• Tudo pela sobrevivência
Eu acho impressionante como o mundo é cheio de histórias incríveis. O que mais me espanta é que eu nunca sequer ouvi falar de certos acontecimentos inacreditáveis. E é sobre um desses casos que se baseia o filme de hoje.
Em 1972, um avião parte do Uruguai com mais de 40 passageiros, incluindo um time de rúgbi. Na Cordilheira dos Andes, a caminho do Chile, a aeronave se choca com uma encosta e cai, alojando-se em uma depressão entre montanhas. Sem conseguir chamar por ajuda, os sobreviventes fazem de tudo – com ênfase no tudo – pra permanecer vivos.
Histórias trágicas e com supostas milagres são um prato cheio pro cinema. É sucesso garantido. Afinal de contas, quem não adora ver o ser humano sendo levado ao limite e sobrevivendo em condições adversas? É por isso que séries como Lost são tão populares, ou reality shows de pessoas em florestas inóspitas. Agora, quando há um adicional de “baseado em fatos”, as coisas ficam ainda mais irresistíveis.
Porém, A Sociedade da Neve toma um caminho incomum para os padrões de Hollywood. Normalmente, o cinema dos EUA adora gourmetizar algumas situações que com certeza eram muito mais cruéis do que a representação em tela. Por isso, o exercício de consumir filmes de outros países se torna ainda mais essencial. Esse longa espanhol, por exemplo, apresenta um cenário tão visceral que chega a ser incômodo.
A Sociedade da Neve não quer ser “bonitinho”. Ele não quer mostrar heróis fisicamente atraentes sobrevivendo, com algum ator se esforçando pra entregar uma interpretação digna de Oscar. O filme quer mostrar como o ser humano não passa de um animal, sobretudo quando levado ao extremo. O que deixa o longa ainda melhor é que ele não constrói personagens previsíveis pro gênero, pois desenvolve relações bem mais críveis e otimistas, se é que se pode dizer isso.
Dirigido por Juan Antonio Bayona e disponível na Netflix, A Sociedade da Neve causa aflição, desespero e cansa o espectador. Quando acabou o filme, percebi que cheguei a prender a respiração em vários momentos. Vale a pena a experiência.
Obs.: espero não ser o único que achou o ator Enzo Vogrinic a cara do Adam Driver, e o Matías Recalt ligeiramente parecido com o Adam Scott
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Ei, você! Tudo joia? Pois é, eu também tô bem. E já que agora temos intimidade, comenta aí o que cê achou do filme. Opiniões são sempre bem-vindas, e é importante lembrar que nos comentários spoilers estão liberados. Se você não quiser vê-los, corre logo pra assistir e depois volte aqui, beleza?