• Menos é mais (?)
Até o presente momento, a primeira temporada de Frontier segue como uma das mais mal colocadas em meu Gabarito. Isso acontece porque é realmente muito ruim? Bom, não exatamente. Ela não ficou lá embaixo no ranking pelos mesmos motivos das quartas temporadas de Arrow e American Horror Story. Uma obra pode receber nota baixa por diferentes razões, e esse é o caso da série estrelada por Jason Momoa, o Khal Drogo de Game of Thrones e o Aquaman do Universo Estendido da DC. Ela não tem uma história ridícula, personagens sem graça e um cenário chocho. O problema é que seu enredo é ok, os personagens não são memoráveis – com exceção de alguns poucos – e os locais não são muito bem aproveitados. Essa mistura faz com que a série seja esquecível, e não dura de assistir. Ela em nenhum momento me fez perder a vontade de ver, mas também não me fez ter um desejo real de continuar.
Entretanto, série começada é série finalizada, é o meu lema. Comecei a segunda temporada com meu pai sem me lembrar de muita coisa, e fomos pegando no tranco à medida que os episódios foram sendo concluídos. Como são poucos capítulos (apenas seis), o pitaco também vai ser um pouco mais curto que o normal, acredito eu. Pra você que tem preguiça de ler, tá aí uma boa notícia. De qualquer forma, eu me recordava apenas dos fatos principais, só que alguns núcleos foram retornando à memória com o tempo. A trama do segundo ano de Frontier começa logo depois dos desdobramentos da temporada passada, com Declan Harp foragido, Lorde Benton em sua cama, o Capitão Chesterfield em sua ambição, Michael e Sokanon andando pela floresta e a abertura mais estranha que eu já vi na vida.
Um dos maiores defeitos de antes era que a produção não sabia o que queria; não tinha certeza se queria focar nos personagens, no enredo ou no contexto histórico, e acabou não conseguindo desenvolver bem nenhum deles. O pior pra mim foi a contextualização, porque Frontier não se esforça nem um pouco em deixar claro pra gente o momento em que a galera está vivendo, só nos fala algo como “ou, se liga, tem um mercado de peles que atrai o interesse de muitas pessoas diferentes, desde o governo britânico, dono do comércio legal, e contrabandistas” e deixa a gente se virar com o resto. Isso até poderia funcionar, mas tudo cai por terra quando a série finge que tá explicando o panorama da História, fazendo com que o telespectador fique confuso.
Na segunda temporada, eles resolvem não dar muita bola pro contexto da época, e voltam as atenções mais para os conflitos dos personagens. Esse é o maior ponto positivo. Na tentativa de abordar muitas coisas distintas, Frontier acabava pecando na maioria. Agora, com menos coisas a explorar, elas ficaram mais fechadinhas. Menos é mais. Porém, a obra provavelmente ficaria mais legal se tivesse um pouco mais de episódios para fazer com que os arcos se desenvolvessem melhor. Nesse caso, talvez mais fosse mais.
Apesar da melhora no quesito citado e no fato de que algumas histórias estão mais interessantes, a série continua não sendo memorável. Quando eu tava assistindo, eu pensei “olha, isso aqui tá bom, talvez eu dê 3,5 Lelecos e se der uma guinada foda pode até mesmo chegar em 4”. Agora, no entanto, cerca de duas ou três semanas depois de maratonar a temporada, lembrar dos acontecimentos não me faz ficar empolgado, fico até um pouco indiferente. Resumindo, Frontier causa interesse quando você tá vendo, mas faz com que ele seja perdido assim que você finaliza.
Talvez eu tenha sido meio duro na minha avaliação da primeira temporada, poderia ter dado 3 Lelecos em vez de 2,5. Acabei sendo muito influenciado pela opinião geral. Ainda assim, não dá pra dizer que é uma nota injusta. Com a segunda temporada a situação é quase a mesma. Sim, eu poderia dar 3,5 Lelecos se forçasse um pouco, mas acredito que 3 combine mais. E segue a esperança de que um dia Frontier se torne uma produção boa, para sair do estagnado campo mediano.
