• Especial de Natal
A pessoa familiarizada com a base de fãs da Marvel e de filmes de super-heróis em geral provavelmente sabe que Homem de Ferro 3 é um dos mais criticados de todos. Os trailers e a divulgação do último capítulo solo de Tony Stark e o primeiro da Fase 2 da empresa geraram muita expectativa em todos os nerds de plantão, pois parecia trazer um rumo diferente de acontecimentos, focados no abalo emocional e psicológico do personagem depois do que ocorreu em Os Vingadores. Com um vilão que prometia ser bastante controverso, o Mandarim (Ben Kingsley), Homem de Ferro 3 é o encerramento da trilogia do personagem mais querido do MCU, sem dúvidas a maior razão para o sucesso do universo compartilhado. Para a grande maioria dos apreciadores, no entanto, foi um longa totalmente desperdiçado.
Sinopse
Vamos dar uma recapitulada na biografia de Anthony Stark. Bom, ele é dono de uma mente brilhante e uma empresa bilionária. Fez sua fortuna vendendo armamentos para diferentes fornecedores ao redor do globo – sem muita ética envolvida, devo dizer. Quando ele é feito prisioneiro/refém por alguns terroristas em território desconhecido, Tony começa a perceber as consequências de seus atos irresponsáveis. Na intenção de escapar daquele lugar, ele constrói uma armadura gigante, a qual aprimora cada vez mais. Com ela, posteriormente Tony depôs um parceiro que queria a empresa só pra si, derrotou a ameaça de um russo com chicotes de choque e elevou o próprio nível ao ajudar o grupo conhecido como Os Vingadores a vencer a Batalha de Nova York contra Loki e os Chitauri.
Uou! Muita coisa em pouco tempo. Considerando que Tony Stark é um ser humano comum, ainda que muito inteligente, era questão de tempo até que todo o peso das ações recentes caísse sobre seus ombros. Pois é, HF3 (Half Life 3 confirmed) aborda muito esse lado do herói. Suas experiências de quase-morte fizeram com que começasse a ter ataques de ansiedade, demonstrando um lado mais frágil do fanfarrão. Ele, porém, precisa superar suas “fraquezas” para combater a ameaça do Mandarim, um super-terrorista que odeia profundamente os EUA e pretende fazer de tudo pra quebrar o país. Além disso, Tony tem que lidar com as questões envolvendo sua namorada Pepper Potts e o surgimento de um novo jogador no ramo empresarial, Aldrich Killian (Guy Pearce), um cara que deu a volta por cima na vida após ter sido desprezado por Tony mais de dez anos antes.
Crítica
De fato, Homem de Ferro 3 não está entre os melhores do MCU. Entretanto, não pelas razões que as pessoas costumam apontar. O defeito que eu mais vi outros comentando é acerca do vilão polêmico interpretado por Ben Kingsley, o Homem de Mais de 1000 Filmes. Eu, por outro lado, achei muito corajoso e ousado o caminho que o diretor Shane Black resolveu tomar, mas ele errou na continuidade de seu plano. É difícil dizer mais sem dar spoilers, então deixarei isso pra parte reservada.
HF3 é uma obra sem alma. Ele introduz temas importantíssimos como o lado humano de Tony Stark e antagonistas diferentes dos demais, mas não empolga o telespectador. Sua primeira metade é frenética, mas depois o filme se assenta e quando retorna à ação, não faz isso da melhor maneira. Como meu irmão mais novo disse, o filme parece um Especial de Natal do Homem de Ferro, até porque ele se passa nesta época do ano. Comecei a refletir sobre isso e cheguei à conclusão de que a comparação não poderia ser mais precisa. O longa tem seu auge na primeira hora e não consegue recuperar aquele sentimento na hora seguinte.
Tony Stark, é claro, aparece uma vez mais como um personagem espetacular. Em HF, ele era bastante arrogante e narcisista. Em HF2, ele perdeu um pouco da arrogância e substituiu-a por um ácido sarcasmo. Em Os Vingadores, ele parece estar com a cabeça mais aberta, mas continua se achando melhor do que os demais. Em HF3, ele está quebrado. E é de se entender. A forma como Shane Black trabalha o lado emocional e psicológico de Tony, aliada a uma nova interação com o garoto Harley (Ty Simpkins), é de se aplaudir. As participações de James Rhodes e Happy Hogan – sim, ele ganha mais espaço – são pontuais, assim como as de Pepper. O ponto negativo fica para Aldrich, que pra mim foi sem graça pra caralho.
