Drama, Séries

The Walking Dead: 6ª Temporada (2015/16)

• Aguardem cenas dos próximos capítulos

O que é que estão fazendo com meu primeiro amor?
Pros leitores experientes aqui do blog não é novidade que TWD foi a primeira série sem ser sitcom que eu comecei a acompanhar de verdade. Inclusive, os meus pitacos seguem uma certa ordem: o primeiro foi sobre The Walking Dead, em seguida Prison Break, depois Game of Thrones. Este padrão pra mim faz sentido. Se eu terminei a primeira temporada de uma série X e não dei pitaco dela, não posso escrever sobre a primeira temporada de outra que comecei depois. Tudo tem que seguir uma ordem certinha, pelo menos nas primeiras temporadas de cada uma. Sim, eu sou doido assim mesmo.
Como eu comecei dizendo, TWD foi minha primeira paixão. Foi amor à primeira vista, quando zumbis decrépitos, muito sangue e pessoas tendo membros arrancados foram-me apresentados com muito carinho. Aqueles que já me conhecem aqui neste portal de críticas maravilhosas estão ligados que eu amo histórias pós-apocalípticas. Meu jogo de videogame favorito é The Last of Us, acho que aí já dá pra perceber esse meu vício.
É uma pena o caminho que TWD tomou. Depois de uma primeira temporada espetacular, uma segunda ótima e uma terceira muito boa, a qualidade começou a cair de vez. A quarta já foi bem inferior, mas continuei botando fé porque sempre tem aquela fase bastarda em toda obra. Contudo, a quinta não é tão melhor assim que a anterior, e a sexta consegue ser pior que as duas.
Agora infelizmente terei que ser repetitivo para um caralho. O fantasma está de volta. Sim, ele mesmo. O Padrão The Walking Deadiano volta com tudo. Caso você não saiba o que é isto, é só dar uma olhada no pitaco da quinta temporada, aqui entre parênteses (https://pitacosdoleleco.com.br/2017/04/06/the-walking-dead-5a-temporada-201415/).
Sabe qual a impressão que TWD deixa? Preguiça. Preguiça dos roteiristas, de vários atores e principalmente do criador. Vou compartilhar com vocês a opinião de meu irmão mais velho, que afirma que Robert Kirkman, a mente por trás da história, acha que sua criação é muito melhor do que realmente é. Parando pra pensar, é verdade. The Walking Dead só foi realmente incrível em sua primeira temporada, depois disso alternou bons e maus momentos reforçando uma falta de ambição. Lembrando que tô falando da série, então se os quadrinhos são infinitamente melhores eu não posso opinar. No entanto, ainda que Robert Kirkman não necessariamente seja o chefe no que diz respeito a série, eu acho que ele tá sempre lá dando seus conselhos (ou seriam pitacos?).
O que eu quero dizer é que TWD se tornou uma série meramente comercial. Devo deixar claro que continuo achando-a legal, mas nada mais que isso. Nesta sexta temporada ficou evidente a apelação dos produtores, colocando pelo menos uns 3 cliffhangers tão ridículos que ao terminar o último episódio eu fiquei verdadeiramente grilado.
O enredo se inicia logo depois dos acontecimentos da season finale da quinta temporada, na qual Rick impiedosamente matou Pete, o maridão abusivo de Jessie. A season premiere utiliza um recurso interessante: ela transita entre cenas que já aconteceram e que não haviam sido mostradas para explicar as ocorrências do presente. Estas cenas do passado são todas em preto em branco, enquanto as outras são mostradas em suas cores normais.
Como de praxe, os três primeiros capítulos são movimentados. O quarto corta um pouco o clima e é quase inteiramente um flashback. O ritmo volta a aumentar no final do meio da temporada e o ciclo se reinicia na segunda metade.
Apesar de suas partes apelativas, a sexta temporada conta com bons momentos, sobretudo com Carol. De longe a personagem mais bem escrita do seriado, essa mulher passou por fases distintas em sua vida. De esposa assustada a uma grande força feminina, Carol agora nos mostra seu lado mais humano, com o peso das mortes começando a recair sobre ela. Rick e Maggie também são pontos positivos, principalmente por causa das atuações dos mesmos.
Antes de terminar este pitaco, quero tocar num ponto importante: o roteiro. Eu tenho a sensação de que a maioria dos diálogos já foram feitos em algum ponto da série. É sempre a mesma coisa – “temos que aprender a sobreviver”, “não há espaço para lamentar” e esse tipo de fala vazia e recorrente. Isto, aliado a sofríveis atuações, como as de Ron e Spencer, deixam a temporada por vezes bem maçante.
Acho que é isso. Se esta nota de 3,5/5 fosse dada em qualquer outro blog, provavelmente ela seria alta. Contudo, meu principal objetivo é pitacar o que eu assisto não baseado somente em questões técnicas, mas em critérios mais simples. Mesmo com esse tanto de defeitos, TWD dá sinais de que pode voltar a ser boa, basta os produtores quererem.

