Curtinhas do Leleco, Documentário

CurtinhasdoLeleco #89 – As 4 Filhas de Olfa (2023)

as 4 filhas de olfa

• De geração em geração

Eu gosto muito de narrativas fora da caixa. A estratégia pode até dar errado algumas vezes, mas eu sempre admiro a tentativa de realizar algo diferente. As 4 Filhas de Olfa faz isso, misturando um formato de documentário e dramatização, tudo no mesmo pacote.

Olfa é uma mulher tunisiana, mãe de quatro filhas. Duas delas, no entanto, desapareceram em circunstâncias não explicadas logo de cara pelo filme. Ela resolve então contar toda a história através das interpretações dela, das duas outras filhas e de atores contratados.

Não vou negar, em algumas sequências eu fiquei meio sem entender se o que estava sendo mostrado na tela eram as pessoas conversando naturalmente ou se elas estavam encarnando as personagens. Por isso, é justo dizer que os maiores méritos de As 4 Filhas de Olfa também são os seus maiores defeitos.

Mas eu estou sendo muito duro, já adianto. Fora algumas cenas, dá sim pra diferenciar as estruturas dentro do filme e isso culmina em algo singular. Afinal de contas, a narrativa é construída sob uma espécie de mescla. Em um momento, Olfa está explicando alguns episódios do passado. Na sequência, a atriz que interpreta Olfa dá vida à dramatização. Depois, as “duas Olfas” interagem entre si em uma cena que parece pertencer tanto ao documentário quanto à dramatização.

Não sei se consegui explicar totalmente, mas é melhor você assistir e ver por si mesmo. O que posso dizer é que eu gostei da abordagem, e as mulheres que contam suas histórias esbanjam tanta simpatia que a obra jamais perde o ritmo, nos envolvendo completamente na trama, que reserva várias surpresas.

Ao longo da duração, o enredo vai ganhando camadas inesperadas e que atiçam a curiosidade. De uma hora pra outra, a história que parecia simples abre um leque de outros arcos, fazendo questão de trabalhar temas controversos como religião, cultura e política.

As 4 Filhas de Olfa acerta em todos os elementos pra fazer o metadocumentário dar certo: carisma das personagens e uma história que nos impele a continuar assistindo. E o formato diferente do habitual é a cereja do bolo.

A mistura entre realidade e ficção

 

Nota: caso eu tenha usado algum termo desconhecido para vocês, meus queridos e queridas leitoras, não hesitem em acessar esse post aqui, ó: Glossário do Leleco

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Ei, você! Tudo joia? Pois é, eu também tô bem. E já que agora temos intimidade, comenta aí o que cê achou do filme. Opiniões são sempre bem-vindas, e é importante lembrar que nos comentários spoilers estão liberados. Se você não quiser vê-los, corre logo pra assistir e depois volte aqui, beleza?

Publicado por Luiz Felipe Mendes

Fundador do blog Pitacos do Leleco e referência internacional no mundo do entretenimento (com alguns poucos exageros, é claro).