Mistério, Séries

True Detective: 2ª Temporada (2015)

• Erros de condução

Digamos que este pitaco é um tanto quanto histórico.
Por que ele é tão diferente dos outros, Leleco? Você provavelmente deve estar morrendo de curiosidade. Bom, True Detective foi uma das primeiras séries que eu já assisti, e essa temporada em particular eu devo ter visto há pelo menos uns dois anos. Por que eu demorei tanto pra escrever então? Bom, os motivos são vários – eu não lembrava da história direito, não sabia que nota eu poderia dar e não tinha como comparar à temporada de estreia. Resolvi chamar minha namorada pra assistir comigo. Da primeira vez que eu vi, assisti com meu irmão mais velho e meu pai, e como a memória deles é ainda pior que a minha, não adiantou muita coisa. Uma das bases dos meus critérios é meio que avaliar algo de acordo com minha primeira impressão, salvo algumas exceções. No caso do segundo ano de True Detective, porém, não tive muita escolha, porque resumos simplesmente não iriam me auxiliar.
Agora que eu já enrolei o suficiente, vamos à crítica propriamente dita. True Detective é uma série na qual em cada temporada há uma história diferente, com atores diferentes e personagens diferentes. Logo, se você assistir a segunda antes da primeira não vai fazer diferença alguma, porque não tem uma ordem certinha. Eu, como sou fresco, gosto de acompanhar tudo de acordo com a data em que foi lançada, assim como costumo fazer em Black Mirror. Na primeira temporada, pra quem não se lembra ou nem assistiu, o enredo envolvia dois detetives que investigam uns mistérios muito malucos lá com um serial killer bizarro. Aquela trama ganhou fãs devotos por todo o mundo, e a missão da segunda temporada se tornou mais do que difícil, pois a sombra de sua antecessora sempre estaria ali para assombrá-la. E essa é uma das razões pelas quais o público não aprovou muito a continuação da obra produzida pela HBO.

Penetras Bons de Bico (2005)

O roteiro foca em quatro personagens principais: três policiais e um mafioso/gângster. Ray Velcoro (Colin Farrell) é um detetive da cidade de Vinci, enquanto Ani Bezzerrides (Rachel McAdams), que minha namorada apelidou carinhosamente de “Bezerrinha”, é uma delegada do condado de Ventura. Paul Woodrugh (Taylor Kitsch) é um policial rodoviário do estado da Califórnia, e por fim Frank Semyon (Vince Vaughn) surge como um cara meio misterioso que tá envolvido com um mundo de negócios ~obscuro~, mas que presumidamente tá querendo tomar um caminho meio legítimo. A história principal começa quando Ben Caspere, um “empresário” que tem envolvimento com Frank, desaparece logo antes de fechar um acordo que seria bem vantajoso para ele e seu parceiro. Seu paradeiro acaba por juntar os três policiais citados acima, os quais começam uma investigação sobre ele que vai ficando cada vez maior com o tempo.
Não vou me demorar muito na explicação da premissa da temporada, vou logo falar sobre as características dela. Olha, talvez eu tenha gostado mais dos personagens da segunda, ainda que Rust e Marty sejam excepcionais. A história também pode ser considerada melhor em alguns aspectos. Contudo, uma maldição dá as caras e ela atinge demais a experiência. O ritmo da trama é lento e confuso, e mesmo depois de assistir duas vezes, ainda assim precisei dar uma lida na internet pra entender todas as nuances apresentadas. Meu irmão me falou que isso ocorre porque a temporada não se preocupa muito com a história em si, o foco está nos personagens. Porém, mesmo com as maiores atenções voltadas para eles, dava pra ter deixado a ambientação mais clara e essa desculpa não cola. Porra, quantas séries e filmes não têm uns putas personagens fodas e um enredo totalmente compreensível? Sério, essa desculpa não cola mesmo.
E essa é razão por que a minha nota da segunda temporada foi menor que a da primeira. Aqui, os personagens me cativaram mais, a história (quando a gente entende kk) é mais profunda, sem falar que a música de abertura é melhor, hehe. Contudo, o fato da gente ter que se esforçar muito mais do que o necessário para compreender tudo que tá acontecendo é um defeito gigantesco que poderia ter sido facilmente contornado. É gente demais envolvida na conspiração, e isso compromete o andamento da mesma. É uma pena, porque se isso tivesse sido balanceado a segunda temporada de True Detective teria sido um dos melhores bagulhos que eu já vi. Uma pena, realmente.
Devido à má recepção, a HBO decidiu dar uma pausa na produção. Enquanto a primeira foi aplaudida de pé, geral tacou pedra na segunda e a galera responsável meio que deu uma recuada. Não me levem a mal, eu achei a temporada de estreia excelente, mas acho ridículo todo mundo ficar fazendo comparações injustas e pedir os antigos personagens de volta. Pô, tudo precisa ser renovado.
Há algumas semanas, descobri que a terceira temporada tava perto de lançar, e ainda mais recentemente lançaram o trailer. Tô botando fé, até porque o protagonista será ninguém menos que Mahershala Ali, aquele moço que ganhou o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante por Moonlight, um filme que é muito bom até a metade e depois fica bem mais ou menos. De qualquer forma, se os roteiristas conseguirem misturar o ritmo da primeira temporada e a construção de personagens da segunda, a terceira promete chegar com tudo.

