Ficção científica, Séries

Orphan Black: 3ª Temporada (2015)

• Castor e Leda

Cês não imaginam o tanto que eu enrolei pra escrever este pitaco.
Orphan Black é uma daquelas séries que você não sabe muito bem distinguir em que temporada alguns determinados fatos aconteceram. Como eu criei o blog depois de ter assistido às três primeiras temporadas, todos os acontecimentos se misturaram na minha cabeça e eu demorei horas para escrever, sobretudo o pitaco da segunda temporada. A terceira eu já imaginava que seria a mais difícil, e de fato foi. Porém, como eu levo este trabalho muito a sério, persisti até que conseguisse lembrar de cada pequeno detalhe.
Uma outra característica de Orphan Black é a capacidade da trama se tornar maior a cada temporada, assim como em Prison Break. Na série das clones, começamos pensando que é uma história focada nas próprias personagens e nos vilões da Neoevolução. Com o passar dos episódios, vemos que nem tudo é o que parece e que aquilo tudo é bem maior do que imaginamos, ao ponto de no último episódio da segunda temporada descobrirmos que não são somente clones mulheres, mas sim clones dos dois gêneros: Castor para os carinhas com as feições do fazendeiro Mark e Leda pras minas com a cara da Tatiana Maslany.
E por falar na atriz, não tem como fazer uma crítica de Orphan Black sem mencionar a atuação espetacular de Tatiana. É o que todo mundo acaba pensando – ela é tão sensacional atuando que tem hora que nem dá pra acreditar que as clones são interpretadas pela mesma pessoa. Os trejeitos de cada uma, o jeito de falar, o jeito de andar, tudo é feito num extremo cuidado que me fez aceitar o fato de que Tatiana atua quase tão bem quanto o ator principal de Velozes e Furiosos: Desafio em Tóquio.*
A temporada começa com tudo. Helena é raptada por uma galera bem simpática do Exército, Delphine se torna a sucessora de Rachel em todos os sentidos, Sarah ainda é a líder e Alison e Donnie continuam sendo… bem, Alison e Donnie. O arco do casal se distanciou um pouco do enredo principal da série, mas é um bom alívio cômico para uma narrativa por vezes meio maçante, devido às intermináveis reviravoltas.
A grande novidade desta terceira temporada é definitivamente a presença dos clones homens. O ator que os interpreta, Ari Millen, também faz um ótimo trabalho, ainda que não com a mesma genialidade de Tatiana. Pela primeira vez na série as clones não são o ponto principal, dividindo espaço com o avanço da história de outros personagens.
Paul está de volta, um cara tão bonito que quando eu me olho no espelho me sinto o Scott (sem ofensas, Scott). Mrs. S. também permanece aquela pessoa que a gente nunca tem certeza se é foda, cuzona, esperta, cínica, corajosa ou tudo junto. Que mulher!
Infelizmente Orphan Black caiu na mesma armadilha de Prison Break: o excesso de enredo. Nas duas primeiras temporadas das duas séries, sempre que ocorria um plot twist ou um momento de explicação sobre tudo o que estava acontecendo, a trama fluia e me deixava curioso e interessado. Coincidência ou não, as respectivas primeiras temporadas das duas obras estão na minha lista de melhores Season 1 de todas as que eu já vi.
Já na terceira temporada, tanto aqui quanto no mundo de Michael Scofield & Seus Amigos, parece que as coisas perdem um pouco o fôlego. A experiência continua boa, algumas revelações me deixaram tipo EITA CARALHO e o roteiro vai evoluindo. Contudo, não assisti tão freneticamente quanto havia feito anteriormente, o que me fez abaixar a nota.
Agora devo dizer algo que pode parecer heresia para os fãs de Orphan Black: não aguento aquela Delphine. Desde o primeiro episódio não fui com a cara dela E NEM SEI DIZER O PORQUÊ. Nesta temporada então, com exceção do último capítulo, ela tá simplesmente um porre, me fazendo quase torcer pra que a Rachel pegasse um lápis e jogasse no olho dela também. Tá parecendo que eu tô querendo ser o diferentão, o cara que não gosta da personagem que todo mundo gosta, mas sei lá, eu precisava dizer isto.
O entrosamento das clones é um ponto fortíssimo da temporada, como sempre. A interação entre Sarah e Helena é a que mais se destaca, uma relação amorosa e saudável entre duas irmãzinhas carinhosas uma com a outra. Entretanto, as clones não são as únicas com uma relação legal de se ver, sendo que estamos falando de uma série com Alison e Donnie, os quais mesmo com uma trama rebaixada a subtrama, ainda conseguem buscar seu próprio espaço.
A terceira temporada de Orphan Black obviamente deixa muitas pontas soltas, inclusive um cliffhanger gigantesco no episódio final. Muuuuita coisa deve acontecer de agora pra frente, inclusive a temporada dá indícios de que voltará um pouco às suas origens, o que pelo menos pra mim é uma notícia fantástica.
Devo dizer que OB é uma série que eu gosto pra caramba, de verdade, e espero sinceramente que a quarta temporada traga a mesma animação com a qual eu costumava assistir à primeira. Só é preciso ter cuidado para que a BBC não transforme a obra em um segundo Prison Break, uma série com um puta potencial mas com as últimas temporadas bem mais mornas que as iniciais.
E Tatiana, psiu. Te amo.

