar pra alcançar o progresso. Nesse sentido, Joy não tem uma narrativa tão original e pouco se diferencia de outros exemplos do gênero.
Por outro lado, a trama é muito interessante, sobretudo por não ser tão retratada no cenário audiovisual. Eu mesmo não fazia ideia de nada a respeito do desenvolvimento da FIV, e é sempre bom conhecer esse tipo de história. Não há nenhuma atuação fora da curva, mas o trio formado por Thomasin McKenzie, James Norton e Bill Nighy é competente. O roteiro navega por águas conhecidas, como eu citei no parágrafo anterior, com curvas dramáticas familiares. Ainda assim, é algo que funciona dentro da proposta.
A passagem do tempo soa um pouco arbitrária às vezes, e eu gostaria de ter pegado mais detalhes sobre o processo de falhas consecutivas até o sucesso. Tudo isso ficou meio abstrato na minha cabeça, mas talvez seja mais porque eu sou curioso. Como Joy não se trata de um documentário, pode se dar ao luxo de pegar recortes e avançar por etapas que o roteiro julga como menos necessárias.
Joy é mais uma daquelas histórias inspiradoras que mostram o que há de melhor e pior no ser humano. De um lado, a missão de ajudar o próximo e a vontade de fazer o bem. Do outro, a ignorância e o dogmatismo religioso. É um filme que dificilmente alguém não vai gostar, pois aposta no simples e faz isso dar certo.

CURIOSIDADES
- Tanto os roteiristas quanto o diretor têm uma história pessoal com a fertilização in vitro. Louise Brown, primeira pessoa a nascer através da FIV, elogiou o filme e até chegou a visitar o set.
- Em entrevistas após o lançamento do filme, Louise Brown lamentou que o tratamento moderno da FIV seja tão inacessível para pessoas de baixa renda, indo na contramão da ideia de quem o idealizou.
- A placa inaugurada em 2015 em homenagem a Jean Purdy foi apresentada ao mundo por Andrew Steptoe, da Real Sociedade Britânica de Biologia, filho de Patrick Steptoe.
- Coincidentemente, Jean Purdy foi enterrada em Grantchester, mesmo nome de uma série estrelada por James Norton (que interpreta Bob) entre 2014 e 2019.
FICHA TÉCNICA
Nome original: Joy
Duração: 1h55
País: Reino Unido
Diretor: Ben Taylor
Elenco principal: Thomasin McKenzie, James Norton, Bill Nighy, Joanna Scanlan, Tanya Moodie, Rish Shah, Ella Bruccoleri
>> Clique aqui para conferir todos os filmes avaliados nas Curtinhas do Leleco
Nota: caso eu tenha usado algum termo desconhecido para vocês, meus queridos e queridas leitoras, não hesitem em acessar esse post aqui, ó: Glossário do Leleco
Nota nº 2: quer conhecer melhor a história do blog e os critérios utilizados? Seus problemas acabaram!! É fácil, só acessar esse link: Wiki do Leleco
Nota nº 3: pra saber sobre quais filmes eu já fiz críticas no blog, é só clicar aqui: Guia do Leleco: Filmes
Nota nº 4: sabia que eu agora tenho um canal no YouTube? Não? Então corre lá pra ver, uai: Pitacos do Leleco
Ei, você! Tudo joia? Pois é, eu também tô bem. E já que agora temos intimidade, comenta aí o que cê achou do filme. Opiniões são sempre bem-vindas, e é importante lembrar que nos comentários spoilers estão liberados. Se você não quiser vê-los, corre logo pra assistir e depois volte aqui, beleza?