Marvel (MCU), Quadros

MCULeleco #15 – Guardiões da Galáxia Vol. 2 (2017)

• Egocentrismo

Os Guardiões da Galáxia não são somente um grupo desajustado que salva o universo. Eles também são uma família. Uma família composta por um fora da lei convencido, uma assassina filha de um genocida, um alienígena que leva tudo ao pé da letra, um pequeno graveto e um guaxinim robótico. Espero que o Rocky não esteja lendo isso aqui, porque senão ele me bateria por chamá-lo de guaxinim. Bom, o fato é que a infame gangue do bem tá de volta, pronta para novas aventuras no segundo capítulo de uma trilogia musical e colorida, ainda inacabada. Com ainda mais comédia que seu antecessor, Guardiões da Galáxia Vol. 2 é uma obra que divide opiniões.

 

Sinopse

Infelizmente, crescer sem um pai é uma realidade de muitas pessoas. Peter Quill (Chris Pratt) teve a mesma experiência. Tendo perdido a mãe na sua infância e sem nunca conhecer seu pai, ele foi sequestrado por Saqueadores liderados por Yondu Udonta (Michael Rooker), até que anos depois, na busca por um orbe, ele acaba cruzando caminho com Gamora (Zoe Saldana), Rocket Racoon (Bradley Cooper), Groot (Vin Diesel) e, mais tarde, Drax (Dave Bautista). Juntos, eles passam a compor um estranho grupo que salva a galáxia. O resto é história.
Com mais experiência e entrosamento, os Guardiões aceitam um trabalho dos Soberanos, uma raça de seres dourados e metidos, para impedir que umas baterias muito loucas sejam roubadas. Provavelmente algo parecido com pilhas recarregáveis, que estão na lista de coisas mais úteis da humanidade. O contrato acaba resultando em uma merda colossal e eles então precisam fugir do povo que os havia convocado. O plano tava fadado ao fracasso até que um homem misterioso, Ego (Kurt Russell), os salva da danação. Quem é esse cara? Bom, digamos que ele chegou para suprir algumas lacunas na história geral.

Cosplay de estatueta do Oscar

Crítica

Eu acho que a verdadeira crítica só pode ser levada em conta a partir da segunda assistida, pra ter certeza absoluta. Na intenção de fazer um paralelo aqui pra vocês entenderem, vou analisar Guardiões da Galáxia Vol. 2 sob a ótica da minha primeira assistida, e em seguida falarei sobre minha segunda experiência. Bora, bora.
Eu nunca menti que Guardiões da Galáxia é meu filme favorito do MCU, com a companhia de Os Vingadores e Vingadores: Guerra Infinita. Por isso, quando fui ao cinema assistir ao segundo capítulo da trilogia de James Gunn, a minha expectativa tava lá em cima. E não vou dizer que não me decepcionei. O tom de comédia do filme passou muito do ponto e várias piadas foram colocadas na hora errada, tirando o impacto de algumas cenas. Por exemplo, lembram quando, lá no segundo Vingadores, o Thor falou “nós não precisamos quebrar nada” e o Ultron respondeu “claramente você nunca fez um omelete”? Então, é ainda pior do que isso. Além do humor mal dosado, Vol. 2 traz interações forçadas, arcos meio esquisitos dos personagens e uma trama que poderia ter sido memorável, mas escorrega em suas próprias falas. É a obra mais fraca do MCU desde Thor: O Mundo Sombrio.
Ok, agora vou falar da minha segunda experiência. Reassistindo, o humor não ficou tão mal colocado quanto antes. Bom, tem duas cenas em particular que poderiam ter sido excluídas do filme. Sério, eu fico com vergonha de ver. Porém, os momentos de descontração do Drax, os quais eu havia achado forçado pra caralho, agora soaram mais naturais pra mim. A adição de Mantis (Pom Klementieff), uma alienígena com poderes empáticos, funciona bem, e o retorno de Nebulosa (Karen Gillan) é mais ou menos bom. Alguns arcos, no entanto, continuam exagerados. O drama de Rocky parece que veio do nada, a relação entre Gamora e Nebulosa não é tão bem trabalhada, algumas partes do núcleo de Yondu são abruptas, os diálogos escorregam na figura de Kraglin Obfonteri, interpretado por Sean Gunn, irmão do diretor, e o personagem do Ego é bem decepcionante. O Baby Groot, por outro lado, é uma gracinha, e a trilha sonora segue foda pra cacete.

Top Gunn

Veredito

No apanhado geral das duas vezes em que assisti, o filme me agradou. Da primeira vez, não tanto, mas da segunda, um pouco mais. Ele tem um abismo de diferença para o primeiro em quesito qualidade, mas algumas poucas coisas funcionam até melhor, como a evolução de Yondu. A participação especial de Sylvester Stallone como Stakar, um líder fora da lei, é ok. As partes envolvendo a Alta Sacerdotisa dos Soberanos, Ayesha (Elizabeth Debicki), são divertidas. Até a Miley Cyrus faz uma pequena ponta dublando Mainframe. Por outro lado, algumas decisões do roteiro são muito repentinas e personagens como o próprio Peter Quill perdem um pouco de seu brilho.

Vou mandar emoldurar isso aqui na minha cozinha

 

P.S.: Pra quem não sabe, esse é um pitaco que já fiz duas vezes. Na época em que assisti ao filme pela primeira vez, eu escrevi aqui no blog sobre ele, e quem quiser dar uma conferida nas minhas impressões é só acessar este link aqui: https://pitacosdoleleco.com.br/2017/05/03/guardioes-da-galaxia-vol-2-2017/

 

Aviso: Tem cinco cenas pós-créditos.

