Ficção científica, Séries

Doctor Who: 7ª Temporada (2012/13)

• Geronimo!

Como acontece com todo ciclo, o de Matt Smith em Doctor Who se encerrou.
Nós, fãs da série, já deveríamos ter nos acostumado com isso. A gente sabe que o Doutor sempre vai mudar, a gente sabe disso. Então por que é que sempre sofremos? Quando o Eccleston regenerou, eu não senti taaanta coisa, porque não tive muito tempo para me afeiçoar de verdade ao Nono Doutor. Com o Décimo, por outro lado, eu tive um misto de sentimentos, mas o que mais prevaleceu foi uma sensação de expectativa: estava muito curioso para ver o que Matt Smith traria a série. Com a saída dele, fiquei com uma sensação de incerteza. Que tipo de Doutor seria o Peter Capaldi?
Hoje que estou atualizado em Doctor Who, eu já sei a resposta para esta pergunta. Na época, no entanto, eu não fazia ideia. E como eu estou aqui para falar sobre a sétima temporada, vou redigir como se eu tivesse acabado de assistir. Hora de atuar para vocês.
O sétimo ano da série do nosso querido Time Lord foi bem sobre ciclos. Isto porque não é só Matt Smith que se despede, mas sim todos que cresceram junto a ele. Surge uma nova personagem, a enigmática Clara Oswald, um amorzinho de mulher. Ela aparece logo no primeiro capítulo oficial, porque toda vez as temporadas de DW possuem uns episódios que eu nunca sei qual é a ordem. De qualquer maneira, tá lá escrito como episódio 1: “Asylum of the Daleks”.
Clara começa como uma personagem secundária, uma daquelas típicas aparições que se tornam importantes em um episódio, e depois são esquecidas. Contudo, ficava no ar a sensação de que havia algo inacabado. O ciclo de Clara não se acabara naquele momento. E de fato ela volta, sua história é bastante interessante e nos deixa curiosos sobre o porquê de sua existência. É um sentimento diferente que eu tive com Amy e Rory, por exemplo. No começo, é muito fofinha a introdução da senhora Pond como personagem, mas com o tempo ela perde esse quê misterioso.
Rose Tyler era destemida, a companheira perfeita do Doutor em aventuras mais agitadas. Martha Jones era corajosa, e se não fossem os sentimentos que ela nutria pelo nosso Senhor do Tempo, teria sido ainda melhor que Rose. Donna Noble era não somente a companheira do Doutor, mas também uma espécie de “choque de realidade” – ela não abaixava a cabeça para ele nem ninguém, e não tinha medo de apontar os seus erros. Sem contar que foi a primeira a não contar com um ar romântico, o que foi um bom aspecto.
Amy Pond, por sua vez, tem um certo afeto pelo Doutor, mas passa longe de ser um drama. Esse lado da personagem expõe exatamente o que ela transmite: diversão. Ela é de longe a mais divertida das companions até então, e Rory a completa com aquele jeito meio aéreo. Clara Oswald segue um viés diferente, e acaba sendo uma mistura de todas. Destemida, corajosa e com um certo tom brincalhão, não parece ser um interesse amoroso do Doutor. Ainda é muito pouco para concluir sobre esta personagem, mas esta foi a primeira impressão que tive.
Deixando as personagens um pouco de lado, a sétima temporada está longe de ser ruim, bem longe. Contudo, é provavelmente a mais fraca de Matt Smith. Sim, temos dinossauros e espaçonaves, cowboys tecnológicos, cubos misteriosos, anjos, bonecos de neve, deuses antigos, entre outros, mas várias dessas tramas não são tão interessantes quanto parecem. Um certo capítulo que parecia que seria algo tão espetacular que faria parar os dois corações de cada fã da série, foi somente um episódio muito bom em sua essência.
Esta temporada é dividida em duas metades. A primeira é consideravelmente mais fraquinha, enquanto a segunda alterna entre bons e ótimos momentos. Ah, e não tô nem aí se alguns lugares consideram os episódios “The Day of the Doctor” e “The Time of the Doctor” como especiais fora da temporada, eu vou colocar eles aqui na sétima e foda-se. Vai me prender, BBC? Quer um pedaço de mim?
Tá, apesar do drama, é bem mais fácil se eu fizer desse jeito. No app do TVShow Time, por exemplo, eles colocam como especiais dentro da temporada. Em outros lugares, porém, eles separam. Eu sou adepto da primeira opção. E por que tô falando tanto disso? Porque são episódios importantíssimos, que mexem com os sentimentos dos fãs de diferentes maneiras.
Na ordem do ciclo de Matt Smith, o seu primeiro ano foi o melhor e o último o mais abaixo das expectativas. Para mim, foi o Doutor com os melhores enredos até o momento, algo que eu sentia um pouco de falta na época do Tennant. Embora o Décimo Doutor contasse com ótimas histórias, pelo menos umas cinco em cada temporada eram bem mais ou menos. Já o Décimo Primeiro teve o privilégio de ter consigo bons episódios em sua maioria, e ter sido o centro de uma mudança que eu apreciei demais na série, que é a existência de uma história principal que se desenvolve até mesmo nos fillers, o que os torna não tão fillers assim.
A sétima temporada é uma bela despedida para Matt e (quase!) tudo que veio com ele. Embora seja um pouco inferior às outras, é aqui que temos, disparadamente, a melhor cena deste Doutor. Você fará falta, querido Homem Maltrapilho. Mas não soframos: Capaldão tá batendo na porta. Geronimo!

