Quadros, Trilogia do Batman

BatLeleco #03: Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge (2012)

• No fundo do poço

E então chegamos ao fim. Toda boa produção precisa ser finalizada, pois, afinal de contas, é melhor morrer como um herói do que viver o bastante para se tornar o vilão. Enquanto o primeiro filme da trilogia do Batman foi a típica origem, o segundo quis mostrar o auge. Portanto, o terceiro espelha a decadência do Morcego e as consequências de todas as lutas que participou, amarrando as últimas pontas soltas de seu grande arco na cidade fictícia que abriga a maior população dos Estados Unidos – 12 milhões, pouco mais de três milhões a mais que os números de Nova York, de acordo com o censo de 2017. Com uma fotografia bem mais atual e a boa e velha trilha sonora de Hans Zimmer, eis o episódio final da série de Christian Bale e seus amigos.

 

Sinopse

O povo de Gotham deve estar meio cansado, né. Engravatados com o poder subindo à cabeça, dezenas de máfias diferentes, um maluco vestido de espantalho, um mágico ancião com atração por genocídio, um assassino careca com cortes pelo corpo, uma carta de baralho ambulante e outros bandidos menores. Velho, por que não deixam a cidade em paz por um tempo? A ameaça da vez é um lunático com um respirador no modo turbo e um físico de dar inveja. Mas antes de falar dele, vamos voltar um pouquinho.
Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge é o terceiro e último capítulo da trilogia de Christopher Nolan. Lançado quatro anos depois de O Cavaleiro das Trevas, o filme se passa na verdade oito anos após os incidentes causados pelo Coringa. No momento, o Batman está aposentado, o que é de se entender quando nos lembramos que o herói optou por transformar Harvey Dent em um símbolo de justiça, se abstendo da função. Bruce Wayne não é mais aquele cara enérgico de outrora, agora ele é um homem que precisa de uma bengala para andar pelos corredores de sua mansão. Porém, a paz está com os dias contados, pois Bane (Tom Hardy) chega com tudo e promete ser mais do que um indício de que a violência dá suas caras novamente em Gotham, pois seu objetivo é a aniquilação. Sendo assim, o Batman precisa uma vez mais sair das sombras para salvar o seu tão estimado lar.

E aí, galeraaa, tudo Bane?

Crítica

Caso vocês não saibam, eu vi muita gente pegando no pé desse filme depois que saiu. É verdade que ele talvez seja o mais fraco da trilogia, mas isso por si só já mostra o quanto a saga de Nolan é boa. Mesmo sendo inferior aos outros, ainda assim é um filme sensacional.
Comecemos pelos novos personagens. Selina Kyle (Anne Hathaway) talvez seja a adição mais notável, pois trata-se de ninguém menos que a infame Mulher-Gato, uma das anti-heroínas mais famosas dos quadrinhos. John Blake (Joseph Gordon-Levitt) também surge como uma importante novidade, um policial que se assemelha um pouco a Jim Gordon no seu jeito de investigar as coisas. Além deles, temos o grande antagonista Bane e a influente Miranda Tate (Marion Cotillard), uma empresária que deseja investir em fontes de energia alternativas dentro das Indústrias Wayne. Os dois primeiros funcionam bem na trama, com ótimos momentos. Bane, por sua vez, é aquele típico personagem com um visual foda, mas uma motivação repetitiva. É um bom vilão, mas meio mal aproveitado. Já Miranda Tate é a Rachel Dawes de O Cavaleiro das Trevas Ressurge, ou seja, totalmente sem sal.
A história do filme é boa. Eu achei corajosa a maneira com que a obra quis mostrar muito mais os problemas de Bruce Wayne do que os dilemas do Batman, contrastando com O Cavaleiro das Trevas. Entretanto, aí está um defeito na trilogia de Nolan: ele poderia ter colocado mais do Morcego no terceiro filme e um pouco mais de Bruce no segundo. No capítulo anterior, a morte de Rachel serviu apenas para dar peso ao desenvolvimento de Harvey e acabou não sendo muito bem explorado em Bruce, que a conhecia há muito mais tempo. Aqui, eles corrigem isso. Contudo, ficou mal balanceado e a gente acaba sentindo um pouco de falta das cenas de ação.

