• (In)digno
Conhecemos o bilionário excêntrico com uma genialidade tamanha que simplesmente o fez inventar uma armadura voadora para lutar por sua sobrevivência. Em seguida, fomos apresentados a um cara calmo, mas que fica verde de raiva quando seus batimentos se aceleram. Depois, vimos o playboy inicial ser mais desenvolvido e alguns personagens secundários, como Nick Fury e a Viúva Negra, ganharem mais tempo de tela.
Agora, é a vez de conhecer um deus. Não, eu não tô sendo herege, o cara é realmente um deus. Thor, o controlador dos trovões. Com seu martelo-bumerangue indestrutível que ele chama de Mjölnir, o deus da mitologia nórdica aparece pela primeira vez no Universo Cinematográfico da Marvel. Não é o melhor filme do MCU, mas é divertido o bastante pra nos entreter.
Sinopse
Thor é um deus orgulhoso. Destinado a suceder seu pai, Odin (Anthony Hopkins), no trono de Asgard, ele se acha o rei da cocada preta, o pica grossa das galáxias, a Quebradora de Correntes, a Não-Queimada, esse tipo de coisa. Prestes a assumir o posto de líder de seu reino, ele comete uma cagada monstra que deixa seu pai furioso. Enquanto isso, seu irmão Loki (Tom Hiddleston) tá ali, sempre na sombra do irmão e sempre visto como a ovelha negra.
As merdas que Thor faz acabam culminando em sua punição. Para ensiná-lo uma lição, Odin expulsa seu próprio filho de Asgard – para o lamento da mãe, Frigga (Rene Russo) – e o manda para um pequeno planeta azul não muito longe dali: a Terra. No local, Thor já não é mais tão poderoso quanto outrora, ainda mais sem o seu querido martelo. Para retomar seu status e derrotar os verdadeiros inimigos que espreitam na escuridão, Thor precisa deixar seu orgulho de lado e aprender o valor da humildade. Para isso, ele conta com a ajuda de Jane Foster (Natalie Portman), Darcy Lewis (Kat Dennings) e Erik Selvig (Stellan Skarsgard), um grupo de meros cientistas terráqueos.
Crítica
Thor é provavelmente o mais Sessão da Tarde do MCU inteiro. Toda a jornada do herói reproduzida no longa é algo bem comum – a origem, a queda, a ascensão. Os personagens também seguem a mesma linha. Thor é o protagonista cheio de si e que precisa de uma lição de vida. Loki é o irmão renegado. Odin, o sábio ancião. Os cientistas da Terra são o conselheiro, o interesse amoroso e o alívio cômico. Os amigos de Thor, compostos por Sif (Jaimie Alexander), Fandral (Joshua Dallas), Hogun (Tadanobu Asano) e Volstagg (Ray Stevenson), são aqueles que dão vida ao universo de Asgard. Por fim, Heimdall (Idris Elba) é o protetor místico.
Em nenhum momento o filme te prende totalmente; em nenhum momento ele te perde totalmente. É uma introdução legal à ideia de que a Terra não é o único planeta, pois é aqui que começamos a ter um vislumbre do tamanho do universo da Marvel. Nos três primeiros longas da franquia, as temáticas eram bem locais. Não mais. E isso é a segunda maior qualidade de Thor. A primeira é obviamente a figura de Loki, um dos pilares de todo o MCU. Neste capítulo ele ainda não está em seu auge e dá pra perceber sua lenta construção, mas ainda assim é a coisa mais notável da obra.
Os vilões, representados pelos Gigantes de Gelo, são meio sem graça e esquecíveis, e as partes do Thor tentando se adaptar ao nosso estilo de vida são mais divertidas do que as lutas e batalhas contra os antagonistas. Além disso, temos a primeira aparição de um certo arqueiro conhecido dos quadrinhos, sem contar na recorrente participação de Phil Coulson (Clark Gregg).
Veredito
Entre os quatro primeiros filmes, Thor fica em terceiro lugar na minha lista. Ele não é melhor que os dois primeiros Homem de Ferro, mas é consideravelmente superior a O Incrível Hulk. De fato é um dos mais fracos do MCU quando concluímos os filmes e olhamos pra trás a fim de analisar o quadro geral. Porém, não é chato de se acompanhar e é o tipo de programação que você provavelmente pararia pra assistir se estivesse passando na TV. Entre os personagens, faltou um pouco de charme para Thor, mas sobrou presença para Loki.
Aviso: Tem uma cena pós-créditos.
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~ OBSERVAÇÕES SPOILENTAS: NÃO LEIA A NÃO SER QUE JÁ TENHA VISTO O FILME. O AVISO ESTÁ DADO ~
- Eu absolutamente amo a cena em que o Thor tá lá no café e quebra a caneca no chão pedindo mais uma bebida. momentosicônicosdoMCU.jpg
- O Odin é só eu fazendo drama. Um conflito qualquer dá as caras e ele se finge de morto, deita no chão e tchau pra quem fica.
- Eu literalmente tive que pesquisar o nome do rei dos Gigantes de Gelo – ele é bosta demais, tadinho. Mas pois é, o Laufey é pai do Loki e os dois constituem uma família muito abençoada. Ops, o Loki matou o próprio pai. Ok, deixa pra lá.
- Acho muito legal toda aquela sequência na pedreira. Thor tentando dar uma de Rei Arthur, batendo em geral, um arqueiro misterioso à postos… muitos elementos legais.
- O embate do Thor com aquele Destruidor me lembrou uma mistura de O Homem de Aço com o Power Rangers de 2017. Espero não ter sido o único doido a pensar nisso.
- #ApariçãodoStanLee: um motorista tenta retirar o Mjölnir da cratera com uma corrente amarrada em sua caminhonete, mas nem isso dá certo. Pior ainda, a força da aceleração destrói parte do carro, mas o inocente motorista ainda pergunta: “funcionou?”.
- Thor quebrou a ponte queer, derrotou Loki e se sentou no Trono de Ferro. Eu acho que não tenho muita coisa pra falar sobre esse filme, na moral.
- AH, LEMBREI, tem a cena pós-créditos em que o Selvig tá lá analisando um bagulho e o Loki tá nas sombras controlando seus pensamentos. É claro que isso vai dar ruim, né.
~ FIM DAS OBSERVAÇÕES SPOILENTAS. A PARTIR DAQUI PODE FICAR DE BOA SE VOCÊ AINDA NÃO VIU ~
+ Melhor personagem: Loki
Disparado o melhor vilão da Fase Um do MCU, ele foi um dos poucos acertos da Marvel até hoje no quesito antagonistas. Tony Stark 2, General Ross 1, Loki 1, o resto 0.
Ei, você! Tudo joia? Pois é, eu também tô bem. E já que agora temos intimidade, comenta aí o que cê achou da temporada. Opiniões são sempre bem-vindas, e é importante lembrar que nos comentários spoilers estão liberados. Se você não quiser vê-los, corre logo pra assistir e depois volte aqui, beleza?