Drama

Skins: 3ª Temporada (2009)

skins 3

• A segunda geração

Nem sempre as mudanças são fáceis. Permanecer na mesmice por muito tempo nos faz ficar na zona de conforto, mas às vezes não respondemos muito bem a alterações, sejam elas quais forem. Depois de duas temporadas acompanhando Tony, Sid, Michelle, Cassie, Jal, Chris, Maxxie, Anwar e Effy, o terceiro ano de Skins inicia um novo ciclo. Effy é a única remanescente, e os demais personagens principais sequer aparecem. Com uma nova geração de jovens adultos (ou velhos adolescentes?), temos a oportunidade de conhecer histórias diferentes.

 

Sinopse

Effy não liga pra nada, e busca viver a vida de forma despreocupada e sem restrições. Cook eleva esse pensamento à máxima potência, com um jeito explosivo e de extrema irresponsabilidade. Freddie, seu amigo, não poderia ser mais diferente em seu modo skatista tranquilo. JJ, que completa a trinca dos mosqueteiros, é pouco levado a sério. Emily e Katie são duas irmãs gêmeas de personalidades opostas, e Naomi é uma figura de inspiração em meio a seus conflitos internos. Pandora, por sua vez, tenta se acostumar com um mundo de valores tão diferentes dos seus, e Thomas almeja se adaptar a um novo país.

Quem se veste melhor?

Crítica

Não vou negar que, no começo, foi estranho ouvir a abertura de Skins e não ver aqueles rostos tão conhecidos. Porém, não demorou muito até que eu fosse sugado pela nova ambientação, curioso pra ver qual seria a dinâmica da vez. A princípio, eu ficava comparando os personagens da segunda geração com a primeira, como se houvesse uma equivalência. Quando Cook fazia algo específico, eu dizia que ele era o “novo Tony”. Quando Emily agia de uma determinada maneira, eu falava que era a “nova Jal”.

Eventualmente, consegui me desgrudar das temporadas anteriores. E isso não demorou muito a acontecer. Como eu disse nas outras críticas, a primeira temporada é mais viciante e fácil de assistir, enquanto a segunda tem uma trama mais encorpada e dramática. A terceira se alinha um pouco mais com a primeira, pois são poucos os momentos em que temas mais pesados surgem em tela. Bom, pelo menos pro padrão de Skins, é claro.

Assim como nas temporadas anteriores, nem todos os personagens ganham o mesmo peso no conjunto da trama. O conflito central envolve um triângulo amoroso (quase um quarteto, na verdade), de forma um tanto quanto semelhante à relação Tony-Michelle-Sid. Como eu já tinha visto essa dinâmica antes, essa parte me causou um pouco de desinteresse. Em compensação, os demais núcleos conseguem se distanciar do que já vimos até então, ao mesmo tempo mantendo a identidade da série.

Ao longo dos episódios, eu fui mudando constantemente de opinião em relação aos personagens. Comecei achando o Cook mó massa, depois ele passou a ser um porre (no bom sentido). No início, tive muita preguiça do JJ porque ele caiu demais no arquétipo do nerd norte-americano, apesar da série ser britânica. Quando conheci a história dele mais a fundo, passei a enxergá-lo com outros olhos. Só por isso, dá pra concluir que os personagens da terceira temporada de Skins possuem muitas camadas, e arrisco a dizer que essa característica é melhor na segunda geração do que na primeira.

Uma outra característica da terceira temporada de Skins é a questão da sexualidade. Sim, obviamente esse aspecto sempre esteve presente na produção, mas ela é abordada de maneira diferente aqui. Não sei explicar muito bem, é como se o assunto fosse trazido de maneira mais cinematográfica, o que também pode ser dito sobre todo o conjunto da obra. O primeiro ano da segunda geração é esteticamente mais estilizado, quebrando um pouco daquela sensação de “verdade nua e crua”. Em nenhum momento eu senti que estava acompanhando a vida de pessoas reais,  como havia acontecido antes. Em vez disso, o sentimento foi de que acompanhei a vida de personagens fictícios. Isso não é necessariamente algo bom ou ruim, apenas diferente.

Os Três Mosqueteiros

Veredito

Inegavelmente, o grande trunfo da terceira temporada de Skins é fazer com que nós rapidamente nos esqueçamos da primeira geração. É claro que os personagens de outrora permanecem na memória, mas a segunda geração tem a capacidade de evitar que a gente se sinta órfãos das histórias anteriores. As novas adições possuem personalidades próprias e abrem novos leques de narrativas, permitindo que a série siga em frente. Porém, aquele clima peculiar continua, e a presença de Effy, Pandora e outros personagens secundários ajuda nesse aspecto. A trama é envolvente e mantém a chama daquele universo viva, confirmando que se trata de um novo ciclo.

Aquilo ali atrás é uma caixa de Pandora?

