Curtinhas do Leleco, Drama

CurtinhasdoLeleco #33 – Um Filho (2022)

um filho

• Herdeiro indigno

Dois anos depois de lançar Meu Pai, o diretor Florian Zeller desenvolveu a sequência Um Filho. Embora as obras se situem em um mesmo universo, as histórias são completamente diferentes. E essa não é a única distinção. Enquanto o primeiro conta com shows de atuação e um roteiro bem escrito, o segundo sofre com a fragilidade do argumento principal.

Peter é um homem bem-sucedido, casado e com um filho recém-nascido. Porém, sua vida vira de cabeça para baixo quando o filho mais velho, Nicholas, começa a preocupar a mãe e ex-esposa de Peter, Kate. O motivo? O adolescente parou de ir à escola, sem dar explicações, e vem agindo de um jeito estranho.

Um Filho demora um pouco a se situar no que deseja abordar. A cada cena, vai ficando cada vez mais claro que o elo do enredo é o trauma passado através das gerações, e como as atitudes dos pais podem afetar negativamente os filhos. O filme também dá a impressão de que pretende se concentrar no assunto de saúde mental, mas trata o tópico com superficialidade.

Em Meu Pai, Florian Zeller acertou em todos os três aspectos necessários para se construir um filme bom: direção, roteiro e atuações. É claro que essa última categoria também depende dos atores que estão participando, mas há sim o dedo do diretor.

O problema é que o roteiro não ajuda os experientes Hugh Jackman e Laura Dern. No primeiro filme, os diálogos importavam para a construção da narrativa, que se construía de forma não linear em uma sacada esperta. Em Um Filho, a direção não consegue acertar o tom.

Dois elementos não convencem no filme e acabam afetando a experiência: o roteiro, já mencionado acima, e a atuação de Zen McGrath. Eu simplesmente não me senti conectado ao personagem. Nas partes em que deveria me emocionar, as lágrimas só surgiam porque o filme é contado através do ponto de vista do pai. Em outras palavras, Hugh Jackman acaba minimizando os danos.

Um Filho não é um herdeiro digno se levarmos em conta o excelente Meu Pai, e passa longe de fazer jus às expectativas criadas pelo seu progenitor. Nota final: 1,5/5.

Irônico como a Vanessa Kirby fez dois filmes (o outro é Pieces of a Woman) em que a sua maternidade é um dos principais focos das personagens que ela interpreta, e a atriz em si nunca deu à luz

 

Nota: caso eu tenha usado algum termo desconhecido para vocês, meus queridos e queridas leitoras, não hesitem em acessar esse post aqui, ó: Glossário do Leleco

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Ei, você! Tudo joia? Pois é, eu também tô bem. E já que agora temos intimidade, comenta aí o que cê achou do filme. Opiniões são sempre bem-vindas, e é importante lembrar que nos comentários spoilers estão liberados. Se você não quiser vê-los, corre logo pra assistir e depois volte aqui, beleza?

Publicado por Luiz Felipe Mendes

Fundador do blog Pitacos do Leleco e referência internacional no mundo do entretenimento (com alguns poucos exageros, é claro).