 

{Nota: caso eu tenha usado algum termo desconhecido para vocês, meus queridos e queridas leitoras, não hesitem em acessar esse post aqui, ó: https://pitacosdoleleco.com.br/2017/07/11/glossario-do-leleco/}

{Nota nº 2: quer conhecer melhor a história do blog e os critérios utilizados? Seus problemas acabaram!! É fácil, só acessar esse link: https://pitacosdoleleco.com.br/2017/09/16/wiki-do-leleco/}

 

~ OBSERVAÇÕES SPOILENTAS: NÃO LEIA A NÃO SER QUE JÁ TENHA VISTO O FILME. O AVISO ESTÁ DADO ~

 

  • Vou falar aqui quais são as duas cenas que me deixaram com vergonha alheia: a parte em que o Ego interrompe seu discurso pra falar que precisa mijar e quando o Kraglin destrói o monólogo da Nebulosa ao dizer “ah, eu tava pensando em um colar ou algo pra dar inveja nas outras garotas”. Nossa, como que não excluíram essas bostas?
  • “HA! ELA ACABOU DE CONTAR SEU SEGREDO MAIS PROFUNDO, VOCÊ DEVE ESTAR TÃO ENVERGONHADO!” Melhor parte do filme, fácil.
  • Sério, eu não poderia me importar menos com todo o conflito entre a Nebulosa e a Gamora. Eu tava querendo ver a saga de Rocky e Yondu, ou os desdobramentos entre Ego e Peter, aquelas partes das irmãs não me interessaram nem um pouco, desculpa.
  • O que dizer da sequência em que o Baby Groot vai buscar o topete do Yondu e sai trazendo tudo, inclusive um polegar aleatório? E quando ele sai correndo com uma motherfuckin’ bomba? Que coisa mais fofa, aaaaa
  • Se você estiver com baixa autoestima, não fale com o Drax, pelo amor de Deus. Pode ter certeza que mesmo quando ele te elogiar, ele não vai estar te elogiando.
  • Beleza, muito bonitinho o Yondu ter sido uma figura paterna pro Quill, mas isso não veio muito do nada não? No primeiro filme eu não senti nenhuma vibe do tipo, só que eles eram parceiros com um sentimento misto de afeto e inimizade. Foi bonita a mensagem de que pais não são necessariamente os biológicos, mas os de criação, só que achei o desenvolvimento meio rápido demais.
  • Ah, o bagulho envolvendo o Rocky também veio meio sem aviso. Ele sempre teve aquele jeito meio irreverente, mas nunca tinha sido implicante. Suas ações fizeram sentido, mas faltou um pouco de sutileza. Aliás, o filme inteiro precisava de um pouco mais de sutileza.
  • Seu herói se transforma em Pac-Man pra derrotar um planeta vivo? O meu sim.
  • Vou batizar o meu filho de Taserface, sem dúvidas. Mano, a parte em que ele fala com a Soberana logo antes de morrer e ela dá uma risada presa sempre me mata.
  • #ApariçãodoStanLee: casualmente conversando com os Vigias, uma raça antiga e evoluída ao seu máximo, enquanto está sentado em um planeta qualquer com um traje de astronauta.
  • Groot adolescente foi sensacional. Porém, a única cena pós-créditos realmente boa foi aquela em que um certo Adam foi mencionado – um ser superpoderoso dentro de uma cápsula…

 

~ FIM DAS OBSERVAÇÕES SPOILENTAS. A PARTIR DAQUI PODE FICAR DE BOA SE VOCÊ AINDA NÃO VIU ~

 

+ Melhor personagem: Yondu
Foi o único personagem que está melhor nessa sequência do que no primeiro filme. Alguns caminhos que o roteiro tomou em relação a ele não me agradaram muito, mas não tem como negar que ele evoluiu demais.

Mary Poppins (1964)

+ Maior evolução: Groot (menção honrosa a Drax)
Agora como Baby Groot, a nossa árvore favorita dos cinemas é a coisa mais fofinha do mundo, e rouba a cena quase sempre que aparece. A razão pela qual eu o coloco no campo de Maior Evolução é porque ele continua agradando os fãs, mas de uma maneira totalmente diferente à do primeiro filme. Drax, por sua vez, era um bom coadjuvante por causa de sua veia cômica singular e agora surge com um humor mais escancarado, repleto de momentos engraçados.

Melhor cena de abertura do MCU

+ Maior surpresa: Mantis
Uma boa adição ao grupo, principalmente devido à sua relação com Drax. Ah, e ela é bem mais poderosa do que imagina.

Mantis pra mim, é o que eu gosto, quanto mais você me ilude, mais eu te adoro ♪

+ Maior decepção: Ego
Ah, mano, ele tinha tudo pra ser um personagem foda, mas simplesmente não se encaixou. É uma pena, porque Kurt Russell foi desperdiçado.

O personagem que mais me desapontou no MCU, falo mesmo

 

Ei, você! Tudo joia? Pois é, eu também tô bem. E já que agora temos intimidade, comenta aí o que cê achou da temporada. Opiniões são sempre bem-vindas, e é importante lembrar que nos comentários spoilers estão liberados. Se você não quiser vê-los, corre logo pra assistir e depois volte aqui, beleza?

Publicado por Luiz Felipe Mendes

Fundador do blog Pitacos do Leleco e referência internacional no mundo do entretenimento (com alguns poucos exageros, é claro).