Drama, Séries

The Walking Dead: 9ª Temporada (2018/19)

• Um novo mundo

Bora retomar a rotina de séries! Depois de meses concentrado quase que exclusivamente em filmes, com o Universo Estendido da DC, a trilogia do Batman dirigida por Christopher Nolan e o Universo Cinematográfico da Marvel, quero voltar à essência. E não tem como fazer isso melhor do que trazer um pitaco da primeira série que eu assisti na vida. Em sua nona temporada, The Walking Dead apresenta Angela Kang como nova showrunner – a pessoa responsável pela maior responsabilidade da produção -, além de encerrar os ciclos de muitos personagens principais desde o início da obra. A série tenta novas investidas e prepara o terreno para um novo arco central, que poderia facilmente ser o último. Contudo, acho difícil que isso se concretize.

 

Sinopse

A guerra com os Salvadores acabou. Negan está preso em Alexandria, a paz reina novamente. Só que não. Bom, as duas primeiras afirmativas estão corretas, mas a última não muito. Oficialmente, o grupo liderado pelo psicopata do taco de beisebol foi derrotado e desmantelado, mas isso não quer dizer que eles tenham virado amiguinhos da nossa equipe conhecida. Por isso, fica bem difícil pra utopia de Rick se tornar realidade, não dá pra simplesmente conviver com pessoas que queriam te matar há pouco tempo. O foco dos primeiros episódios está nisso, mas já adianto que a série passa por um salto temporal grande, mudando radicalmente o rumo dos acontecimentos.
O arco principal da nona temporada de The Walking Dead só começa a surgir a partir do sexto episódio, mais ou menos. Algo muito bizarro começa a acontecer com os zumbis: os malditos mortos-vivos estão conversando entre si! Preocupados com a iminência de um grupão no WhatsApp envolvendo os defuntos andantes, os zilhões de personagens ainda vivos da série se unem por uma causa comum. Todavia, com algumas divergências nas lideranças, eles descobrem que não é tão simples assim lutar contra sussurros.

Não confio em quem não gosta dele

Crítica

A ideia inicial da temporada começa diferente. O “Padrão The Walking Deadiano” (pra entender o que é isso, dá uma olhada aqui: https://pitacosdoleleco.com.br/2017/04/06/the-walking-dead-5a-temporada-201415/) é um pouco deixado de lado, e por um momento eu pensei que a série iria trilhar um caminho diferente. Por um tempo, isso de fato acontece, pois a produção começa a voltar as atenções muito mais para a construção de comunidades do que para o combate contra um grupo esquisito de inimigos. Porém, isso não dura tanto assim e a obra retoma sua mania e o ciclo se reinicia. Apesar da repetitividade, a nova ameaça acaba sendo um acerto, porque vem carregada de uma dinâmica bem criativa e diferente. Nas lutas contra o Governador e Negan, eram simplesmente dois times tentando ganhar do outro, na base da bala. Na nona temporada, eles enfrentam algo muito mais silencioso e traiçoeiro.
A série, que vinha tendo uma considerável queda de qualidade desde seu quarto ano de existência, conseguiu retomar um pouco o fôlego no oitavo. Porém, isso foi um pouco enganador, porque é fácil entreter o público quando tá rolando uma guerra. Assim, considero que o acerto na nona foi maior, e consequentemente ela me agradou mais do que a anterior. Não é exagero dizer que a nona é a melhor temporada desde a terceira, porque ela consegue deixar de lado alguns clichês, ganha coragem pra tomar algumas decisões e tenta inovar pelo menos um pouco, em meio a tanta monotonia.
É possível, porém, notar o desgaste. Quando a temporada acabou, me veio a sensação de que The Walking Dead não tem mais como apresentar uma coisa nova a ponto de deixar a gente genuinamente empolgado. A nona temporada é tipo quando você tá comendo uma batata frita murcha, mas coloca barbecue e ela fica mais gostosa. Mesmo assim, ela continua sendo uma batata murcha, e o molho nem sempre vai ser capaz de sustentar aquilo. A trama foi legal, mas os produtores precisam pensar em um final urgentemente.

Henry Weasley cresceu

Veredito

A nona temporada é sim a melhor desde a terceira. Ela apresenta decisões maduras, um panorama diferente e diálogos um pouco menos clichês. Os vilões agradam e são interessantes o suficiente para render um arco maior, mas a gente vê que o cerco tá fechando cada vez mais. Quando o recém-criado núcleo for encerrado, The Walking Dead vai precisar encaminhar as coisas para o desfecho da série. Caso contrário, a batata murcha vai ficar infestada de formigas.

Nada como um carinho no mundo pós-apocalíptico

 

{Nota: caso eu tenha usado algum termo desconhecido para vocês, meus queridos e queridas leitoras, não hesitem em acessar esse post aqui, ó: https://pitacosdoleleco.com.br/2017/07/11/glossario-do-leleco/}

{Nota nº 2: quer conhecer melhor a história do blog e os critérios utilizados? Seus problemas acabaram!! É fácil, só acessar esse link: https://pitacosdoleleco.com.br/2017/09/16/wiki-do-leleco/}

{Nota nº 3: bateu aquela curiosidade de saber qual exatamente é a nota desta temporada, sem arredondamentos? Se sim, dá uma olhada aqui nesse link. Se não, pode dar uma olhada também: https://pitacosdoleleco.com.br/2017/09/16/gabarito-do-leleco/}

