• Coelhos e ovelhas
Depois de um terceiro ano inferior aos primeiros, a quarta temporada de Orphan Black tinha a missão de resgatar a grande qualidade que a gente sabe que a série tem.
Após um desfecho que deixou fãs tristes e chorosos, o quarto ano se inicia mostrando Beth, a clone suicida que deu início à saga de Sarah. O primeiro episódio inteiro aprofunda a personagem, mostrando mais da personalidade dela e suas motivações.
Beth foi uma surpresa agradável. Nunca me importei muito com ela na primeira temporada, porque até então pra mim era só uma mulher viciada em remédios que perdera o controle de suas emoções. Porém, agora vimos o que havia por trás de suas ações, o que a tornou uma personagem muito mais interessante.
Em relação às outras clones do presente, as coisas continuam de onde pararam na terceira temporada. O esconderijo de Sarah, Kira, Sra. S e Kendall Malone é comprometido e as duas são obrigadas a fugir e voltar para a cidade em que tudo se concentra. O ritmo frenético é mais abordado, contrastando com a terceira temporada, aonde o foco estava nas explicações por trás das clones.
Provavelmente posso ser apedrejado depois de dizer isto, mas acho a Cosima bem mais legal quando não está perto da Delphine. Na primeira temporada, ela era uma das minhas personagens favoritas: inteligente, carismática, bondosa. Quando ela começou a se relacionar com a francesa, eu achei legal e tudo mais, mas a série começou a mostrar somente este relacionamento em detrimento dos envolvimentos que tornavam Cosima uma personagem tão boa.
Por isso, aqui na quarta temporada ela é um dos destaques junto de Sarah. Alison e principalmente Helena estão mais apagadas, esta última infelizmente quase não fazendo aparições. Uma nova clone fofinha é apresentada, M.K., que tinha muito potencial mas foi pouco trabalhada.
A gênia do mal Rachel tem um núcleo bom, envolvendo Susan Duncan e um clone Castor chamado Ira, que ironicamente é bastante calmo. Fora estas já mencionadas, a manicure com o QI um tanto quanto baixo, Krystal, também tem aparições importantes e divertidas.
A temporada volta ao passado em vários momentos, mostrando personagens já mortos como big dick Paul e Dr. Leekie, e o próprio tema central foca em elementos apresentados lááá atrás, como a Neoevolução, uma parte essencial da atual história.
Donnie como sempre aparece como um alívio cômico e faz seu papel muito bem; Felix, também conhecido por suas frases espirituosas, surge um pouco discreto no começo da temporada mas vai evoluindo ao longo dela; Art retorna como o policial gente boa; e a filha de Sarah agora se tornou a Kira Revoltadinha™.
O problema é que a história de OB é um pouco complexa. Pra falar a verdade, isto não é um demérito, é uma das maiores qualidades da série, mas como eu assisti à terceira temporada ano passado, vários detalhes simplesmente desapareceram da minha memória e fiquei com a cabeça girando. Alguns voltaram quando eu fui vendo os episódios, enquanto outros tive que pesquisar pra poder lembrar.
Novos personagens são apresentados, como Dizzy, que parece uma fusão entre o Ragnar Lothbrok de Vikings e Jax Teller de Sons of Anarchy. Gostei muito dele, embora não tenha tido tanto tempo de tela assim. Outra que também é mostrada é Adele, uma suposta pessoa do passado de Felix, que por sinal possui uma risada esquisitamente engraçada.
A temporada possui uma vilã engenhosa, porém um pouco sem sal, e novamente repito que o enredo peca por deixar de lado Helena personagens tão carismáticos e significativos. Pode-se dizer que neste ponto OB decepcionou um pouco, mas pelo menos compensou com o ritmo agitado e viciante da segunda metade da temporada.
No contexto geral, é um conjunto bem melhor que o da terceira. Ainda assim, é totalmente inferior às duas primeiras, sendo que a trama demora um pouquinho a engrenar e vários elementos centrais não ganham o devido destaque. Agora o jeito é esperar pela quinta e última temporada e torcer por uma conclusão foda, pra fazer jus à qualidade inegável de Orphan Black.
{Nota: caso eu tenha usado algum termo desconhecido para vocês, meus queridos e queridas leitoras, não hesitem em acessar esse post aqui, ó: https://pitacosdoleleco.com.br/2017/07/11/glossario-do-leleco/}
~ OBSERVAÇÕES SPOILENTAS: NÃO LEIA A NÃO SER QUE JÁ TENHA VISTO A TEMPORADA INTEIRA. O AVISO ESTÁ DADO ~
- E o fandom vai à loucuuuura com Delphine e Cosima juntas novamente.
- Pqp, aquelas larvas são muito nojentas, pqp, pqp.
- Jurei que o Ferdinand seria explodido de qualquer jeito naquela hora kk
- Felix e Donnie melhor casal do universo e quem discordar é cego.
- E por falar em Felix, que visual fabuloso no começo do episódio 9.
- Donnie pedindo pra Alison fingir que era uma aeromoça italiana, hahaha
- Evie Cho maldita, Beth podia ter acabado com ela quando teve a chance, já que iria se suicidar mesmo. Embora poderia não adiantar nada, né, provavelmente alguém tomaria o lugar dela.
- Sra. S. matando Duko: que delícia, cara.
- Pensar que por uns momentos torci pela Rachel e a achei foda………
- Helena e suas entradas triunfais <3
- O sacrifício da Beth foi tenso demais, mano.
- Em nenhum momento confiei naquela Susan, argh.
- Que vacilo a Kendall ter morrido, ainda mais com a Cosima presente daquele jeito :/
- Hoje eu tô mais esquecido que o Cal.
- Quem tocou a campainha??
~ FIM DAS OBSERVAÇÕES SPOILENTAS. A PARTIR DAQUI PODE FICAR DE BOA SE VOCÊ AINDA NÃO VIU ~
+ Melhor personagem: Cosima
Fiquei em dúvida entre ela e a Sarah, mas como eu já dei o prêmio pra Sarah na primeira temporada, decidi fazer justiça por nossa nerd cientista.
+ Melhor episódio: S04E06 (“The Scandal of Altruism”)
Que episódio foda do caralho. Destaque óbvio pra atuação de Tatiana Maslany.
Ei, você! Tudo joia? Pois é, eu também tô bem. E já que agora temos intimidade, comenta aí o que cê achou do filme. Opiniões são sempre bem-vindas, e é importante lembrar que nos comentários spoilers estão liberados. Se você não quiser vê-los, corre logo pra assistir e depois volte aqui, beleza?