 

{Nota: caso eu tenha usado algum termo desconhecido para vocês, meus queridos e queridas leitoras, não hesitem em acessar esse post aqui, ó: https://pitacosdoleleco.com.br/2017/07/11/glossario-do-leleco/}

 

~ OBSERVAÇÕES SPOILENTAS: NÃO LEIA A NÃO SER QUE JÁ TENHA VISTO A TEMPORADA INTEIRA. O AVISO ESTÁ DADO ~

 

  • Meu Deus, que vergonha alheia daquela tensão envolvendo Glenn e Nicholas. Sério, aquilo foi tão clichê e bobo que eu quase fui de bike até os EUA só pra socar a galera da AMC.
  • Não contentes com isso, ainda fazem aquele joguinho psicológico de fazer o público pensar que o Daryl morrera com o tiro do Dwight. Zzzzzzz
  • O episódio 7 reforça minha ideia de que o Glenn é um personagem muito melhor quando não está na companhia da Maggie, ainda que eu ame o casal. Entretanto, tanto ele quanto ela têm mais espaço para brilhar quando separados um do outro.
  • Rick já tá pouco se fodendo pra tudo na vida, né. Matou o carinha lá que tentou assassinar o Gregory, ficou cheio de sangue no rosto e saiu mó de boa.
  • Legal aquela homenagem a Jogos Mortais no episódio 13. Embora ele tenha sido bem lento, foi um bom episódio, bastante poético com as personagens sendo espelhos de Carol e Maggie e com uma atuação gigante de Melissa McBride.
  • Abraham vacilão, deu um fora na Rosita só pra investir na Sasha.
  • Carl atualizou seu status para Carl Olho.
  • Tadinho do Rick, quando finalmente volta a pegar alguém é obrigado a decepar a mão da pretendente pra poder salvar o filho. É bom que nada assim aconteça com a Michonne (achei bem massa os dois juntos, por sinal, ainda que no começo tenha sido esquisito).
  • Morgan, é muito interessante sua filosofia de vida e tudo mais, mas tá na hora de ter sangue nos zóio, não acha? Até porque Morgan Pacífico só fez merda com os Lobos, enquanto o Morgan Sanguinário salvou a Carol matando o carinha lá com 78 tiros.
  • Por falar nos dois, tô curioso pra saber qual é a daqueles cavaleiros com armaduras. Parece um arco promissor.
  • Maggie grávida aaaaaa que gracinha, gente.
  • Trevor Philips cansou de causar em GTA V e decidiu atazanar nossos amigos de Alexandria.
  • Poxa, coitada da Denise :/ imagina quando a Tara descobrir.
  • Eugene derrotou Dwight com a técnica mais curiosa que eu já vi na minha vida.
  • Deanna morreu, triste. Mas cá entre nós, ninguém ligou muito, né.
  • Aaron podia prestar mais atenção nas coisas dele, pô.
  • Me xinguem, vai, mas querendo ou não, o Daryl tá um porre. Já tô gostando mais do Jesus, e olha que ele não apareceu nem em 5 episódios direito.
  • Que absurdo tocarem uma versão acelerada e estranha de “Arsonist’s Lullabye”. Um musicão maravilhoso daqueles sendo distorcido, aff.
  • Aquela cena em que Padre Gabriel, Tara e Jesus estavam juntos pareceu o início de uma piada. “Então, tinha uma lésbica, um padre e Jesus sentados em um carro…”
  • Tá, vamos lá falar da season finale. Bom episódio, atuação monstruosa de Jeffrey Dean Morgan como o novo vilão Negan, tinha tudo pra ser memorável. Contudo, pra mim aquela conclusão foi um total desrespeito com os fãs. Todo o impacto da cena foi cortado em uma espécie de coito interrompido. Uma pena, mas a pergunta que fica é: quem foi que morreu?

 

~ FIM DAS OBSERVAÇÕES SPOILENTAS. A PARTIR DAQUI PODE FICAR DE BOA SE VOCÊ AINDA NÃO VIU ~

 

+ Melhor personagem: Carol Peletier
Embora o Rick seja o meu personagem favorito, tenho que reconhecer que a nossa querida Carol possui muito mais camadas que o protagonista.

Carol lvl 40

+ Melhor episódio: S06E04 (“Here’s Not Here”)
Escolha controversa, eu sei. Vários telespectadores disseram que foi um episódio de pura enrolação, instigando um sono profundo. Entretanto, achei uma história muito bem feitinha e me apeguei muito aos dois personagens centrais mesmo com pouco tempo para isso. Não foi o episódio com mais ação, é verdade, mas pra mim foi o mais diferente.

Sabre de luz é pros fracos

+ Maior surpresa: Morgan Jones
Ame-o ou odeie-o, concorde com ele ou não, temos que reconhecer que sua presença foi determinante na maior parte dos conflitos, para o bem ou para o mal.

A face do controle emocional

+ Pior personagem: Spencer
Mais um “prêmio” novo aqui no blog, galera. Espero que gostem.
Com uma atuação triste de se ver e um tempo de tela bem maior do que o necessário, dava vontade de passar pra frente sempre que ele aparecia. Não sei se a atuação ruim é culpa do roteiro ou do próprio ator, mas de qualquer forma, ela está lá.

Como pegar as roupas no varal em um apocalipse zumbi

 

Ei, você! Tudo joia? Pois é, eu também tô bem. E já que agora temos intimidade, comenta aí o que cê achou da temporada. Opiniões são sempre bem-vindas, e é importante lembrar que nos comentários spoilers estão liberados. Se você não quiser vê-los, corre logo pra assistir e depois volte aqui, beleza?

Publicado por Luiz Felipe Mendes

Fundador do blog Pitacos do Leleco e referência internacional no mundo do entretenimento (com alguns poucos exageros, é claro).