 

~ OBSERVAÇÕES SPOILENTAS: NÃO LEIA A NÃO SER QUE JÁ TENHA VISTO A TEMPORADA INTEIRA. O AVISO ESTÁ DADO ~

 

  • Já tinha passado da hora do Gregory morrer, né? O cara enchia o saco demais, apoiei totalmente a Maggie. E muito massa a trajetória do Earl e da Tammy Rose. Os dois começaram com a antipatia do público, deram a volta por cima e passaram a ser queridos de tal forma que a morte de Tammy conseguiu fortemente atingir os fãs, mesmo com pouco tempo de tela em comparação aos protagonistas.
  • É estranho pensar em The Walking Dead sem Rick Grimes. Concluíram bem a história dele, deixando um espaço aberto para seu retorno em alguma mídia. Tomara que realmente façam um filme com o cara, senão teria sido mais emblemático se tivesse morrido. E que caralhos é aquele helicóptero no qual ele e a Anne vazaram?
  • Judith chutou a sua bunda e a de mais 9584954 pessoas. Que menina porreta, rapaz. Pra completar, ainda é inteligente. Pena que é filha do Shane, rsrs.
  • R.I.P. Jesus. Gostei muito dele no começo, depois comecei a achá-lo meio enjoadinho, mas era um bom homem.
  • Ah, cara, eu entendi o lado da Michonne quando mostrou o porquê dela ter parado de confiar em todo mundo (pois ela precisou matar um monte de crianças), mas ainda assim não fez sentido pra mim. Beleza que uma amiga antiga dela traiu sua confiança, mas as pessoas mudaram muito com o apocalipse. Ela não conhecia mais a amiga. Já as outras pessoas que encontrou no caminho, ela tinha tido tempo e prova suficientes pra não ter se fechado tanto. Mas ok, segue o baile.
  • Tópico reservado pra ressaltar o quão desinteressantes foram as problemáticas envolvendo Rosita, Siddiq, Padre Gabriel e Eugene. Só ficava bom quando o Negan zoava com a situação.
  • Gostei do novo grupo, formado pela Magna, Yumiko, Luke, Connie e Kelly, principalmente as duas últimas. Não sei por que, mas me lembraram um pouco o Tyreese, a Sasha e companhia.
  • É consenso geral que o cachorro do Daryl é o queridinho dos fãs atualmente, né?
  • Tadinha da Lydia, bicho. Ela tava bem perturbada, mas gostei dela. E palmas pra atriz, Cassady McClincy, por ter conseguido expor com tanta competência a repressão sofrida pela personagem.
  • Pirei na coragem de terem matado tantos personagens de uma vez naquele episódio. Tammy Rose, Henry, Tara, Enid, uma galera aleatória… eu poderia jurar que o Ezekiel também estaria no meio. Ainda bem que eu tava errado.
  • Negan salvando a Judith foi foda. E falando em foda, o Aaron ficou com um visual sensacional. Evoluiu demais. Também gostei da Carol com cabelão branco no modo full experience.
  • Cara, eles podiam TANTO aproveitar mais o cenário de neve. Nunca tinha pensado nisso e curti pra caramba as ambientações. Apesar de ser um clima frio, foi refrescante ver outra coisa sem ser florestas e sol quente.
  • Aquele Beta é muito sinistro, pqp. A Alfa também. Os Sussurradores por inteiro, aliás. O que será que vem por aí?

 

~ FIM DAS OBSERVAÇÕES SPOILENTAS. A PARTIR DAQUI PODE FICAR DE BOA SE VOCÊ AINDA NÃO VIU ~

 

+ Melhor personagem: Michonne
Após ser deixada de lado nas temporadas anteriores, a série voltou a dar destaque pra uma de suas melhores personagens e, naturalmente, ela brilhou.

The Walking Dread

+ Melhor episódio: S09E05 (“What Comes After”)
Um dos melhores capítulos da série e ponto final. É isso que tenho a dizer.

Parou, parou, parou

+ Maior evolução: Negan
Eu nunca achei ele um vilão espetacular. O Jeffrey Dean Morgan é um puta ator, mas pra mim não tinha se encaixado totalmente no papel, sempre me soou meio caricato. Agora, ele ganha mais camadas e é mais bem explorado como personagem, e não como antagonista. Isso fez total diferença.

Nem parece que esmagou umas cabeças há duas temporadas

+ Maior surpresa: Connie
Pela primeira vez, a série introduziu uma pessoa surdo-muda no universo. Cara, ela é sensacional, de verdade. Além disso, sua parceria com o Daryl é uma das novidades mais legais da nova temporada. Ah, e não chega a ser uma menção honrosa, mas Alpha, uma outra personagem nova e interpretada por Samantha Morton, de Animais Fantásticos e Onde Habitam, também fez um bom trabalho, assim como Lydia, uma peça essencial na trama.

Rick e Daryl é o carai, aqui é Connie e Daryl

 

Ei, você! Tudo joia? Pois é, eu também tô bem. E já que agora temos intimidade, comenta aí o que cê achou da temporada. Opiniões são sempre bem-vindas, e é importante lembrar que nos comentários spoilers estão liberados. Se você não quiser vê-los, corre logo pra assistir e depois volte aqui, beleza?

Publicado por Luiz Felipe Mendes

Fundador do blog Pitacos do Leleco e referência internacional no mundo do entretenimento (com alguns poucos exageros, é claro).