 

{Nota: caso eu tenha usado algum termo desconhecido para vocês, meus queridos e queridas leitoras, não hesitem em acessar esse post aqui, ó: https://pitacosdoleleco.com.br/2017/07/11/glossario-do-leleco/}

{Nota nº 2: quer conhecer melhor a história do blog e os critérios utilizados? Seus problemas acabaram!! É fácil, só acessar esse link: https://pitacosdoleleco.com.br/2017/09/16/wiki-do-leleco/}

{Nota nº 3: bateu aquela curiosidade de saber qual exatamente é a nota desta temporada, sem arredondamentos? Se sim, dá uma olhada aqui nesse link. Se não, pode dar uma olhada também: https://pitacosdoleleco.com.br/2017/09/16/gabarito-do-leleco/}

 

~ OBSERVAÇÕES SPOILENTAS: NÃO LEIA A NÃO SER QUE JÁ TENHA VISTO A TEMPORADA INTEIRA. O AVISO ESTÁ DADO ~

 

  • Observação importante: aquele Pitlor parece uma mistura do Benedict Cumberbatch com o Mahone de Prison Break.
  • Velho, não vou mentir. Ver o Paul e o Ray morrerem pela segunda vez foi ainda pior do que na primeira. Porra, eu gostava demais do rodoviário com problemas de sexualidade. Até hoje eu fico imitando a pose dele depois do tiroteio só pra parecer mais foda, porque além de tudo, aquele foi o melhor tiroteio que eu já vi em uma série. E o Ray, nossa. Ele prova que pessoa com barba são do mal, e pessoa sem barba são do bem, isso é que é uma personalidade complexa.
  • Vamo lá fazer um breve resumo da história de maneira leve e descontraída. Uns vinte anos antes da trama atual começar, Caspere, Kevin Burris (inclusive esse ator tem o talento de matar personagens importantes, né), o prefeito (ou era o Dixon?) e aquele policial negro que é chefe do Velcoro e que eu esqueci o nome roubaram uns diamantes de uma joalheria e mataram os donos do local. Porém, os filhos deles, Laura e Leonard, sobreviveram e uma virou assistente do prefeito enquanto o outro virou fotógrafo, ambos conspirando para matar os criminosos. Eles foram responsáveis pela morte do Caspere. Ele, por sua vez, ia roubar a parte do Frank vinte anos depois em um negócio que resolveria a vida deste último, mas antes de ter essa oportunidade, acabou sendo assassinado. Isto fodeu com todos, porque ele tinha uma gravação de geral naquelas casas de putaria fechando negócios ilícitos, então começou a caça ao HD. Aff, deu preguiça de terminar de explicar, e olha que eu tinha pensado em fazer um pitaco somente para explorar todos os elementos. De qualquer forma, Velcoro, Ani e Paul entraram no meio dessa conspiração, e quase todo mundo envolvido no bagulho acaba morrendo, menos o Burris e o filho do prefeito, o qual na realidade era um dos chefões, mais poderoso do que o próprio pai. Porém, contudo, todavia, a Ani e a Jordan uniram o poder do feminismo e deram todas as informações pro repórter do final expor o caso pro mundo, e fica no ar se eles se ferraram ou não.
  • Legal o pai da Ani ser o Dumbledore.
  • Mano, sofri taaaanto com o Velcoro morrendo logo depois de ele e a Ani terem formado um casal tão perfeitinho um pro outro. Pensar que ele morreu só porque foi ver o filho e que foi embora desta para a melhor sem saber que ganharia um outro filho quebrou ainda mais meu coração.
  • Mano, tinha algum lance sexual entre o Paul e a mãe ou foi impressão minha?
  • NEVERMIND, NEVERMIND, I HAD TO LEAVE MY LIFE BEHIND
  • Até agora eu não entendi por que o Paul não atirou em todo mundo quando tava com o HOLLOWAY, LEMBREI O NOME DELE!, como refém. Tava todo mundo desarmado, era só ter atirado e resolvido o problema. Mas nãããão, ele escolheu o modo mais difícil, que acabou culminando na morte de quase todos de qualquer jeito.
  • Mano, fiquei até tristinho pela morte do Frank, mas foi meio que tanto faz. Ele foi de longe o personagem menos carismático dos quatro mais relevantes. Fiquei com mais dó da Jordan do que dele.

 

~ FIM DAS OBSERVAÇÕES SPOILENTAS. A PARTIR DAQUI PODE FICAR DE BOA SE VOCÊ AINDA NÃO VIU ~

 

+ Melhor personagem: Ray Velcoro (menção honrosa a Paul Woodrugh)
É incrível a maneira com que acompanhamos toda a evolução dele. Velcoro conseguiu causar em mim todos os tipos de sentimentos: admiração, compreensão, raiva, nojo, preocupação, entre outros.

Os reis da temporada

+ Melhor episódio: S02E04 (“Down Will Come”)
Talvez não tenha sido o melhor capítulo do começo ao fim, porque a season finale foi de tirar o fôlego. Entretanto, a sequência final talvez tenha sido uma das cenas de ação mais bem feitas da televisão.

Detetive Bezerrinha, ao seu dispor

 

Ei, você! Tudo joia? Pois é, eu também tô bem. E já que agora temos intimidade, comenta aí o que cê achou da temporada. Opiniões são sempre bem-vindas, e é importante lembrar que nos comentários spoilers estão liberados. Se você não quiser vê-los, corre logo pra assistir e depois volte aqui, beleza?

Publicado por Luiz Felipe Mendes

Fundador do blog Pitacos do Leleco e referência internacional no mundo do entretenimento (com alguns poucos exageros, é claro).