A Gata de Gotham

Veredito

O Cavaleiro das Trevas Ressurge é um excelente filme até seu terceiro ato. Quando a última parte começa a se desenrolar, o bagulho fica exponencialmente mais bagunçado e largado. A conclusão é insatisfatória e deixa muito em aberto. Entretanto, analisando tudo, é um belo desfecho para uma trilogia tão bem articulada. Sim, ele leva a medalha de bronze no pódio de Gotham, mas isso não é um demérito. Mesmo com seus defeitos, continua melhor que boa parte dos filmes de heróis do DCEU e do MCU. Falo mesmo.

Depois de fracassar com Summer, ele decidiu se aventurar no Winter

 

{Nota: caso eu tenha usado algum termo desconhecido para vocês, meus queridos e queridas leitoras, não hesitem em acessar esse post aqui, ó: https://pitacosdoleleco.com.br/2017/07/11/glossario-do-leleco/}

{Nota nº 2: quer conhecer melhor a história do blog e os critérios utilizados? Seus problemas acabaram!! É fácil, só acessar esse link: https://pitacosdoleleco.com.br/2017/09/16/wiki-do-leleco/}

 

~ OBSERVAÇÕES SPOILENTAS: NÃO LEIA A NÃO SER QUE JÁ TENHA VISTO O FILME. O AVISO ESTÁ DADO ~

 

  • Quanta bagunça naquela parte final do filme. Eu tenho uma preguiça gigantesca de bombas-relógio e tudo que precisa ser feito dentro de uma duração específica de tempo. Acho que é o maior clichê do cinema. Em O Cavaleiro das Trevas Ressurge, além de ser batido, é meio sem sentido. Na hora que a Miranda/Talia al Ghul esfaqueia o Batman e aperta o botão pra explodir a bomba, falhando no processo, ela diz que Gotham ganhou 11 minutos. A conversa continua, Bane diz que vai matar o herói, a Mulher-Gato chega, dá uma carona pra ele e quando estão em ação aparece que faltam 10 minutos pra bomba explodir. Porra, que contagem é essa? Tudo aquilo aconteceu em um único minuto? Aí pouco depois alguém falava “a” e passava cinco minutos. Nessa o Nolan errou feio.
  • Apesar do plot twist do Robin ter sido legal, teria sido ainda mais massa se a moça tivesse falado “por que você nunca usa seu nome verdadeiro, senhor Grayson?” ou algo do tipo. Mas eu entendo, porque na época em que o filme foi lançado a moda geek não era tão febril no mundo.
  • Confesso que foi engraçada a cena em que a Talia morreu, pareceu filme pastelão.
  • Fato idiota e inútil do dia: no mesmo dia em que eu reassisti essa obra antes de dar o pitaco, eu havia visto Amor a Toda Prova, o qual conta com a atriz Joey King de A Barraca do Beijo ainda novinha. Curiosamente, ela interpreta a Talia criança no filme. Massa, né? Eu sei.
  • E aí, o Batman sobreviveu ou não? Ele se encontrou com o Alfred ou quá? E foi muito feels os dois discutindo na mansão :/
  • O que aconteceu com o Bane? Ele morreu com o tiro da Mulher-Gato? Faltou deixarem claro isso. Aliás, faltou deixarem claro muita coisa.

 

~ FIM DAS OBSERVAÇÕES SPOILENTAS. A PARTIR DAQUI PODE FICAR DE BOA SE VOCÊ AINDA NÃO VIU ~

 

+ Melhor personagem: Bruce Wayne
Apesar de não ser O Cavaleiro das Trevas Ressurge não ser o melhor filme da trilogia, foi o que melhor explorou as nuances do protagonista como ser humano.

Vestir ou não vestir… eis a questão

 

Ei, você! Tudo joia? Pois é, eu também tô bem. E já que agora temos intimidade, comenta aí o que cê achou da temporada. Opiniões são sempre bem-vindas, e é importante lembrar que nos comentários spoilers estão liberados. Se você não quiser vê-los, corre logo pra assistir e depois volte aqui, beleza?

Publicado por Luiz Felipe Mendes

Fundador do blog Pitacos do Leleco e referência internacional no mundo do entretenimento (com alguns poucos exageros, é claro).