 

>> 1ª Temporada de Skins

>> 2ª Temporada de Skins

 

Nota: caso eu tenha usado algum termo desconhecido para vocês, meus queridos e queridas leitoras, não hesitem em acessar esse post aqui, ó: Glossário do Leleco

Nota nº 2: quer conhecer melhor a história do blog e os critérios utilizados? Seus problemas acabaram!! É fácil, só acessar esse link: Wiki do Leleco

Nota nº 3: bateu aquela curiosidade de saber qual exatamente é a nota das temporadas, sem arredondamentos? Se sim, dá uma olhada aqui nesse link. Se não, pode dar uma olhada também: Gabarito do Leleco

Nota nº 4: pra saber sobre quais séries e temporadas eu já fiz críticas no blog, é só clicar aqui: Guia do Leleco

Nota nº 5: sabia que eu agora tenho um canal no YouTube? Não? Então corre lá pra ver, uai: Pitacos do Leleco

 

~ OBSERVAÇÕES SPOILENTAS: NÃO LEIA A NÃO SER QUE JÁ TENHA VISTO A TEMPORADA INTEIRA. O AVISO ESTÁ DADO ~

 

  • Incrível a energia caótica que o Cook tem, né? O pior é pensar que ele não parece ser necessariamente uma pessoa ruim ou algo do tipo, mas a falta de orientação leva a irresponsabilidade dele ao limite. De certa forma, foi até fofo como ele tratou a Pandora naquele jogo de Twister, mas depois destrambelhou tudo. Ele demonstrou ter a capacidade de nutrir sentimentos amorosos com a Effy, mas parece que falta um parafuso, sei lá. Pelo menos pôde ter uma sensação de fechamento com o pai dele naquela cidadezinha.
  • Então, sobre o JJ, eu o achei meio insuportável no início porque parecia muito aqueles nerds que a gente vê em filme adolescente, ou então em jogos como Bully. Ele fazendo mágicas aleatórias e agindo do jeito mais socialmente desconfortável possível me fez revirar os olhos várias vezes. Quando é revelado que ele é autista, comecei a enxergá-lo de maneira diferente, e por fim até acabei gostando um pouco dele.
  • Não consigo entender o que os fãs de Skins veem de tão especial na Effy, sinceramente. Era legal o ar misterioso dela na primeira temporada, quando não proferia nenhuma palavra, mas na maior parte do tempo ela não faz absolutamente nada, a não ser se drogar, dar olhares significativos e ficar com o Cook. Toda vez que eu logava um episódio novo no TV Time e via que ela havia sido eleita como a melhor personagem por nenhuma razão aparente, ficava com a cabeça girando.
  • Até agora, ainda não sei muito bem o que pensar do Freddie. Claramente, ele não possui uma masculinidade tóxica como a do Cook e trata bem a maior parte das pessoas. Mas sei lá, ainda não me conquistou.
  • Já o Thomas me fez imediatamente gostar dele. Eu veria uma série inteira só mostrando a sua trajetória depois de sair do Congo. Ele desafiando aquele bandido lá ao comer as pimentas foi um dos momentos mais fodásticos de Skins. Fiquei torcendo pro Thomas não sumir de repente da série após a mãe pegá-lo no flagra naquela festinha, mas o cara tinha que voltar logo depois da Pandora ter dormido com o Cook? Que agonia! Pelo menos ele a perdoou no final.
  • Não tenho muita opinião formada sobre a Katie, só que ela não é uma irmã muito boa, né. Aliás, toda aquela família da Emily é meio esquisita, com exceção da própria. E achei fofinho que as coisas com a Naomi deram certo. E não vou negar, dei um sorrisão quando vi que a mãe da Naomi era a Olivia Colman, minha atriz favorita.

 

~ FIM DAS OBSERVAÇÕES SPOILENTAS. A PARTIR DAQUI PODE FICAR DE BOA SE VOCÊ AINDA NÃO VIU ~

 

+ Melhor personagem: Emily Fitch
Emily começa a temporada de forma discreta, mas aos poucos vai crescendo e mostrando suas nuances. Pessoalmente, eu gostei mais do Thomas, mas o fato da Emily ter tido um destaque maior na trama pesou na decisão.

A gêmea do bem

+ Melhor episódio: S03E03 (“Thomas”)
Quando a gente pensa que já conheceu todos os personagens da nova geração, surge esse episódio, introduzindo uma nova pessoa que sequer havia sido mencionada até então. E cara, é um capítulo maravilhoso de assistir, do início ao fim.

A última peça do quebra-cabeça

 

Ei, você! Tudo joia? Pois é, eu também tô bem. E já que agora temos intimidade, comenta aí o que cê achou da temporada. Opiniões são sempre bem-vindas, e é importante lembrar que nos comentários spoilers estão liberados. Se você não quiser vê-los, corre logo pra assistir e depois volte aqui, beleza?

Publicado por Luiz Felipe Mendes

Fundador do blog Pitacos do Leleco e referência internacional no mundo do entretenimento (com alguns poucos exageros, é claro).