 

{Nota: caso eu tenha usado algum termo desconhecido para vocês, meus queridos e queridas leitoras, não hesitem em acessar esse post aqui, ó: https://pitacosdoleleco.com.br/2017/07/11/glossario-do-leleco/}

{Nota nº 2: quer conhecer melhor a história do blog e os critérios utilizados? Seus problemas acabaram!! É fácil, só acessar esse link: https://pitacosdoleleco.com.br/2017/09/16/wiki-do-leleco/}

{Nota nº 3: bateu aquela curiosidade de saber qual exatamente é a nota desta temporada, sem arredondamentos? Se sim, dá uma olhada aqui nesse link. Se não, pode dar uma olhada também: https://pitacosdoleleco.com.br/2017/09/16/gabarito-do-leleco/}

 

~ OBSERVAÇÕES SPOILENTAS: NÃO LEIA A NÃO SER QUE JÁ TENHA VISTO A TEMPORADA INTEIRA. O AVISO ESTÁ DADO ~

 

  • Se você está se perguntando qual é o melhor momento de Matt Smith que eu mencionei no final do pitaco, aqui vai a resposta: o discurso do episódio 7, “The Rings of Akhaten”. Eu me lembro que durante um tempo, eu ficava reassistindo de vez em quando só para poder chorar. Era minha rotina – primeiro eu via o final do episódio do Van Gogh, depois eu via esse discurso, então eu assistia novamente à despedida do Matt. Vou falar mais sobre ela abaixo. Contudo, sobre o discurso que o Doutor fez para aquele deus antigo, ordenando que ele retirasse suas memórias, velho….. tô arrepiando neste exato momento, enquanto escrevo. O episódio é até comunzão, mas essa parte o torna único. Assim como o do Van Gogh.
  • Sobre o monólogo de despedida do Matt. Vai se foder. Se você achava que “I don’t wanna go” partia o coração, é porque não tinha visto esse ainda. Juro que no momento em que a Amy apareceu, eu não aguentei. Aaaaaah, vou chorar de emoção, que saudades dessa época da série.
  • Arthur Weasley não deveria ficar tão surpreso com os dinossauros em uma espaçonave. O cara tá acostumado com vassouras voadoras e magos das trevas. E patinhos de borracha também.
  • Vou deixar aqui meu intenso DESCONTENTAMENTO com a maneira que despacharam Amy e Rory. Ah mano, fico revoltado até hoje, eles mereciam coisa melhor. Lembro que quando acabou o episódio, eu fiquei “tá, qual a solução que o Doutor vai dar agora?”, e só com o tempo aceitei que eles realmente tinham ido embora. Mano, o capítulo não teve nenhum pingo de sensação de despedida, foi algo tão brusco e insensível. O destino deles foi foda, achei que foi uma boa ideia acabar tragicamente, apesar de doer os corações, mas a maneira com que foi executado foi decepcionante.
  • Clara, eu gosto de você. Como dalek ou como humana, adorei ela como nova companion, combinou muito com o Matt. Run, you clever boy, and remember.
  • Ser ou não ser? Eis a ligação
  • Episódios que a gente assiste sabendo que depois de um tempo vamos esquecer completamente: o 8, “Cold War, e o 9, “Hide”. Alguns, como o 11, “The Crimson Horror”, eu me lembro vagamente. E outros eu me recordo só se eu procurar imagens e vídeos do capítulo. Mas também faz tempo que eu assisti à temporada, então essa é a opinião do Leleco do presente, não do passado.
  • Sobre o especial “The Day of the Doctor”: ótimo episódio, mas poderia ter sido muito mais icônico. Três Doutores, Rose Tyler, aparições especiais, tinha tudo para ser um dos melhores capítulos da série. Ele é muito bom, principalmente as interações entre Matt e Tennant, mas não chega nem a ser o melhor da temporada.
  • Riverrrrrr, que personagenzona da porra. Par perfeito para o Doutor.
  • Madame Vastra, Jenny Flint e Strax. Que trio maravilhoso.
  • A pergunta que fica é a seguinte. Qual é a cor dos rins do Capaldi?

 

~ FIM DAS OBSERVAÇÕES SPOILENTAS. A PARTIR DAQUI PODE FICAR DE BOA SE VOCÊ AINDA NÃO VIU ~

 

+ Melhor personagem: Doutor
Vou sentir sua falta, Mattinho. Foi bom enquanto durou.

Doutor escondendo seu Trident ao entrar em um recinto lotado

+ Melhor episódio: S07E13 (“The Name of the Doctor”)
Spoilers.

Que tipo de ovo de Páscoa é esse?

+ Maior surpresa: Clara Oswald
Uma gracinha de personagem, se deu muito bem com o Décimo Primeiro. Tem potencial para ser ainda melhor que a Amy.

Se eu quero me casar com você? Clara que sim!

 

Ei, você! Tudo joia? Pois é, eu também tô bem. E já que agora temos intimidade, comenta aí o que cê achou da temporada. Opiniões são sempre bem-vindas, e é importante lembrar que nos comentários spoilers estão liberados. Se você não quiser vê-los, corre logo pra assistir e depois volte aqui, beleza?

Publicado por Luiz Felipe Mendes

Fundador do blog Pitacos do Leleco e referência internacional no mundo do entretenimento (com alguns poucos exageros, é claro).