Marvel, Séries

Luke Cage: 2ª Temporada (2018)

• Harlem Queen

Um homem negro inquebrável. Fruto de um experimento científico dentro de uma prisão, Carl Lucas adquiriu uma pele praticamente indestrutível. Explosões, tiros, fogo, nada penetra a epiderme desse cara. Com o pseudônimo de Luke Cage, ele decidiu colocar seus poderes em prática para ajudar seu bairro, seu lar, o icônico Harlem.
Na primeira temporada da série, nosso herói lidou com as ameaças de Cornell Stokes e Willis Stryker/Diamondback (me recuso a chamar de Kid Cascavel), seu meio-irmão perdido e revoltado. Com mais história para contar, ele terá agora que medir forças com Mariah Dillard/Stokes, prima de Cornell, mas força bruta não vai ser o bastante. Afinal de contas, duelar com um político exige muita estratégia. Na segunda e última temporada, a parceria entre Netflix e Marvel nos entrega um resultado final pior que o da primeira, mas ainda interessante.

 

Sinopse

Com a força dos punhos e regado a muito café, nosso querido Lúcio Jaula purificou boa parte do Harlem. Porém, corte duas cabeças, e outras duas surgirão. Acho que não é bem assim o ditado da Hidra de Lerna, mas ok. Com o fim de Cornell e Diamondback, o trono do submundo do bairro de Nova York estava vazio. Não por muito tempo, é claro. A vereadora Mariah Dillard – STOKES! – não perdeu tempo e assumiu o posto, aceitando seu histórico familiar de um bando de mafiosos cuzões. Contudo, ela tem concorrência: John McIver (Mustafa Shakir), autointitulado Bushmaster, é um jamaicano com desejo de vingança contra toda a família de Mariah e que não vai medir esforços para derrotar a rival. Ah, eu mencionei que ele luta capoeira, sua pele também é resistente a balas e que ele usa umas ervas poderosas e que o deixam com reflexos sobrehumanos?
Pois é. É com isso que Luke Cage tem que lidar logo após ter conseguido neutralizar os antigos inimigos. Com a ajuda da detetive Misty Knight e sua namorada Claire Temple, ele tem a missão de derrotar não só Mariah e Bushmaster, mas também Shades e vários outros figurões malvados. Algo quase tão difícil quanto passar em Medicina no ENEM. Temos também novos personagens e alguns que já haviam aparecido brevemente, mas ganham mais destaque: o Reverendo James Lucas, vivido pelo ator Reg E. Cathey no último papel antes de seu falecimento, Tilda Johnson (Gabrielle Dennis), Comanche (Thomas Q. Jones), o odiável Barata (Dorian Missick) e o divertido Piranha (Chaz Lamar Shepherd), além de alguns outros.

Olhos acinzentados? Só pode ser filho de Atena

Crítica

A primeira temporada é, de longe, bem melhor que a segunda. Quais elementos funcionam na sequência e quais são aqueles que não encaixam? Bom, começando pela duração da série. Para uma trama tal qual a de Luke Cage, dez episódios seriam mais do que suficientes para contar tudinho com o pé nas costas. Entretanto, por exigência da Marvel ou da Netflix, nunca lembro qual das duas, todas as produções provenientes das duas empresas precisam ter um total de 13 capítulos, com exceção de Os Defensores, justamente a que precisaria ter tido mais. Com isso, o enredo acaba ficando arrastado e alguns acontecimentos se tornam um pouco repetitivos. Quando cê pensa que o vilão vai ser derrotado, do nada algo urgente ocorre e estende as coisas por mais tempo. Claro que a gente não espera que todos os conflitos sejam resolvidos logo de cara,  mas também não precisa durar pra sempre, né.
Outra coisa que não funcionou muito bem pra mim foi a Mariah. Não só ela, mas o Bushmaster também. Eles basicamente são uma repetição inferior dos antagonistas anteriores. Mariah é semelhante a Cornell, uma pessoa com muito poder nos bastidores e que tenta minar Luke Cage de todas maneiras possíveis. Bushmaster é tipo o Diamondback, um cara que bate de frente fisicamente com nosso herói. Faltou muita originalidade nesse aspecto. Eles poderiam ter mantido a Mariah, já que a história dela ainda não tinha sido concluída, e introduzido algum personagem que tentasse derrotar Luke de uma outra maneira. Ir atrás de todos seus entes queridos, por exemplo, pois já que não é possível batê-lo na base da força, use a inteligência. Sério, eu tenho um roteiro perfeito na cabeça, com vários arcos com potencial de desenvolvimento.
São poucas as coisas que são melhores na segunda em relação à primeira temporada. Bushmaster, ainda que eu não tenha gostado taaanto dele, é consideravelmente melhor que Diamondback, mas em compensação a Mariah é muito menos carismática que seu primo. Por outro lado, Misty e Shades crescem bastante, adicionando um pouco mais de tempero aos personagens secundários. A conclusão da temporada, que posteriormente acabou se confirmando como o fim da série, funciona e deixa a gente com um gostinho de quero mais.

