• Monstruosidade da guerra
Eu nunca tinha visto um filme do Godzilla na minha vida. Obviamente, eu sei quem é (estudamos juntos no Ensino Médio), mas nunca tinha tido o prazer de ver uma história sobre o bichão japonês. Confesso que eu ficava com um pouco de preguiça porque achava que era meio que uma gigantesca franquia com ordem cronológica de eventos, uma espécie de Universo Cinematográfico da Marvel. Mas, a partir do momento em que descobri não ser necessariamente o caso, fiquei mais animado pra conferir nos cinemas.
Em um Japão assolado pelo final da Segunda Guerra Mundial, o aviador Shikishima retorna para casa após sobreviver ao ataque de um estranho e enorme dinossauro. Cheio de traumas, o ex-militar tenta levar uma vida normal e até se vê diante da oportunidade de construir uma família, mas no fundo ele sabe que a guerra ainda não acabou.
A escolha criativa de inserir a figura mitológica do Godzilla em um contexto de desolação humana real é simplesmente nota 10. Não importa se você acha o filme bom ou ruim, é preciso reconhecer que ele não tem medo de inovar. Nesse sentido, se assemelha ao Pinóquio por Guillermo del Toro, pegando uma base conhecida e a colocando em um contexto original e que dá muito certo.
Godzilla Minus One não conta só a história de um monstro devastando cidades, destruindo barcos e aniquilando pessoas. Por incrível que pareça, esse sequer é o foco principal. O começo até faz parecer, mas o interesse do roteiro está mais em desenvolver um protagonista que cai no arquétipo de “herói por acaso”, um sobrevivente nato que se torna especial justamente por sua resiliência.
As relações estabelecidas entre os personagens são muito boas. Ao contrário de outros títulos do gênero, a gente passa a se importar com os destinos deles, e cada um possui um propósito dentro da trama. Não são apenas potenciais vítimas do monstrengo, são partes vivas e pulsantes do enredo. Mérito também da eficiente direção de Takashi Yamazaki.
O final do segundo ato de Godzilla Minus One é muito arrastado e eu definitivamente não gostei do desfecho, especialmente das duas últimas cenas. Pra mim, a conclusão chega a invalidar determinados sacrifícios e deixa aquela sensação de algo inacabado no ar. Mesmo assim, o filme em geral é uma grata surpresa, com ótimos efeitos visuais, atuações competentes e uma fotografia de tirar o fôlego.
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