Fantasia

Once Upon a Time: 3ª Temporada (2013/14)

once upon a time 3

• Expansão dos reinos

Eu já falei disso na crítica da segunda temporada de Once Upon a Time, mas vou ter de ser um pouco repetitivo. Sou um opositor ferrenho da modalidade “temporadas longas em séries de televisão”. Tem muita gente que gosta, mas eu não me considero um fã do formato novelesco, porque prefiro histórias mais concisas e diretas. Na primeira temporada, OUAT sofreu um pouco ao esticar demais as coisas. Na segunda, a série até tentou contornar o problema ao inserir subtramas que justificassem a extensão do enredo, mas soou mais como enrolação. Agora, na terceira, a abordagem foi diferente: em vez de um único grande arco compondo toda a temporada, ela foi dividida em duas. Por um lado, deu certo. Por outro, ficou um pouco estranho.

 

Sinopse

Emma, David, Mary, Regina, Gancho e Rumple embarcam no Jolly Roger rumo à Terra do Nunca, para resgatar Henry das mãos de Greg e Tamara. Quando chegam ao novo reino, o grupo logo percebe que terá de enfrentar um inimigo mais poderoso do que eles poderiam imaginar, com consequências terríveis caso os heróis não consigam impedir a nova ameaça.

Será que ele venceria muitas medalhas nos Jogos Peter-Pan-Americanos?

Crítica

Assim como a segunda temporada, a terceira demora um pouco a pegar no tranco. Os episódios iniciais parecem meio descalibrados, como se os roteiristas não soubessem muito bem o que fazer com cada personagem. Com o tempo, até os próprios atores se acostumam com a trama e ela começa a andar mais vigorosamente. Ainda assim, quando estava lá pro décimo episódio, fiquei me questionando como a história se estenderia por 22 capítulos.

A resposta é a seguinte: a história não se estende por 22 capítulos. Em certo ponto, o núcleo da Terra do Nunca é finalizado e um avanço temporal toma conta do negócio. Talvez isso seja um spoiler? Não sei, mas não darei detalhes de como esse processo acontece. A questão é que eu fiquei positivamente surpreso com isso, pois odeio quando as coisas se esticam de maneira desnecessária.

Ainda assim, a segunda metade da terceira temporada têm mais características de uma outra temporada do que a continuação da mesma. Isso causa uma certa sensação de estranhamento, e eu me peguei em vários momentos pensando que já tinha concluído a temporada e por isso precisava logo escrever a crítica.

Mas chega de perder tempo só com isso. Vamos voltar pro pitaco.

A terceira temporada de Once Upon a Time apresenta melhorias em sua narrativa e aprende a trabalhar alguns personagens de maneira mais acertada, com destaque pra Regina. Emma, em compensação, passa a ter atitudes que chegam a incomodar, sobretudo quando relacionadas a Henry. O lado bom disso é que a série não comete os mesmos erros de outrora, de invalidar alguns aspectos da maternidade da Regina, algo que eu critiquei desde o início. Em vez disso, essa visão é desenvolvida mais como uma falha de caráter da Emma do que um problema do texto.

Vamos falar agora dos vilões. Eu não quero citar os nomes deles, porque vai que alguém considera isso como spoiler, e não desejo estragar a experiência alheia. Sendo o mais vago possível, as figuras de antagonismo são funcionais. Não são tão marcantes quanto Regina e Cora, mas executam bem o necessário dentro dos contextos em que estão inseridos. Em comparação às temporadas anteriores, há um número menor de adição de personagens, mas aqueles que surgem têm importância. Não são meros artifícios que aparecem só pra gente dizer: ah, é o Fulano daquela história lá!

Quando a gente olha pros detalhes, é capaz de enxergar as maiores fraquezas de Once Upon a Time. Inconsistências nas motivações dos personagens, diálogos previsíveis e intrigas meio bobas, reviravoltas repetitivas… a famosa encheção de linguiça. A temporada brilha mais quando se leva menos a sério, por incrível que pareça. Quando tenta ser dramática demais, não sabe muito bem como lidar, gerando incongruências dentro da própria série.

Piratas do Caribe: A Maldição do Jolly Roger

Veredito

Once Upon a Time, pelo menos até aqui, é uma série que se mantém regular. Quem gostou da primeira temporada, com certeza vai curtir a segunda e a terceira. Ainda que tratem de temas diferentes, todas elas possuem um senso de unidade que não é toda série que costuma fazer. Como eu achei legais as duas primeiras temporadas, naturalmente a terceira me agradou também. Em alguns aspectos, ela é superior às antecessoras. Em outros, inferior. Em geral, sustenta o mesmo grau de qualidade.

