Drama, Séries

The Bear: 4ª Temporada (2025)

the bear 4

• Descarregando a tensão

Há alguns meses, na minha crítica de Incêndios, eu comecei a turbinar os meus pitacos com quatro curiosidades em cada filme ou série, além de uma ficha técnica, pra ver se eu ganhava um diferencial no blog – considerando que críticas em formato de texto não estão exatamente na crista da onda. No entanto, isso vem me tomando muito tempo, e cheguei ao ponto de deixar de assistir coisas porque demandaria bastante trabalho na hora de escrever a respeito. Por esse motivo, decidi parar com as curiosidades, pelo menos por enquanto, pra conseguir escrever mais resenhas e talvez iniciar outro tipo de conteúdo nunca antes feito aqui no site. Por outro lado, a ficha técnica continua, porque é algo simples. Agora, sem mais enrolações, vamos falar da 4ª temporada de The Bear.

 

Sinopse

Após a publicação da crítica sobre o restaurante The Bear, Carmy e companhia recebem um ultimato por parte de Jimmy e o Computador. Se eles não darem um jeito de melhorar a situação no estabelecimento e começarem a gerar lucro nas próximas semanas, o restaurante será fechado. Isso coloca ainda mais pressão no extenuante trabalho, mas serve como motivação para cada um evoluir à sua própria maneira.

Sydney sempre na sombra do Carmy… poético

Crítica

Eu gostei muito das duas primeiras temporadas de The Bear, mas concordo com a opinião geral de que a série chegou em um momento de ruptura em sua 3ª temporada. Houve uma queda nítida de inspiração e a história claramente não andou pra frente, com exceção dos últimos episódios. Felizmente, a 4ª temporada é tudo o que a sua antecessora falhou em ser. E, mais do que isso, talvez seja a melhor temporada da série até aqui.

Um elemento que sempre esteve presente em The Bear e virou a marca registrada da série é o estresse. Em praticamente todo momento, os personagens parecem à beira de explodir. Na 1ª temporada, tivemos um episódio inteiro dedicado a essa explosão, assim como na 2ª temporada. Na 3ª não tivemos um no mesmo formato, mas era possível perceber o quanto todo mundo estava fora de si. Por incrível que pareça, a 4ª temporada é a mais “good vibes” de todas, mas sem abandonar a essência. A contagem regressiva do fechamento do restaurante obviamente é algo que gera estresse, mas, pela primeira vez, dá pra ver os personagens se curando e melhorando como pessoas.

Um outro mérito da 4ª temporada é conseguir balancear também as partes em que a trama precisa acelerar e desacelerar. Eu sempre enxerguei como um problema em The Bear o contraste entre as cenas frenéticas na cozinha e a narrativa que anda em câmera lenta no restante do tempo. E sim, já mencionei aqui no blog que isso provavelmente é proposital, até pra dar tempo da gente respirar, mas a 4ª temporada faz isso de modo que não há uma queda tão brusca, e o ritmo da série fica gostoso de assistir. Nas outras temporadas, eu não sentia tanta vontade de maratonar um episódio atrás do outro. Isso aconteceu aqui.

Pra completar, apesar da temporada acabar com um claro gancho pra sequência, dá pra perceber que o enredo completou o ciclo narrativo que desejava contar. As temáticas apresentadas chegam a um ponto de desfecho, e eu até comentei aqui em casa que, se a série terminasse assim, não seria de todo ruim. Em muitos momentos, a 4ª temporada de The Bear toma como objetivo amarrar pontas que tinham ficado soltas há um tempão. De qualquer forma, a 5ª temporada já está confirmada e eu sinceramente espero que seja a última, pois não consigo enxergar a história indo além do que já foi mostrado sem perder qualidade, como ocorreu no terceiro ano.

Contando as horas

Veredito

Se você desanimou com The Bear depois da decepcionante 3ª temporada, me agrada dizer que você precisa dar uma chance pra 4ª. A história está bem mais coesa e anda pra frente em vez de ficar estagnada, os personagens estão em alguns de seus melhores momentos e os roteiristas encontraram um equilíbrio maior entre ação e calmaria que pra mim ficou perfeito. É a minha temporada favorita até agora, pois é capaz de ser dramática, engraçada e ainda assim apresentar várias cenas de respiro e que aquecem o coração. Em diversas partes, eu fiquei sorrindo que nem bobo pra tela, e eu definitivamente não esperava que isso fosse ocorrer com tanta frequência nesta série.

Finalmente deram um episódio pra Syd! E ótimo, por sinal

 

+ Melhor personagem: Richie Jerimovich (menção honrosa a Sydney Adamu)
Essa foi uma das mais difíceis escolhas que precisei fazer nos últimos tempos aqui no blog. Eu gostei demais da Sydney nesta temporada – ela já havia sido a melhor na temporada anterior – e acho que há inúmeros argumentos pra elegê-la nesta categoria. Porém, eu gostei ainda mais do que vi em Richie. Ele é a “areia” do restaurante e voltou a encontrar seu auge depois da excelente 2ª temporada. Palmas pra atuação de Ebon Moss-Bachrach. Também não poderia deixar de citar a Natalie, que segue sendo uma das minhas personagens prediletas, embora eu nunca a tenha escolhido como a melhor de uma temporada específica.

