• A magia está no ar
Você já arrumou as suas malas? Não? Então provavelmente vai ter de encontrar alguma passagem clandestina pra Hogwarts. É dia 1º de setembro, e as aulas estão prestes a começar na principal escola de magia e bruxaria do mundo! Para celebrar essa data, nada melhor do que revisitar uma das franquias mais famosas, rentáveis e marcantes do cinema. Estejam avisados de que esse texto terá spoilers de todos os oito filmes de Harry Potter, pois não é exatamente uma crítica, mas sim uma viagem de volta a um universo fantástico e recheado de aventuras.
A Pedra Filosofal e A Câmara Secreta – Um sonho de criança
Esses dois são provavelmente os meus filmes favoritos da saga Harry Potter. Eu sei que O Prisioneiro de Azkaban é o mais ousado tecnicamente, mas A Pedra Filosofal e a A Câmara Secreta são filmes mágicos em todos os sentidos da palavra. Chris Columbus foi o diretor perfeito pra iniciar essa jornada em Hogwarts, pois foi capaz de capturar de forma sublime a essência dos personagens enquanto crianças.
A Pedra Filosofal é o começo de tudo. Por meio da trilha sonora que eu considero como uma das mais icônicas de todos os tempos (e não ganhou Oscar por teimosia da Academia), o filme dá aula no quesito “construção de mundo”. Os quadros falantes, o Beco Diagonal, as escadarias de Hogwarts, o Fofo, a caracterização dos personagens… dá pra gente mergulhar fundo e sentir que está dentro de um universo em que a magia transcende os limites da vivência humana. Com certeza esse foi o filme da franquia que eu mais assisti, até por ser o primeiro.
A Câmara Secreta também é incrível e possui uma particularidade interessante. Eu acho que esse é o único caso que eu consigo citar de cabeça em que a adaptação é melhor do que a obra original. Eu amo de paixão todos os livros de Harry Potter, e a grande maioria, principalmente os últimos volumes, são bem mais complexos do que as obras cinematográficas. Com o segundo, isso é diferente. Toda a sequência do basilisco é mil vezes melhor nas telas do que nas páginas. Apesar do filme não conseguir colocar 100% do conteúdo em cena (destaque para a festa do Nick Quase Sem Cabeça), ele consegue ser superior.
O Prisioneiro de Azkaban e O Cálice de Fogo – A mudança de tom
É até engraçado de ver o quanto O Prisioneiro de Azkaban é sombrio em comparação aos dois antecessores. Ele já seria mais gótico por si só, mas isso fica ainda mais evidente porque os primeiros capítulos são quase infantis. O terceiro filme chega com uma nova proposta. Depois de conquistar as crianças e transformá-las em fãs, estava na hora de voltar os olhos para um público mais adulto, até porque a história também estava amadurecendo.
O Prisioneiro de Azkaban é o meu livro favorito da saga, e possivelmente é o melhor filme no sentido mais literal do termo. Só não é o meu favorito porque os dois primeiros têm uma conexão especial pra mim. Anos se passaram, e eu sigo chorando com a sequência final de A Câmara Secreta, quando o Harry diz ao Hagrid que Hogwarts não existe sem ele. Sério, enquanto eu escrevo agora, meus olhos teimam em ficar marejados.
Voltando ao terceiro filme, O Prisioneiro de Azkaban aposta alto em trazer o veterano Gary Oldman na pele de Sirius Black, em meio a uma fotografia escura e personagens abraçando a adolescência. O cineasta Alfonso Cuarón faz um grande trabalho aqui, construindo a ponte que estabelece a mudança de tom da franquia.
O Cálice de Fogo é divertido, mas é um dos filmes mais “dispensáveis”, com exceção do seu terceiro ato, um dos mais importantes de toda a saga. Mike Newell comanda as ações nos bastidores e traz a primeira morte de Harry Potter, quando Cedrico Diggory é assassinado por Peter Pettigrew. Toda a sequência do retorno de Voldemort é assustadora, e dá pra notar que, a partir deste filme, a trama principal não seria mais a mesma.
A Ordem da Fênix e O Enigma do Príncipe – Tropeços nas adaptações
E é aí que chegamos em A Ordem da Fênix. O maior livro ganhou a pior adaptação de todas. Tem tanta coisa faltando que fica até difícil citar todas. Antes de eu ler os livros, este era um dos meus filmes favoritos, talvez até o meu queridinho. Depois de ler, eu ainda o considero um filme bom, mas como adaptação ficou deixando muito a desejar. Independentemente disso, a gente tem de vez a consolidação de Voldemort e a introdução de vários personagens importantes, isso sem contar a morte de Sirius Black. O maior legado deste filme é este, inclusive: a promessa de que a ameaça de Você Sabe Quem não atingiria apenas os coadjuvantes, mas a guerra também ceifaria personagens pra lá de relevantes.
Por fim, fechando essa fase, temos O Enigma do Príncipe, segundo filme seguido com direção de David Yates. Se for pegar uma lista dos favoritos de cada fã de Harry Potter, eu tenho certeza que a maioria sempre vai colocar este no final. Pra mim, é o pior deles. Também não o considero ruim de fato (embora eu seja suspeito pra falar, porque amo todos), pois temos momentos de cair o queixo como a morte do Dumbledore, mas a adaptação novamente fica aquém e o filme falha em empolgar.
As Relíquias da Morte: Parte 1 e As Relíquias da Morte: Parte 2 – A conclusão épica
Antes de virar moda, os produtores de Harry Potter tomaram a decisão de dividir o último livro em dois filmes, o que eu acho que fez sentido. As Relíquias da Morte: Parte 1 é um dos meus favoritos, justamente por ele ser tão diferente dos demais. Pela primeira vez, temos uma história que não é focada em Hogwarts, mas ostenta quase um formato de “road movie”, no sentido de que os personagens ficam viajando toda hora, se estabelecendo por curtos espaços de tempo nos lugares.
As Relíquias da Morte: Parte 2 é um grande encerramento pra saga, e faz tudo certinho. Contudo, poderia ter sido mais memorável do que realmente foi, como O Senhor dos Anéis – O Retorno do Rei, por exemplo. Eu acho o duelo entre a Molly e a Bellatrix e, sobretudo, o embate final entre Harry Potter e Lorde Voldemort um tanto quanto decepcionantes. Dava pra ter valorizado mais aquelas partes decisivas da batalha, mas beleza. Ainda assim, é uma ótima conclusão pra um projeto que levou uma década para ser finalizado.
Eu nunca escondi que Harry Potter é uma das minhas histórias favoritas. Eu tenho uma tatuagem das pegadas do Mapa do Maroto no braço, e não me arrependo, mesmo depois das polêmicas envolvendo a J.K. Rowling. Os filmes são inegavelmente cristais do cinema. Eu sei que vai haver uma nova adaptação no formato de série e espero que seja boa, mas essas oito obras audiovisuais maravilhosas ficarão pra sempre na minha memória.
Nota: caso eu tenha usado algum termo desconhecido para vocês, meus queridos e queridas leitoras, não hesitem em acessar esse post aqui, ó: Glossário do Leleco
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Ei, você! Tudo joia? Pois é, eu também tô bem. E já que agora temos intimidade, comenta aí o que cê acha dos filmes. Opiniões são sempre bem-vindas, e é importante lembrar que nos comentários spoilers estão liberados. Se você não quiser vê-los, corre logo pra assistir e depois volte aqui, beleza?