Veredito
Não é tão ruim quanto dizem, mas não deixa de ser fraquinho. Tá mais ou menos no nível de Thor, mas ganha pontos pela coragem de tratar de alguns assuntos que normalmente não são representados no gênero. É o pior da trilogia do Homem de Ferro, mas pode agradar quem assiste sem muitas expectativas. Em resumo, poderia ter sido melhor, mas não é um O Incrível Hulk também.
Aviso: Tem uma cena pós-créditos.
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~ OBSERVAÇÕES SPOILENTAS: NÃO LEIA A NÃO SER QUE JÁ TENHA VISTO O FILME. O AVISO ESTÁ DADO ~
- Por que o povo odeia tanto o fato de que o Mandarim era um bostão? Só por causa dos quadrinhos? Beleza que eles enganaram todo mundo e botaram muito hype pra cima do vilão, ainda mais porque Ben Kingsley foi escalado, mas a jogada dele não ser ninguém importante foi muito ousada. E quer nome mais sem graça que Trevor Slattery? O maior erro na verdade foi eles não terem colocado um antagonista decente como suplente. Se o Aldrich Killian tivesse sido um bom personagem, a história seria outra. Poderiam ter feito ele ser um cara descolado e agradável, mas infelizmente não foi isso que aconteceu.
- O prêmio de Melhor Cena vai pra Pepper gritando pelo Tony depois dele afundar no mar. Tipo, por quê? Ela achava que ele iria ouvi-la e heroicamente ascender do oceano? Um pouco improvável, acho.
- Como alguém pode achar o nome Patriota de Ferro mais foda que Máquina de Combate? Bicho, não tem nem comparação. Até a armadura do segundo apelido é mais imponente.
- Embora o vilão da batalha final tenha sido fraco, adorei as lutas com os zilhões de armaduras. Além do mais, o Rhodey brilhou demais naquela parte. O cara pulou que nem um trapezista, arriscou sua vida e nem precisou usar um traje. Que homem!
- O melhor é a gente pensando que seria o momento do Happy ganhar importância e tudo mais, só que ele ficou fora de combate logo na primeira meia hora ou algo do tipo. Top.
- Eu apoio o Tony adotar aquele garoto que encontrou no Tennessee e cuidar dele como seu próprio filho, não importa o que digam. Teria muita batalha com bazucas de batatas.
- Pensa numa personagem dispensável: a Maya Hansen (Rebecca Hall), aquela mina que praticamente inventou o Extremis. Poderia ter tirado ela do filme e não faria diferença alguma.
- Xô ver se eu entendi, pera. O Mandarim não tinha aquele rosto antes ou eles só fizeram pequenas alterações? Não ficou claro.
- #ApariçãodoStanLee: levantando uma placa de nota 10 para umas modelos em um concurso de beleza tipicamente estadunidense. Ai, como esse cara faz falta, viu.
- Bruce Banner pode ser muitas coisas, mas não é um bom psicólogo. Acredito que ele não tenha o temperamento certo, hehe.
~ FIM DAS OBSERVAÇÕES SPOILENTAS. A PARTIR DAQUI PODE FICAR DE BOA SE VOCÊ AINDA NÃO VIU ~
+ Melhor personagem: Tony Stark
O mais complexo, bem explorado e cheio de camadas de todo o MCU. Digo isso com tranquilidade.
+ Maior evolução: James Rhodes
Ele aparece pouco, é verdade, mas sua interação com o protagonista é gostosa de assistir e fica aquela sensação de que poderia ter tido mais tempo de tela. Quanto à sua personalidade, ela agora soa como uma mistura da camaradagem do Rhodes de HF e o senso de dever do Rhodes de HF2.
+ Pior personagem: Aldrich Killian
Eu gosto pra caramba do Guy Pearce, mas não gostei nada do personagem que ele interpretou em Homem de Ferro 3. Tá na minha lista de piores vilões do MCU.
Ei, você! Tudo joia? Pois é, eu também tô bem. E já que agora temos intimidade, comenta aí o que cê achou da temporada. Opiniões são sempre bem-vindas, e é importante lembrar que nos comentários spoilers estão liberados. Se você não quiser vê-los, corre logo pra assistir e depois volte aqui, beleza?