Essa cena foi bonita demais

+ Melhor episódio: S03E07 (“Bears”)
O episódio mais longo da temporada, com mais de uma hora de duração, é quase um filme e reúne as melhores qualidades da série: ótimas atuações, artistas convidados de renome, um texto espetacular e momentos que ficam na memória, alternando entre a comédia e a emoção genuína.

Dominic Toretto ficaria com inveja

+ Maior evolução: Donna Berzatto
Eu nunca fui muito fã da personagem, até porque ela foi feita pra ser chata, mas adorei como fizeram uma curva nela e como a atriz Jamie Lee Curtis conduziu essa nova fase. Também queria mencionar a Claire, que também ganhou muitos pontos comigo nesta temporada.

Donna de si

+ Mais subestimado: Tio Jimmy
Os meus sentimentos pelo Jimmy sempre foram meio neutros, mas gostei de seu desenvolvimento nesta temporada e acho que vale demais a menção. Eu também poderia tranquilamente ter colocado o Ebra ou o Sweeps aqui, principalmente o Ebra.

Um verdadeiro anjo da guarda

 

FICHA TÉCNICA

Nome original: The Bear
Duração: 10 episódios
País: EUA
Showrunners: Christopher Storer, Joanna Calo
Direção: Christopher Storer, Duccio Fabbri, Janicza Bravo
Elenco principal: Jeremy Allen White, Ayo Edebiri, Ebon Moss-Bachrach, Lionel Boyce, Liza Colón-Zayas, Abby Elliott, Matty Matheson, Edwin Lee Gibson, Corey Hendrix

 

>> Crítica da 1ª Temporada de The Bear

>> Crítica da 2ª Temporada de The Bear

>> Crítica da 3ª Temporada de The Bear

 

Nota: caso eu tenha usado algum termo desconhecido para vocês, meus queridos e queridas leitoras, não hesitem em acessar esse post aqui, ó: Glossário do Leleco

Nota nº 2: quer conhecer melhor a história do blog e os critérios utilizados? Seus problemas acabaram!! É fácil, só acessar esse link: Wiki do Leleco

Nota nº 3: bateu aquela curiosidade de saber qual exatamente é a nota das temporadas, sem arredondamentos? Se sim, dá uma olhada aqui nesse link. Se não, pode dar uma olhada também: Gabarito do Leleco

Nota nº 4: pra saber sobre quais séries e temporadas eu já fiz críticas no blog, é só clicar aqui: Guia do Leleco

Nota nº 5: sabia que eu agora tenho um canal no YouTube? Não? Então corre lá pra ver, uai: Pitacos do Leleco

 

OBSERVAÇÕES SPOILENTAS: NÃO LEIA A NÃO SER QUE JÁ TENHA VISTO A TEMPORADA INTEIRA. O AVISO ESTÁ DADO

 

  • Se na 3ª temporada eu achava que a Sydney deveria mudar de emprego, embora torcesse pra ela continuar só pra seguir com as interações com todo mundo, a evolução dos personagens na 4ª e o tratamento a Sydney como se ela realmente tivesse se tornado parte da família me fez entender que não era a hora de ela sair. E, por mais que o outro restaurante fosse mais promissor, não tem como saber se ele vai dar certo também, né. Não seria trocar o certo pelo duvidoso, mas sim o duvidoso pelo duvidoso, só que às vezes é melhor permanecer com o diabo que você já conhece.
  • Ainda bem que a série segue firme na ideia de não transformar Carmy e Sydney em um casal. Eu gosto muito da relação fraternal entre eles e a ideia de que um homem e uma mulher aparentemente heterossexuais podem ser apenas amigos. E eu não gostava tanto assim da Claire antes, mas ela subiu no meu conceito e acho que faz um bom par com Carmy. Já a Syd seria excelente com o Luka, tem química demais ali. E o Richie, complementando, precisa ficar com a Jessica.
  • Confesso que eu não ligo muito pro personagem do Marcus, mas achei legal que ele foi reconhecido como um dos chefs revelações pela revista lá.
  • Adorei o arco do Richie, Tiffany e Frank, e como lidaram com a maturidade de cada um reconhecer o seu lugar. E também achei muito bonito que todos os Berzattos foram ao casamento da Tiffany, mesmo ela tendo se divorciado do Richie.
  • Como um fã incondicional de diálogos bem escritos, o último episódio me agradou imensamente. Aquelas conversas eram mais do que necessárias, assim como o papo do Carmy com a mãe. Tô ansioso pela próxima temporada.

 

Ei, você! Tudo joia? Pois é, eu também tô bem. E já que agora temos intimidade, comenta aí o que cê achou da temporada. Opiniões são sempre bem-vindas, e é importante lembrar que nos comentários spoilers estão liberados. Se você não quiser vê-los, corre logo pra assistir e depois volte aqui, beleza?

Publicado por Luiz Felipe Mendes

Fundador do blog Pitacos do Leleco e referência internacional no mundo do entretenimento (com alguns poucos exageros, é claro).