Na moda Stokes de coroas como pano de fundo, ela é Mariah vai com as outras

Veredito

A segunda temporada de Luke Cage é legalzinha, mas apenas uma sombra de sua espetacular estreia. Abaixo até mesmo da primeira de Jessica Jones, aqui temos protagonistas que não brilham tanto, mas coadjuvantes que aproveitam a brecha. A série vai deixar saudades pelo fato de já ter demonstrado sua qualidade e deixado sua marca, como as longas cenas de músicas sendo tocadas na boate Harlem’s Paradise. Em uma espécie de prêmio de consolação,  a produção teve sim um desfecho digno. Se por acaso quiserem milagrosamente renovarem-na, há espaço pra trabalhar. Se o cancelamento permanecer, pelo menos tudo ficou bem fechadinho.

Maconheiro precisa esconder os olhos vermelhos

 

{Nota: caso eu tenha usado algum termo desconhecido para vocês, meus queridos e queridas leitoras, não hesitem em acessar esse post aqui, ó: https://pitacosdoleleco.com.br/2017/07/11/glossario-do-leleco/}

{Nota nº 2: quer conhecer melhor a história do blog e os critérios utilizados? Seus problemas acabaram!! É fácil, só acessar esse link: https://pitacosdoleleco.com.br/2017/09/16/wiki-do-leleco/}

{Nota nº 3: bateu aquela curiosidade de saber qual exatamente é a nota desta temporada, sem arredondamentos? Se sim, dá uma olhada aqui nesse link. Se não, pode dar uma olhada também: https://pitacosdoleleco.com.br/2017/09/16/gabarito-do-leleco/}

 

~ OBSERVAÇÕES SPOILENTAS: NÃO LEIA A NÃO SER QUE JÁ TENHA VISTO A TEMPORADA INTEIRA. O AVISO ESTÁ DADO ~

 

  • A dupla que eu não sabia que eu precisava é Misty e Colleen. Aaaa, poderiam ter colocado mais cenas das duas lutando juntas. Luke e Danny também foi muito massa.
  • Mano, dá pra entender as motivações do Bushmaster e tudo mais, mas precisa daquela birra toda de que o Harlem é seu direito de nascença? Pqp, cara chato. Aí do nada ele desiste de tudo e vai embora de volta pra Jamaica. Vai entender.
  • A Mariah é outra que é meio insuportável. A atuação da Alfre Woodard tava três tons acima, e que porra é aquela dela ficar sendo a rainha da sedução? Fala sério, né. Ainda assim, foi foda ela queimando o tio do Bushmaster. Assustador.
  • Shades e Comanche é uma relação que poderia ter sido muito mais abordada. Melhor que muitos outros núcleos da série.
  • Senti falta do Bobby Fish, é uma pena que foi embora logo nos primeiros episódios. Tirou um pouco da alma do negócio.
  • Naquela cena em que a casa da Mariah tava pegando fogo, por que diabos a Tilda não tentou desamarrar a mãe, véi?
  • Misty ativou o modo Jax do Mortal Kombat, com sua mão à la Robocop. Rá! Robocop.
  • Coitado do Ridenhour. Se bem que não liguei muito pra morte dele, não vou mentir.
  • Luke no poder, com Sugar como seu funcionário e a influência corruptiva do Harlem’s Paradise. A probabilidade de dar merda é insanamente grande.
  • Saudades da época em que a Claire era importante no universo Marvel/Netflix. Saudades.

 

~ FIM DAS OBSERVAÇÕES SPOILENTAS. A PARTIR DAQUI PODE FICAR DE BOA SE VOCÊ AINDA NÃO VIU ~

 

+ Melhor personagem: Misty Knight
Diante de um Luke Cage extremamente apagado e meio sem graça, a coadjuvante acaba cavando seu espaço.

Essa mina é perigo, não dá o braço a torcer

+ Melhor episódio: S02E10 (“The Main Ingredient”)
Apesar do melhor momento ter sido no episódio anterior, no geral esse foi o capítulo mais legal de assistir.

Ficar de vela é foda, viu

+ Maior decepção: Claire Temple
Pegaram uma personagem que todo mundo amava e reduziram sua importância. Uma pena.

Claramente esquecida

 

Ei, você! Tudo joia? Pois é, eu também tô bem. E já que agora temos intimidade, comenta aí o que cê achou da temporada. Opiniões são sempre bem-vindas, e é importante lembrar que nos comentários spoilers estão liberados. Se você não quiser vê-los, corre logo pra assistir e depois volte aqui, beleza?

Publicado por Luiz Felipe Mendes

Fundador do blog Pitacos do Leleco e referência internacional no mundo do entretenimento (com alguns poucos exageros, é claro).