{Nota: caso eu tenha usado algum termo desconhecido para vocês, meus queridos e queridas leitoras, não hesitem em acessar esse post aqui, ó: https://pitacosdoleleco.com.br/2017/07/11/glossario-do-leleco/}
{Nota nº 2: quer conhecer melhor a história do blog e os critérios utilizados? Seus problemas acabaram!! É fácil, só acessar esse link: https://pitacosdoleleco.com.br/2017/09/16/wiki-do-leleco/}
{Nota nº 3: bateu aquela curiosidade de saber qual exatamente é a nota desta temporada, sem arredondamentos? Se sim, dá uma olhada aqui nesse link. Se não, pode dar uma olhada também: https://pitacosdoleleco.com.br/2017/09/16/gabarito-do-leleco/}
~ OBSERVAÇÕES SPOILENTAS: NÃO LEIA A NÃO SER QUE JÁ TENHA VISTO A TEMPORADA INTEIRA. O AVISO ESTÁ DADO ~
- O Chesterfield é tão cuzão que faz a gente torcer pelo LORDE BENTON. Tipo, dá pra ver que nem sempre o capitão é exatamente mau e que ele na verdade tá meio perdido, mas ele tem umas atitudes imperdoáveis.
- A Mary virou assassina agora, eita. Saiu matando os macho tudo e implantando o feminismo (é piada, tá?).
- A Imogen é extremamente água de chuchu, né? Putz, se tirar ela da série não vai fazer diferença nenhuma.
- De algum modo esquisito, parte de mim torceu pra que o casamento alegre entre o Chesterfield e a Grace desse certo, ou pelo menos que o marido mudasse um pouco o jeito de ser. Talvez tenha chegado perto, mas não rolou.
- E a Elizabeth Carruthers, hein? Apesar de ser um pouco caricata em alguns momentos, ela tava crescendo como personagem e eu fiquei meio decepcionado quando ela foi morta pelo Samuel Grant, apesar de eu adorar quando matam inesperadamente alguém importante nas séries. No entanto, a cena foi meio fraquinha e tava claro que ela tinha muito mais a evoluir do que o seu rival. Pelo menos foi engraçado vê-la dando o comando de sua companhia pra Josephette.
- O McTaggart é louquinho, né? Adorei ele, mesmo sendo bem forçadão, e fez uma boa dupla com o Charleston. Espero que continuem aparecendo no futuro.
- Clenna Dolan, outra personagem totalmente dispensável. Pode ir embora, vaza.
- Se alguém ficou surpreso com o fato do Grant e o Pond serem amantes, não tava prestando atenção direito.
- Ah, e uma agradável novidade a evolução do Douglas Brown. Na temporada passada, seu irmão Malcolm havia tido mais destaque, mas confesso que acabei gostando mais do outro, apesar da personalidade mais retraída.
- Tava bem óbvio que o Wahush, namoradinho da Sokanon, iria morrer pra abrir caminho para uma tensão amorosa ainda maior entre a garota e o Michael. Nenhuma surpresa ali.
- Aquele Vladimir “The Siberian” Tetukin pode até ser um monstro, mas não o bastante pra lidar com o Harp. Aliás, que fofo o reencontro do Declan com a Grace naquele outro episódio, awn.
- Muito legal o Darragh protegendo a Chaulk e tudo mais. Ah, não consigo lembrar o que aconteceu com ele, mas lembro que ela vazou com o Benton, né. Loucura.
~ OBSERVAÇÕES SPOILENTAS: NÃO LEIA A NÃO SER QUE JÁ TENHA VISTO A TEMPORADA INTEIRA. O AVISO ESTÁ DADO ~
+ Melhor personagem: Lorde Benton
Apesar de Grace Emberly brilhar, vou dar o prêmio pro grande antagonista, muito bem interpretado por Alun Armstrong, seguindo a linha de “personagens que amamos odiar”.
+ Melhor episódio: S02E06 (“Keetom Takooteeoo Maheekun [The Return of The Wolf]”)
Uma boa season finale que deixou vários ganchos, embora o momento mais marcante tenha ocorrido no capítulo cinco.
+ Maior surpresa: Elizabeth Carruthers
Ela cresce consideravelmente, embora tenha passado um pouco do ponto em algumas ocasiões. Magnus McTaggart surge como um alívio cômico divertido, e faz bem a sua função, substituindo Malcolm Brown, o qual acabou ficando um pouco chatinho.
Ei, você! Tudo joia? Pois é, eu também tô bem. E já que agora temos intimidade, comenta aí o que cê achou da temporada. Opiniões são sempre bem-vindas, e é importante lembrar que nos comentários spoilers estão liberados. Se você não quiser vê-los, corre logo pra assistir e depois volte aqui, beleza?