• Brincadeira paranoica
O novo terror da produtora A24, famosa por oferecer mais autonomia aos seus cineastas, está no ar na HBO Max. Morte Morte Morte, com direção de Halina Reijn e elenco majoritariamente feminino, se encaixa no subgênero “slasher”, ao mesmo tempo em que tenta fazer algo de diferente. Isso funciona? Para este humilde pitaqueiro, sim.
Em inglês, o nome original é Bodies Bodies Bodies, algo como Corpos Corpos Corpos. O título remete a uma brincadeira que se torna o tema da obra. No jogo, um “assassino” é escolhido e os participantes precisam fugir dele. No entanto, sete jovens em um chalé não esperavam que o faz de conta se tornasse subitamente tão real.
Morte Morte Morte já começa com uma cena longa de duas personagens se beijando, reforçando a relação recorrente entre sangue e sexualidade presente nos filmes de terror. Com isso, o filme logo de cara firma os dois pés no gênero. À medida que os minutos passam, o cenário de slasher então se torna cristalino.
Para aqueles que não sabem o significado, “slasher” é um subgênero caracterizado por um assassino perseguindo suas vítimas. Sexta-Feira 13 e Halloween são alguns dos exemplos.
O jogo Bodies Bodies Bodies é a desculpa perfeita pra criar um clima crescente de suspense. Nisso, o filme não tenta reinventar a roda. Porém, ao contrário de outros títulos do subgênero, que frequentemente contam com personagens vazias ou de pouca inteligência, aqui elas são carismáticas.
Esse fator faz com que a gente se importe com os acontecimentos, mantendo sempre a chama do mistério acesa até a chegada da reviravolta final. Por incrível que pareça, eu comecei a rir quando subiram os créditos. Quando você assistir, saberá o porquê.
O longa, aliás, tem fortes tons de comédia, sobretudo na interpretação da atriz Rachel Sennott. O roteiro brinca com temas como confiança e tecnologia, críticas ácidas à nova geração, traumas e romance. Não chega a ser revolucionário, mas faz o suficiente pra ser divertido e se destacar diante do saturado slasher. Nota final: 4,0/5.

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