* ironia 

 

~ OBSERVAÇÕES SPOILENTAS: NÃO LEIA A NÃO SER QUE JÁ TENHA VISTO A TEMPORADA INTEIRA. O AVISO ESTÁ DADO ~

 

  • Mano, por aquela eu não esperava. Uma única pessoa ser a “original” tanto de Leda quanto de Castor foi genial.
  • Vamo falar a verdade aqui, Alison e Donnie dão de 10×0 em Walter White e Jesse Pinkman.
  • Helena peidando foi provavelmente o momento mais divertido da temporada. Se bem que temos os Hendrix com as roupas de baixo festejando o dinheiro. Hmmm, difícil escolha.
  • R.I.P. Paul homão da porra. Todo mundo sabe que o cara só tinha uma expressão sempre, mas ainda assim foi triste vê-lo morrer daquele jeito.
  • O ator do Ferdinand deve gostar de fazer vilão né, com Gotham e tal.
  • Impressionante como todos os Castor têm cara de doido, principalmente aquele Rudy.
  • Coitada da Gracie, nasceu pra se foder nessa vida.
  • Orphan Black é uma série ótima, mas a maioria das cenas finais de temporada são bem clichês, né.
  • Aaaaaaa que fofinho a Sarah e a Helena cantando “Candy Girl” no carro. Sestras <3
  • Ponto mais positivo da temporada: não tem o Tony.
  • 1 atriz, 83947475 personagens. 1 ator, 8803945 personagens. Isto é que é economizar salário.
  • Nunca mexa com os bebês da Helena. Sério mesmo.
  • Susan Duncan, na moral??
  • Helena tem que ficar com o carinha lá, muito amorzinho os dois.
  • Vacilo a Delphine morrer. Mas do jeito que a série gosta dela e da Cosima, não duvido nada dela ter sobrevivido.

 

~ FIM DAS OBSERVAÇÕES SPOILENTAS. A PARTIR DAQUI PODE FICAR DE BOA SE VOCÊ AINDA NÃO VIU ~

 

+ Melhor personagem: Helena
A favorita da maioria dos fãs está um pouco diferente nesta temporada, mais aprofundada talvez. Um outro lado dela é mostrado, o que me fez votar pra que ela ganhasse o prêmio.

Meiga

+ Melhor episódio: S03E06 (“Certain Agony of the Battlefield”)
Tantas emoções, tristes e felizes. A season finale também é muito boa, mas a medalha de ouro vai pro sexto capítulo.

Quem é seu tapa olheiro favorito? Nick Fury, Governador ou Rachel Duncan?

 

Ei, você! Tudo joia? Pois é, eu também tô bem. E já que agora temos intimidade, comenta aí o que cê achou da temporada. Opiniões são sempre bem-vindas, e é importante lembrar que nos comentários spoilers estão liberados. Se você não quiser vê-los, corre logo pra assistir e depois volte aqui, beleza?

Publicado por Luiz Felipe Mendes

Fundador do blog Pitacos do Leleco e referência internacional no mundo do entretenimento (com alguns poucos exageros, é claro).