Ação, Missão Impossível

Missão Impossível #07 – O Começo do Fim (2023)

missão impossível acerto de contas parte 1

• Envelheceu como vinho

Em meio a todo o divertido pandemônio de Barbie vs. Oppenheimer, o filme que eu estava mais empolgado pra assistir neste mês de julho era Missão Impossível: Acerto de Contas – Parte 1. Não que eu não esteja animado pros outros dois grandes lançamentos do ano, mas, apesar de toda a expectativa, eles ainda são incógnitas. Quanto ao sétimo capítulo da franquia estrelada por Tom Cruise, a chance de dar certo era muito maior, pois trata-se de uma saga que já se provou antes. Afinal de contas, nenhum dos seis filmes tinha sido ruim, e desta vez não foi diferente. Ah, e relaxa, porque não vou soltar spoilers nesta crítica, então pode ler sem problemas.

 

Missão Impossível: Acerto de Contas – Parte 1 – IMF x IA

Eu juro que fiquei com um pouco de medo quando percebi pra onde a trama de Missão Impossível: Acerto de Contas – Parte 1 estava caminhando. Gosto pra caramba de toda a franquia, mas não dá pra dizermos que os filmes se destacam pelas histórias em si. Na verdade, é difícil um filme de ação se destacar por essa característica. Contudo, ainda que não tenha criado tramas particularmente memoráveis no sentido de construir ameaças de maneira complexa, Missão Impossível sempre foi uma saga que soube manter os pés no chão pra não viajar demais na maionese.

Missão Impossível: Acerto de Contas – Parte 1 possui o enredo mais ousado da franquia até aqui. Ethan Hunt é novamente acionado pela IMF. O objetivo é encontrar as duas metades de uma chave, com o poder de controlar uma inteligência artificial que se tornou consciente e é capaz de atravessar os bloqueios de absolutamente todas as informações digitais do planeta, incluindo segredos de Estado.

A temática de inteligência artificial chegou na hora certa, considerando que esta é uma das maiores tendências da atualidade. Missão Impossível sempre soube fazer isso com maestria, aliás: alinhar as ameaças dos filmes com as inclinações da vida real. Porém, eles nunca tinham tirado tanto os pés do chão no sentido estrutural de um enredo. Em certo momento, o roteiro parecia flertar perigosamente com O Exterminador do Futuro ou algo parecido, e isso poderia ter sido um baita tiro no pé.

Não foi. É bem verdade que a trama se mostra confusa em certas partes do filme, mas o roteiro é capaz de amarrar a maioria das pontas de modo que todo aquele contexto se torna plausível, guardadas as devidas proporções. É claro que precisamos ter aquela boa e velha suspensão de realidade. É um filme de ação, não um documentário. Mesmo assim, a habilidade de fazer a gente acreditar que toda aquela maluquice pode acontecer de verdade é um velho mérito da franquia, e que não foi perdido aqui.

Os personagens e cenas de ação voltam a se colocar entre as maiores qualidades do filme. No entanto, faço algumas ressalvas. A impressão que eu tive é de que Missão Impossível: Acerto de Contas – Parte 1 bebeu demais da fonte dos filmes anteriores, de modo que várias sequências são… familiares. Temos uma luta em um trem, assim como em Missão Impossível; uma perseguição urbana de carro mais ou menos parecida com Efeito Fallout; e a interação do Ethan com a nova personagem Grace é muito similar com a de Ethan e Ilsa em Nação Secreta. Não que sejam erros da trama, até porque são momentos empolgantes e divertidos, mas a obra acaba perdendo um pouco do senso de novidade.

A conclusão do filme, por outro lado, foi melhor do que eu pensava. Eu tinha medo do final deixar um gancho artificial para o filme seguinte, uma mudança não muito legal quando nos lembramos de que todos os outros tiveram histórias fechadas. Entretanto, ainda que deixe sim um óbvio gancho para o oitavo filme, dá pra sentir o fechamento de um arco, como se fosse o último episódio da temporada de uma série. Eu não fiquei com a sensação de que ficou faltando algo, como aconteceu em Homem-Aranha: Através do Aranhaverso, mas sim de que tem mais coisa (boa) por vir.

Calma, galera, senão a Capitã Carter vai socar todos vocês

+ Veredito
Missão Impossível: Acerto de Contas – Parte 1 é mais um grande filme da franquia capitaneada por Tom Cruise. É um pouco inferior aos seus dois antecessores, Nação SecretaEfeito Fallout, pois apresenta uma fórmula mais requentada e as sequências de ação não são tão espetaculares quanto nos outros filmes. Não que não tenham momentos eletrizantes, longe disso, mas eles são um pouco menos marcantes. O enredo me agradou pela coragem de tentar fazer algo diferente, e quase todos os personagens estão bem, embora eu tenha voltado a sentir a Ilsa Faust meio apagada. De qualquer forma, se você é fã de Missão Impossível, não tem como não gostar deste sétimo capítulo. Pra coroar, a longa duração de 2h43min passa voando, assim como o Tom Cruise por cima de uma montanha.

Cada doido com a sua mania, né? A do Tom Cruise é ficar arriscando a própria vida toda hora

 

>> Missão Impossível #01, #02, #03 – Os Primeiros Anos (1996/2000/06)

>> Missão Impossível #04, #05, #06 – Uma Nova Abordagem (2011/15/18)

 

Nota: caso eu tenha usado algum termo desconhecido para vocês, meus queridos e queridas leitoras, não hesitem em acessar esse post aqui, ó: Glossário do Leleco

Nota nº 2: quer conhecer melhor a história do blog e os critérios utilizados? Seus problemas acabaram!! É fácil, só acessar esse link: Wiki do Leleco

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Ei, você! Tudo joia? Pois é, eu também tô bem. E já que agora temos intimidade, comenta aí o que cê acha dos filmes. Opiniões são sempre bem-vindas, e é importante lembrar que nos comentários spoilers estão liberados. Se você não quiser vê-los, corre logo pra assistir e depois volte aqui, beleza?

Publicado por Luiz Felipe Mendes

Fundador do blog Pitacos do Leleco e referência internacional no mundo do entretenimento (com alguns poucos exageros, é claro).