Ficção científica, Séries

Doctor Who: 1ª Temporada (2005)

• Nunca pulem o Nono

Doctor Who é uma série extremamente nerd de ficção científica, que teve seu primeiro episódio lançado na década de 60, na famosa “Série Clássica”. Após 27 temporadas e vários episódios perdidos com o tempo, a série foi interrompida e voltou somente em 2005, numa aposta da BBC.
A série conta a história do Doutor (ou Doctor), um alienígena da espécie dos Senhores do Tempo (Time Lords), uma raça incrivelmente inteligente que vivia no planeta de Galiffrey até entrar em guerra com os Daleks, uma outra espécie de alienígenas que só pensa em exterminar geral. Com essa grande guerra, todos os Senhores do Tempo e Daleks foram dizimados, sobrando apenas o Doctor (vou chamar ele assim porque assisto legendado e acostumei com a pronúncia, risos), o último de sua espécie.
Você pode estar se perguntando: como é possível fazer uma série que dura há mais de 50 anos com o mesmo protagonista? Aí é que tá a sacada genial de Doctor Who. Os Senhores do Tempo possuem suas regenerações, ou seja, quando o corpo dos mesmos vai enfraquecendo, eles têm o poder de literalmente mudar de corpo, o que resolveu o problema de ter que alterar o ator do Primeiro Doutor quando este não pôde mais continuar. Contudo, os Senhores do Tempo podem sim morrer, tanto é que quase todo mundo foi exterminado, mas isto somente acontece quando não há tempo deles se regenerarem ou se o corpo é muito seriamente danificado.
Nesta primeira temporada da série atual, nos é apresentado o Nono Doutor, com sua personalidade brincalhona e sonhadora. Ele se encontra com Rose Tyler na Londres do século 21 e começa a viajar com ela pelo tempo e espaço em sua TARDIS e usando sua chave de fenda sônica para resolver os eventuais problemas. Fui muito rápido, né? Deixa eu explicar direitinho.
Os Senhores do Tempo possuem as TARDIS (“Time And Relative Dimension In Space” – “Tempo e Dimensão Relativas no Espaço”), naves espaciais que podem viajar por qualquer lugar no tempo e espaço. A TARDIS do Doctor tem o formato de uma cabine de polícia devido a um erro em seu sistema de camuflagem, e é bem maior por dentro do que por fora – uma observação que todos que entram nela fazem. Por fora, uma cabine de polícia normal; por dentro, uma nave repleta de inúmeras salas de todo tipo. Sobre a chave de fenda sônica, é um instrumento usado pelo Doctor que faz praticamente tudo, desde abrir portas a hackear computadores. Estranhamente, ela só não funciona com madeira.
Agora que já expliquei isso, posso voltar ao plot da temporada. Continuando, o Doctor faz amizade com Rose e juntos enfrentam diversas aventuras em lugares e épocas inimagináveis, como por exemplo: o ano 5 bilhões, quando a Terra foi destruída; a Inglaterra vitoriana; uma estação espacial no ano 200.000; e por aí vai. No caminho, encontram diversos personagens interessantes, sobretudo o Capitão Jack, um humano que também consegue viajar no tempo por causa de um dispositivo que usa. Além disso, Doctor e Rose ficam voltando a 2005, onde diversas coisas também começam a acontecer, o que preocupa Jackie, a mãe de Rose, e Mickey, o namorado de Rose.
Confesso que fiquei fascinado pelo universo de DW logo no começo. Simplesmente amo esta temática de viagens no tempo, e os primeiros episódios me prenderam muito e me fizeram perder várias horas teorizando com minha namorada, completamente viciada na série e que foi quem me indicou. Porém, não curti muito alguns episódios por achar um pouco desinteressante, sobretudo os que envolviam os Slitheen, uns alienígenas bem bizarros lá.
Outra coisa que devo destacar são os efeitos especiais, que são simplesmente terríveis, no nível de Mutantes: Caminhos do Coração. Isto me incomodou um pouco no começo, mas acabei acostumando e não foi um dos motivos que me fizeram não curtir muito os episódios do meio da temporada. Contudo, a história volta a melhorar a partir do episódio 9, que pra mim é um dos melhores de toda a série. A partir daí, a temporada ganha fôlego e tem um desfecho bem surpreendente.
Sobre as atuações: os protagonistas Doctor e Rose vão muito bem. Não gostei muito da Jackie e do Mickey por serem muito caricatos, mas depois de concluir que os personagens foram feitos para serem assim, comecei a simpatizar com eles. Devo deixar claro que sou fã do John Barrowman, o ator que faz o Capitão Jack, o que me ajudou muito a considerá-lo como um dos melhores personagens até aqui.
Se você curte uma boa ficção científica e não liga muito para efeitos especiais sofríveis, recomendo pra caramba Doctor Who. Além disso, a série só vai melhorando com o tempo (inclusive os efeitos especiais) e é com certeza uma ótima pedida. Posso não ter dado a maior nota para a temporada por causa de algumas razões que já listei aqui, mas não façam igual váááárias pessoas que pulam direto pra segunda. Como os fãs da série costumam dizer: Never skip Nine (nunca pulem o Nono).

 

+ Melhor personagem: Doctor
Carismático, poderoso, brincalhão e com um humor ácido: é difícil não se identificar com ele.

O capitão e seu barco
O piloto e sua nave

+ Melhor episódio: S01E09 (“The Empty Child”)
Um dos episódios mais icônicos da série – foi aqui que comecei a ver Doctor Who com novos olhos.

Are you my mummy?

 

Ei, você! Tudo joia? Pois é, eu também tô bem. E já que agora temos intimidade, comenta aí o que cê achou da temporada. Opiniões são sempre bem-vindas, e é importante lembrar que nos comentários spoilers estão liberados. Se você não quiser vê-los, corre logo pra assistir e depois volte aqui, beleza?

Publicado por Luiz Felipe Mendes

Fundador do blog Pitacos do Leleco e referência internacional no mundo do entretenimento (com alguns poucos exageros, é claro).