Aí é fada

 

>> 1ª Temporada de Once Upon a Time

>> 2ª Temporada de Once Upon a Time

 

Nota: caso eu tenha usado algum termo desconhecido para vocês, meus queridos e queridas leitoras, não hesitem em acessar esse post aqui, ó: Glossário do Leleco

Nota nº 2: quer conhecer melhor a história do blog e os critérios utilizados? Seus problemas acabaram!! É fácil, só acessar esse link: Wiki do Leleco

Nota nº 3: bateu aquela curiosidade de saber qual exatamente é a nota das temporadas, sem arredondamentos? Se sim, dá uma olhada aqui nesse link. Se não, pode dar uma olhada também: Gabarito do Leleco

Nota nº 4: pra saber sobre quais séries e temporadas eu já fiz críticas no blog, é só clicar aqui: Guia do Leleco

Nota nº 5: sabia que eu agora tenho um canal no YouTube? Não? Então corre lá pra ver, uai: Pitacos do Leleco

 

~ OBSERVAÇÕES SPOILENTAS: NÃO LEIA A NÃO SER QUE JÁ TENHA VISTO A TEMPORADA INTEIRA. O AVISO ESTÁ DADO ~

 

  • Vamos começar falando sobre as mortes do Rumple e do Neal, que eu recebi de jeitos totalmente diferentes. A do Rumple eu fiquei bem chateado por ter partido, e fiquei meio que torcendo pra ele voltar porque o personagem era bom demais pra ser descartado na terceira temporada. No caso do Neal, eu fiquei chateado com a maneira como jogaram fora o personagem, como se fosse um qualquer. O Henry nem pôde se despedir do pai, pô, porque tava sem memória. Foi totalmente anticlimático e até desrespeitoso com o legado do Baelfire. Pelo menos o novo filho de David e Mary foi homenageado com o nome do Neal.
  • Adoro como o Greg e a Tamara morreram com cinco minutos de temporada. Beleza então.
  • Tinker Bell é meio imune a arcar com as próprias responsabilidades, né? Eu sei que a Regina foi paia com ela ao maltratá-la e não entrar na taverna pra encontrar o amor de sua vida, mas em nenhum momento a Regina pediu por aquilo. Foi a Tinker que ficou insistindo, e foi 90% culpa dela que a Fada Azul a tenha expulsado. E que legal a Fada Azul, né?
  • Sobre a atitude do David ao esconder que estava morrendo na Terra do Nunca: não concordo inteiramente, mas acho que ele fez o mais sensato. Tenho um pouco de preguiça quando um personagem masculino esconde informação pra “proteger” alguém, é muito batido, mas dessa vez achei que o contexto foi válido. Já a Branca me deu nos nervos em alguns momentos, com aquela moral excessivamente inabalável.
  • Eu sei que a trama às vezes é meio bobinha, mas não consigo entender alguns “plot armors”. Quando a Regina decretou guerra contra a Branca, por que não a matou simplesmente? Se ela tinha poder pra sufocar uma aldeã, não era mais fácil ter logo matado a Branca e acabado com a ameaça de uma vez por todas?
  • Alguém mais achou que o ator do Félix tinha mais potencial de sustentar a vilania da Terra do Nunca do que o intérprete do Peter Pan? Sei lá, gostei mais da vibe dele.
  • Bicho, eu tava quase explodindo de agonia com a Emma e aquela vontade de levar o Henry de volta a Nova York. Que bichinha egoísta, hein? Ain, mas ele ficaria mais seguro. Beleza! E por isso a Emma tomaria a decisão de afastá-lo de TODA a família, incluindo a MÃE, que cuidou dele desde criancinha? Não dá pra defendê-la aqui não, nem sob o argumento de proteção.
  • Coitada da Regina, velho kkk não é de rir, mas foi quase cômico ver que a pessoa que a Emma resgatou foi ninguém menos do que a ESPOSA do Robin Hood, que estava começando a nutrir um romance com a Regina. Pelo amor de Deus.
  • Ah, e eu gostei muito do arco da volta ao passado da Emma com o Gancho. Acho que aquele foi disparadamente o melhor momento da temporada, poderia até ter gerado mais histórias com aquele conceito.
  • Daqui pra frente, eu vou ficar sempre atento na árvore genealógica de Once Upon a Time, pois sempre vai surgir um familiar desaparecido ou esquecido. Foi assim com o Neal, a Cora, a Zelena, o Peter Pan… quem será o próximo? A Elsa será uma prima perdida da Ruby?

 

~ FIM DAS OBSERVAÇÕES SPOILENTAS. A PARTIR DAQUI PODE FICAR DE BOA SE VOCÊ AINDA NÃO VIU ~

 

+ Melhor personagem: Regina Mills
Cara, a série finalmente acertou EM CHEIO na personagem da Regina. Após começar a pavimentar um caminho de redenção na segunda temporada, eu achei que a sua mudança de personalidade estava sendo muito abrupta, e por isso fez sentido que ela voltasse a se aliar com a mãe malvada. Nesta terceira, Regina meio que abraça o seu lado malvado, ao mesmo tempo em que busca se redimir pelos atos. O resultado é uma anti-heroína pra lá de sarcástica, agindo segundo aquele modelo “frenemies”. Eu amei.

Regina na torcida do Palmeiras

+ Melhor episódio: S03E21 (“Snow Drifts”)
Toda a reta final da temporada é a melhor parte dela. Pena que a temática não tenha sido aproveitada em uma quantidade maior de episódios. Ou talvez ela só foi boa justamente por ter sido menor. Não sei dizer.

Triss em The Witcher 3: Wild Hunt

 

Ei, você! Tudo joia? Pois é, eu também tô bem. E já que agora temos intimidade, comenta aí o que cê achou da temporada. Opiniões são sempre bem-vindas, e é importante lembrar que nos comentários spoilers estão liberados. Se você não quiser vê-los, corre logo pra assistir e depois volte aqui, beleza?

Publicado por Luiz Felipe Mendes

Fundador do blog Pitacos do Leleco e referência internacional no mundo do entretenimento (com alguns poucos exageros, é claro).