• Novos ares
Tenho plena certeza que várias pessoas que terminaram a segunda temporada ficaram meio relutantes em começar a terceira. E eu entendo completamente.
É aquele negócio, o final da segunda temporada de Doctor Who agarrou nossos corações, pisou neles e depois tacou fogo impiedosamente. Já deixo claro que minhas criticazinhas singelas não possuem spoiler da temporada em questão, mas se você não assistiu ainda às duas primeiras temporadas, fuja daqui enquanto há tempo.
A partida de Rose e o fechamento de seu ciclo foram de ferir os sentimentos. Toda a intensidade daquela cena final, misturada ao significado daquilo tudo ainda me deixam com vontade de me jogar no chão em posição fetal e chorar enquanto chupo meu polegar. Contudo, o show deve continuar.
Comecei a terceira temporada alguns dias depois de ter finalizado a segunda e já fui meio relutante, sendo que a maioria dos fãs da série consideram a Martha, a companion da terceira temporada, a pior até agora. Por isso já fui ver meio cauteloso, planejando ignorar a opinião geral da galera e tentando formar a minha própria. A verdade é que acabei me surpreendendo positivamente com a Martha.
Analisando hoje, depois de ter assistido todas às temporadas do New Who lançadas até então, realmente a Martha é a mais sem graça das companions, talvez porque sua personagem foi a mais mal desenvolvida e aproveitada, enquanto Rose teve duas temporadas, Donna após ser apresentada aqui acaba ganhando uma também, e Martha acabou não tendo o mesmo privilégio.
Já o Doutor de David Tennant continua com aquele jeito carismático de ser. Em diversos momentos aparece abalado (com razão, né), o que dá ainda mais profundidade ao seu personagem, mostrando o porquê dele ser um dos favoritos da fanbase de Doctor Who.
Vamos aos episódios agora. O primeiro capítulo da temporada é justamente o que introduz a personagem de Donna, o que me fez ficar confuso e pensar que tinha começado a quarta temporada em vez da terceira. A realidade é que este primeiro capítulo é um dos vários “especiais” da série, e o verdadeiro primeiro episódio é o que mostra Martha Jones, numa trama que eu achei extremamente legal e divertida, uma das razões da minha positiva surpresa.
O segundo episódio envolve Shakespeare com outro bom enredo, e com uma cena bastante cômica envolvendo Harry Potter (sim, Harry Potter); o terceiro já não é lá muito memorável, enquanto o quarto e o quinto são maneiros. Os episódios 6 e 7 são legaizinhos, mas nada muito uau.
Os capítulos 8 e 9 são muito marcantes, com um Doutor mais humano; mas é no 10 que a temporada atinge seu verdadeiro ponto máximo, com o épico “Blink“. Eu já tinha ouvido falar desse ep antes de assisti-lo, mas mesmo assim fui vê-lo como qualquer outro. E cara, que episódio sensacional.
Como eu já disse ali em cima, estou escrevendo este texto após ter terminado todas as 9 temporadas disponíveis até então, e digo com propriedade que ao lado do episódio “Vincent and the Doctor” da quinta temporada, Blink é o melhor da série até hoje. Tudo nele é foda: o Doutor, a história, os vilões (Weeping Angels – Anjos Lamentadores), os coadjuvantes e todo o clima frenético. Cara, que episódio bom.
Os três últimos capítulos também são ótimos, com o retorno de antigos personagens e algumas revelações que me deixaram bem “eita porra“. Talvez eu tenha achado esta temporada um pouquinho superior à segunda, porém as duas mantiveram um mesmo nível em geral. Na época, ainda considerava Doctor Who uma série no máximo legalzinha, mas relembrando hoje tudo o que aconteceu nas primeiras temporadas bate uma nostalgia muito grande.
Se você assistiu às três primeiras temporadas e já tá achando tudo muito bom, prepare-se que fica ainda melhor. E se já assistiu mas achou somente boa, prepare-se que a série agora começa a tomar novos rumos que particularmente me agradaram bastante. Entretanto, já que aqui estamos falando somente da terceira, aproveite para conhecer e apreciar tramas bem construídas e diferentes.
~ OBSERVAÇÕES SPOILENTAS: NÃO LEIA A NÃO SER QUE JÁ TENHA VISTO A TEMPORADA INTEIRA. O AVISO ESTÁ DADO ~
- Ainda estou aguardando o dia em que a Sally se tornará companion. Não custa sonhar.
- Martha mais na friendzone do que o menino Cirilo.
- E pensar que o Peter Parker antes de virar Homem-Aranha deu umas voltas com o Doutor.
- AAAAAAAA COMO ASSIM O JACK É O FACE OF BOE????
- John Smith é um nome tão comum pra alguém como o Doutor. Talvez justamente aí esteja a beleza da coisa.
- Expelliarmus!
- Doutor e Joan, um shipp estranhamente fofo.
- Harold Saxon para presidente.
- Martha apaixonada pelo Doutor, coitadinha dela.
- Fico imaginando você lá num dia normal e de repente é transportado pra Lua. Bem curioso.
- Confesso que não curti muito a Donna aqui, achei meio exagerada.
- “Don’t blink. Blink and you’re dead. They are fast. Faster than you can believe. Don’t turn your back. Don’t look away. And don’t blink. Good luck” – que momento.
- O Mestre é o melhor vilão ever, aceitem.
~ FIM DAS OBSERVAÇÕES SPOILENTAS. A PARTIR DAQUI PODE FICAR DE BOA SE VOCÊ AINDA NÃO VIU ~
+ Melhor personagem: Doctor/Doutor
Cara, acho que sempre ele vai ganhar esse prêmio independentemente da regeneração.
+ Melhor episódio: S03E10 (“Blink”)
Acho que já deixei bem claro que este é o melhor, né. Quem já viu provavelmente concorda comigo. E quem ainda não viu, corre que tá perdendo.
Ei, você! Tudo joia? Pois é, eu também tô bem. E já que agora temos intimidade, comenta aí o que cê achou da temporada. Opiniões são sempre bem-vindas, e é importante lembrar que nos comentários spoilers estão liberados. Se você não quiser vê-los, corre logo pra assistir e depois volte aqui, beleza?