• Herdeiro indigno
Dois anos depois de lançar Meu Pai, o diretor Florian Zeller desenvolveu a sequência Um Filho. Embora as obras se situem em um mesmo universo, as histórias são completamente diferentes. E essa não é a única distinção. Enquanto o primeiro conta com shows de atuação e um roteiro bem escrito, o segundo sofre com a fragilidade do argumento principal.
Peter é um homem bem-sucedido, casado e com um filho recém-nascido. Porém, sua vida vira de cabeça para baixo quando o filho mais velho, Nicholas, começa a preocupar a mãe e ex-esposa de Peter, Kate. O motivo? O adolescente parou de ir à escola, sem dar explicações, e vem agindo de um jeito estranho.
Um Filho demora um pouco a se situar no que deseja abordar. A cada cena, vai ficando cada vez mais claro que o elo do enredo é o trauma passado através das gerações, e como as atitudes dos pais podem afetar negativamente os filhos. O filme também dá a impressão de que pretende se concentrar no assunto de saúde mental, mas trata o tópico com superficialidade.
Em Meu Pai, Florian Zeller acertou em todos os três aspectos necessários para se construir um filme bom: direção, roteiro e atuações. É claro que essa última categoria também depende dos atores que estão participando, mas há sim o dedo do diretor.
O problema é que o roteiro não ajuda os experientes Hugh Jackman e Laura Dern. No primeiro filme, os diálogos importavam para a construção da narrativa, que se construía de forma não linear em uma sacada esperta. Em Um Filho, a direção não consegue acertar o tom.
Dois elementos não convencem no filme e acabam afetando a experiência: o roteiro, já mencionado acima, e a atuação de Zen McGrath. Eu simplesmente não me senti conectado ao personagem. Nas partes em que deveria me emocionar, as lágrimas só surgiam porque o filme é contado através do ponto de vista do pai. Em outras palavras, Hugh Jackman acaba minimizando os danos.
Um Filho não é um herdeiro digno se levarmos em conta o excelente Meu Pai, e passa longe de fazer jus às expectativas criadas pelo seu progenitor. Nota final: 1,5/5.
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